31 de dezembro de 2010

Só quero reclamar

No ano que entra quero continuar sendo cético e levando sempre em consideração todas as possibilidades, isso me mantém atento. Quero continuar podendo reclamar dos dias de tédio em que eu não faço nada por pura preguiça, quero poder reclamar das mesmas séries, mesmos programas, mesmos livros e mesmas pessoas. Quero achar que sou o melhor cara do mundo e no segundo seguinte me sentir medíocre, quero achar que sei todas as coisas e no instante seguinte perceber que sou apenas um moleque, tentando ser um homem de verdade!

No ano que entra quero continuar fazendo piada com tudo e de todos usando as maiores desgraças para rir e sorrir, sacanear o mal e quem o faz. Quero desdenhar de quem tenta me derrubar por bel prazer e apenas com um olhar reprovar. Quero saber usar as palavras para expressar o que sinto, o que vejo e quem sabe ajudar alguém que está confuso mais para frente, quem sabe até eu mesmo? Quero perder um amigo por uma piada e recuperá-lo com outra, logo em seguida.

No ano que sai, fiquei muito tempo sozinho e por algumas oportunidades me senti até solitário... As coisas formais não deram muito certo e por vezes me revoltei, mas hoje consigo enxergar um pouco do por que destas coisas todas e conheci alguém extraordinário que está sempre comigo nas horas boas e principalmente nas ruins, eu mesmo. Hoje posso dizer que me conheço muito, mas muito mais mesmo do que há um ano.

No ano que sai, onde nada deu certo tive certeza absoluta dos meus dons e algumas de minhas missões. Valorizo minha mãos, que me permitiram falar pelo violão através das canções, que me permitem manejar os equipamentos de DJ na hora da festa e passar as páginas de um livro, além de digitar, é claro.

No que ano que entra, quero que as minhas dúvidas sejam sanadas e que outras tomem conta da minha existência. Quero que pessoas que cativem e me decepcionem para eu aprender cada vez mais sobre o ser humano. Quero aprender, aprender e aprender até chegar onde almejo e então almejar outro lugar.

No ano que sai fiquei tão triste que quase morri de tristeza, senti tanta saudade que quase morri de saudade, me decepcionei tanto que me perguntei o por que de viver? Realmente ainda não tenho uma resposta para isso mas já começo a rabiscar alguma coisa. Nesse mesmo ano que nos deixa daqui algumas horas desisti de viver, e senti as consequências de uma desistência de vários anos. Nesse ano tentei desistir do amor, tentei provar a mim mesmo que não existia até olhar nos olhos da minha mãe e conseguir enxergar que ele está aqui, tão perto de mim. Nesse ano tentei provar à mim mesmo que as pessoas são todas iguais e que tudo será sempre da mesma forma até que uma pessoa chegou e me mostrou diferente e outra pessoa que ao não chegar jogou a minha teoria libertária e ceticista longe provando que as pessoas não podem ser todas iguais.

No ano que entra quero poder enxergar mesmo que o que eu vejo seja desprezível. Quero poder falar mesmo que me faltem as palavras, porque eu posso! Quero poder sentir o perfume trazido pelo vento mesmo que me encha de saudade. Mesmo que eu viva reclamando das porcarias que temos ouvido, desejo poder ouvir o som dos pássaros pela manhã. Quero reclamar que não tenho carro e que não podemos fazer algumas coisas, quero andar e suar por inteiro meu corpo até cansar porque para isso eu tenho pernas e posso usá-las. Quero continuar reclamando das pessoas que me irritam porque elas são importantes para mim e as que me fazem mal não sabem o quanto me ajudam por isso.

No ano que entra quero ser cada vez mais eu mesmo, quero poder mostrar ao mundo todo o melhor que posso fazer mas que ninguém veja que é meu. Quero me doar a quem amo. Quero mostrar o quanto amo também, dentro de mim às vezes parece tão óbvio que acredito passar esse sentimento por osmose. Quero ser menos ignorante e menos grosso, quero saber calar e saber falar. Quero ter mais atitudes quando julgar necessário e ser mais incisivo na defesa do que creio.

Enquanto houver forças não irei hesitar em escrever, anotar e grafar tudo o que penso e conceituo. Enquanto puder não deixarei de usar minhas palavras para silenciosamente dizer o que gostaria que saibam. Enquanto viver, não me refugiarei nas minhas palavras mas trarei paralelamente minha arte em forma de formas, em letras tão quadradas quanto os meus sentimentos. Enquanto for possível, escreverei...



@adilsongl


28 de dezembro de 2010

Desafio ao destino

Há um mundo. Um mundo onde a realidade é real e nada bonita, onde as pessoas não são tão reais quanto o que sentem. Há outro mundo. Um mundo onde todos são perfeitos e cheios de verdade, injustiçados e sofredores. São vários mundos inventados sob o interesse de quem teve a oportunidade de moldá-los.


Estes mundos embora semelhantes, são apartados pela luxúria e todo o egoísmo humano. Quem o molda não se preocupa com o próximo vivente, os moradores são independentes entre si. Como se fiar-se em seu próprio comodismo fosse uma venda para cegá-los da verdade que os cerca.


A semelhança evidente para quem vê as coisas superficialmente não passa de um reflexo natural de como tudo está, porém passa realmente muito longe de como tudo é. Quem passou a pensar por si mesmo, inevitavelmente acha absurdo algumas atitudes e crenças que fogem completamente à razão, que lógica? Em um elaborado estado de julgamento, pesado e cauteloso, para não causar danos a ninguém, à si mesmo principalmente. O que merece ser verdadeiro? O que é certo se não existe base existencial alguma? Usar-se-á a inteligência e conhecimento absorvido naturalmente para obter poder ou abrir mão de tudo para ser grande, como Gandhi... O que fazer? Por que viver?


Há semelhança, mesmo que a superficialidade o impeça de enxergar. Poderíamos nos ver como reflexo do outro e ao viver, trabalhar sempre por esse reflexo. Sem capitalismo para obstruir, sem lucros para contar, sem o comunismo para limitar, sem ditadura para controlar. Não é viver sem política alguma e sim deixar de viver por ela. Poderíamos viver pelo mundo. Pela brisa que nos afaga, pela chuva de nossas colheitas, pelas sementes de nossos plantios. Deixar de viver para contar o resultado de suas obras e trabalhar apenas para que sua matéria-prima não deixe de existir.


Superficialidade... Tão injustiçada! Ela tem sido usada como base de tudo, de todas as relações possíveis. Não é base... Ela não é base, é alívio. Enquanto namorados buscam sexo, enquanto amigos buscam vantagens, enquanto relações de amizade buscam interesses, enquanto familiares buscam se afastar sendo que verdadeiramente deveriam ser o únicos a ficar, sempre estar conosco e em nós. Quando e enquanto situações como essas acontecem, e são corriqueiras inverteu-se o lugar da superficialidade com a essência das coisas. Falta-lhes, falta-nos essência. Falta-nos buscar o que realmente tem valor e irá fazer diferença em nós e consequentemente no mundo. Nós somos o reflexo do mundo que é reflexo de nós mesmos, de como somos e como agimos. Mas vejo hoje, vejo agora, enxergo praticamente tudo sendo acionado de acordo com os interesses individuais, abrir mão tornou-se sinal de fraqueza. Ser diferente, sinal de erro. O grande desafio é ir na contra mão de tudo que temos visto passar, queremos ser cada vez mais essência e que a superficialidade não se perca na ganância.


Vamos na contra mão deste destino, podemos sim fazer um futuro melhor. Fome, miséria, escassez. Esse quadro pode ser mudado se todos os reflexos trabalharem juntos em suas diferenças. Por dentro de toda essa superficialidade ainda cabe-nos os sonhos, ainda existem desejos de presentes de natal de crianças do mundo todo. Ainda há fé nos corações daqueles que desejam um futuro melhor. Essas buscam alívio em suas próprias diferenças, buscam sabedoria e discernimento de seus próprios erros, buscam confortos nos ombros um dos outros, buscam abrigo em seu interior quando não encontram em quem confiar. Daremos a essência inexistente até este parágrafo para que todos possam perceber que esse mundo novo que vos brilha, resplandesce suntuoso, sentir que o universo se faz célebre para completar-nos. Nosso desafio estará completo quando ninguém puder negar um sorriso ao vento e uma gargalhada ao destino . Esse mundo pode ser escrito e a caneta está em mãos. O autor dessa história? Todos nós.




ps: Palavras conjuntas com Stephane Many, grande parceira! (http://apalhacinha.blogspot.com)


@adilsongl


24 de dezembro de 2010

Ah, então é Natal?

Uma taça vazia, um livro de Nietzsche meio lido, uma vida... Uma saudade preenchida de ausência durante um ano sem sentido. Muita coisa importante foi deixado para sempre e o legado que nunca poderá ser apagado, o conhecimento. Daquelas histórias que vivemos nada poderá ser mudado, no futuro será cada um ao seu ritmo em busca do que puder.

Uma taça vazia, um livro de Nietzsche meio lido, uma vida... Uma saudade preenchida de ausência durante um ano sem sentido. Porque deixaste que fizéssemos coisas tão simples em momentos tão marcantes que se repetirão como uma tradição milenar? Agora toda noite esperarei ouvir tua voz.

Jesus é relembrado na televisão através dos filmes e documentários típicos dessa época do ano, as mães correm contra o tempo para deixar tudo pronto para a ceia de logo mais. Os filhos tão desleixados acordam tarde, pois nada mais importa, os presentes já foram comprados e os telefonemas feitos. Enquanto os religiosos fazem suas novas velhas preces e pedidos, os racionalistas buscam mais argumentos contra tudo isso em um boicote divino.

Enquanto ao fundo podemos ouvir uma orquestra reproduzir a mais linda das sonatas e o solo mais angelical de um violino lembramos de tudo o que viveu-se no último ano, confundimos fatos e entrelaços, embaraços que deixamos para trás sem termos tido a oportunidade de saná-los.

Ah, então é natal? Que bom que todo mundo está bem, de alguma forma... Que bom que podemos dizer a todos agora mesmo que seja com um olhar ou leve sorriso o quanto estamos leves, está bem... Nem todos. Talvez não tenhamos tido a oportunidade de nos mostrar e ainda tenhamos dificultado a oportunidade de quem interessassee nos decifrar, pelo esforço em manter o mistério, perdemos a verdade.

Uma taça vazia, um livro de Nietzsche meio lido, uma vida... Uma saudade preenchida de ausência durante um ano sem sentido. Dê-me minha taça, sirva o vinho. Pegue meu livro e encha-me de ideias para que eu possa racionalizar qualquer sentimento que toma conta de mim agora, toque um pouco de violão e diga feliz natal.

Uma taça vazia, um livro de Nietzsche meio lido, uma vida... Uma saudade preenchida de ausência durante um ano sem sentido. Ah, então é natal, mesmo?


@adilsongl

22 de dezembro de 2010

Então é Natal

Crescemos vendo e ouvindo e comemorando coisas que nem ao menos sabemos o sentido. Temos ídolos, temos preferências e outras tantas que nos fazem bem pela própria essência. Ao longo do tempo percebemos e desgostamos daquilo que era tão vazio, próprio para crianças, e aquilo ficará apenas em nossas nostálgicas memórias que nos fará sorrir daqui alguns anos.


Fases, músicas, pessoas, programas, livros e palavras, canções que contaremos para nossos filhos resumindo tudo o que nos fez tão bem enquanto éramos o que eles são agora. Vamos seguindo em frente, ora tudo parece tão remoto, ora tão aqui, tão agora, tão imediato, tão necessário.


Já prestaste atenção no quanto de tempo passou desde aquilo que tanta lhe atormenta? Já percebeste o quando de asfalto já andaste desde aquela última viagem que não sai da tua cabeça? Quantas pessoas já passaram pela tua vida depois daquela com quem sempre comparas à todas que conhece...?


Os felizes procuram as pessoas importantes nessa época, para tentar dizer um pouco de tudo aquilo que sente e que não teve a oportunidade de dizer o ano inteiro. Os infelizes criticam as atitudes levianas e massantes das pessoas que se deixam levar por qualquer costume sem saber explicar o por quê. Os perdidos tentam encontrar nessa felicidade toda algum conforto e na infelicidade alguma explicação para tudo o que se passa.


Feliz natal senhores. Feliz natal senhoras. Não se esqueçam de comprar os presentes, ein? Abraço? Pra quê? Recebo todo o tempo, não me importa se verdadeiros ou não. Recebo-os. Quero presentes, quero bens, quero vantagens, quero ser lembrado, quero ser presenteado. Quero tudo o que os outros não tem, quero ser diferente. Quero poder, quero poder. Quero poder mandar.


Há mais de dois mil anos as coisas vem sendo moldadas aos interesses dos que querem vender, vender, vender. Natal? Adoro comer panetone. Tomar um vinho tinto em uma bela noite rodeada de queridos familiares é muita agradável. Não há rituais, idas e vindas, crenças e costumes engessados que façam mudar o que penso. Não está errado comprar, não está errado curtir nem divertir-se. O que errado é esquecer o verdadeiro sentido disso tudo. A essência de toda essa mobilização.


Pois, nunca na história da humanidade agiu-se tão igual, sem questionamentos como no natal. O que é teu natal? O que é natal para ti? O que é você para o natal? O que é o espírito disso tudo? Talvez passemos a vida inteira vivendo como se não soubéssemos e agindo sem sabermos realmente o que há por trás de tudo isso. Quem sou eu para julgar?


Quem és tu para mudar? Quem sou eu para obrigar? Quem somos nós? Dois mil e dez anos: Dizem que a mentira tem pernas curtas. Quanto há de mentira que seja capaz de durar mais de dois milênios? Quanto há e verdade em teus argumentos?


Feliz natal!



@adilsongl

17 de dezembro de 2010

Solidão

Em alguns poucos dias as coisas podem mudar drasticamente e de porto seguro poderás passar a ser como uma gaivota perdida no ar, procurando onde repousar. Como é estranho a sensação de exposição e fraqueza a que somos submetidos quando em tão pouco tempo nos sentíamos grandes possuidores do conhecimento.


Quem sabe alguém bata a porta dizendo estar com saudade e que veio apenas para conversar um pouco. Quem sabe alguém toque a campanhia aos gritos de alegria. Quem sabe alguém ligue para pedir uma informação e pergunte como vai a vida apenas por etiqueta. Quem sabe apenas ligue por engano. Quem sabe deixe o telefone ligado. Quem sabe atenda –o. Quem sabe lhe entenda.


A sensação de pequenez a que somos obrigados a destrinxar numa explanação racional nenhum pouco comum é instigantemente sofrível e doloroso.


Quem disse que multidão acalanta alguma coisa dentro de nós? Um exterior lotado de pessoas e vozes e olhares e sorrisos e sons não é capaz de nos tocar nem por meio dos sentidos se não estivermos aptos e felizes com essa ideia.


O monstro da solidão é gigantesco e silencioso, machuca pela própria ausência. E Hoje sinto-me tão sozinho que não consigo encontrar nem as palavras para aliviar-me de tanto vazio.


Talvez tudo isso seja a vinda a tona de tudo o que é reprimido pela razão para que não nos machuquemos tanto. Talvez não. Talvez seja a verdade aflorando na realidade que nos recusamos a enxergar. Talvez. Talvez, quem sabe?


O monstro da solidão...


Estar sozinho não é necessariamente estar solitário, não obstante estar acompanhado não nos livra desse mal. Estar acompanhado de nós mesmos pode ser muito mais produtivo do que estar em meio a todos os outros.


Por que não toma uma providência? Não ligaria, pois não saberia o que dizer. Gostaria de apenas ouvir uma voz reconfortante que falasse sem parar. Apenas ouvi-la já seria incrível. Ei, livre-me desse livro. Livro de ideias tolas que escrevemos na mente durante tanto tempo. Pra quê? Ninguém irá ouvir com prazer o que tens a dizer. Cale-se. Sofra. Sozinho você veio até aqui, ou não? Que ingratidão!


É apenas sentimento. Não ressentimento. É apenas momento. Não passado. É presente. Logo passará. Ou não. Quem sabe? Estar sozinho não é estar solitário. Estar sozinho não é ser sozinho. É apenas estar precisando não estar mais. O ser é outra coisa, bem maior.


O monstro da solidão é gigantesco e silencioso, machuca pela própria ausência. E natureza nem se fala. E hoje sinto-me tão sozinho que não consigo encontrar nem as palavras...



@adilsongl

10 de dezembro de 2010

Desejo sem lembrança

Que ensurdecedor! Não há mais nada a ser feito, mesmo sem aprovação da razão usaste todo o teu empenho com emoção para que pudesse colocar em prática o que achava ser certo. É a última vez. Pela última vez. Sempre a última vez, né?


Abafou-se qualquer possibilidade de reação espontânea e dia após dia todas as fantasias tem sido massacradas. A realidade faz questão de marcar presença! E a presença, meus caros, é real! Sinta-te abafado. Todos aqueles belos e longos campos arejados e extensos não passam de um buraco escuro e silencioso.


É lá. É ali. Foi ali. Tudo não passa disso. De onde tu vieste é o mesmo lugar para onde voltarás. Tu e ele e eu. Pare de tentar substituir o que já está consagrado em tua memória. Pare de desesperadamente achar que alguma coisa virá para girar o mundo e as mais profundas lembranças. Ah!


Desejo eterno de uma mente sem lembrança alguma. Apenas sentimentos e intuições, quem dera? Adianta não. Chame teu fantasma para a varanda. Senta-te. Ofereça um café... E assim poderás ter um vestígio de paz ou se preferir os tenha como algoz, pro resto dos restos.


Para quem ama a justiça, é doloroso constatar que não há nada além dos portões dos mais nobres valores. Porque lá fora é mundo, e mundo é bom ou ruim, do bem ou do mal. É sentido e interessado. Justiça depende totalmente e exclusivamente dos méritos. Bondade ignora-os e a maldade... Melhor retirar-me.


Tudo são flores e sempre serão quando se está precisando e quando se está disposto. Tudo é eterno enquanto convir. Toda eternidade é pouco na comparação inundada de sentimentos latentes. É perfeito até percebermos que realmente ela não se mostra enquanto sobriedade. Tudo é incrível até o mundo ser apenas teu. Meu.


O mundo é mundo desde que o mundo é mundo, mas o mundo que é o verdadeiro mundo só pode ser visto por quem está nele e nele vive, consciênte. Já que as pessoas criam o seu próprio mundo e colocam apenas quem as fazem bem. E o mundo egoísta e individual é um reflexo, como se fosse uma parte do coletivo e real. O pequeno mundo é consiso de bem e de mal e não de méritos e muito menos de justiça.


Seja como for... Porque hoje você está estranho. E o sempre? É uma condição.



@adilsongl

3 de dezembro de 2010

Saudade

Tão saudoso de tudo o que ainda está entre nós mas não será mais alcançado por orgulho e por respeito. Há aquelas que sejam naturais pela distancia geográfica, na qual o amor supre. Há aquelas que sejam naturais pela distancia de almas, na qual corrói.


Que explicação seria viável e um pouco confortável? Que explicação conseguiria ilustrar o que se passa, por dentro. Foram tão especiais quanto enquanto eram vigentes e vivas no presente, mas só podemos ter a dimensão do que alguém foi em nossa vida depois que se passa e depois que se vai, mesmo estando.


Mesmo sabendo e tendo plena consciência de que o fim já se tornou tão longinquo quanto os momentos que trazem a tona toda a dor, há saudade. Mesmo sabendo que a idade não influenciou em nada como nos permitimos pensar para escapar da clausura do querer, há saudade.


Ela está presente e sempre estará, porque só deixa saudade o que foi vivido com amor, nada mais! É o amor que ficou. É o pouquinho de alma que investimos naquilo que passamos. A cada novo ciclo, um pouco de nós fica mas não por isso saímos mais fracos.


É uma eterna mudança de perspectivas, quem foi especial e transformou alguns de seus dias ao ser vista anos depois pode ser apenas mais uma desconhecida ao seu redor, ao redor do mundo. Ao passo de que alguém que mudou alguns de seus segundos de alguns de seus dias sem ser vista pode ser para todo o sempre aquela mesma essência.


As coisas acontecem exatamente da mesma forma, com a mesma estrutura e dinâmica. Acontecem, se repetem, se esquecem. O que dá o tom da vida são os sentimentos. Que ficam. Que se vão. Que não existem. Que virão. O que dá o tom. São os sentimentos que dão o tom, o tom de viver.



@adilsongl

26 de novembro de 2010

Extra Consciência

Você... Tenta se mostrar forte o tempo todo e comportar todos os pesos em suas próprias costas, dizendo insistentemente que pode e que consegue. Não duvido dessa capacidade, mas toda estrutura tem o seu ponto fraco, e por mais forte que seja em algum momento cede ou ao menos transforma-se, porque as rochas e montanhas enormes desse mundo foram atingidas pela insistencia do vendo e das gotas de chuva.


Eu sei que é muito dificil manter-se de pé em meio a tanta rasteira, mas quem disse que seria de outro jeito? Você pensa que conseguiu enxergar tudo e todos realmente como são, inocente! Isso não é possível, não da maneiro heróica como você se colocava nesse mundo. Afinal, até os super-heróis tem suas problemas e dores. Apesar de tudo.


Quando precisam não hesitam em procurar-te e apoiar-se em ti, e você se sente bem com isso, já que essa atitude é uma forma bem velada de afirmar o que você tanto quer acreditar, és forte demais, além da conta! Não é?


Mas depois de um dia ensolarado e agradável, o clima sempre vira. Você precisa, necessita e apesar de não querer ceder sabe que não tem outra alternativa. E então passa a procurar alguma coisa, alguém que possa te segurar. BAQUI! Estás sozinho, como tantos outros estão. Quem se importa com os outros das estatísticas se é em você que dói. Massacra?


Hoje mal as palavras sairam da tua boca, porque não tens o que dizer. E se disser, será vazio. Já que não gosta de desperdiçar nada, calou-se. Hoje seu consciente insiste em mostrar que tens muito mais do que muita gente, mas teu coração contradiz. Teu coração sangra. Teu coração chora. Você chora, sem lágrima alguma. Você cede. Você já caiu, há muito tempo. Mas finge estar não sentir nada, como em um sonho.


Precisou de um ombro para chorar, não foi? Conseguiu? Precisou de ouvidos para ouvi-lo, não foi? Conseguiu? Precisou palavras para ler, até leu. Precisou músicas para ouvir, até ouviu. Precisou dizer, até disse. Mas não da forma como gostaria, ou que acha que seria eficaz. Precisou... Precisou... Precisou...



@adilsongl

19 de novembro de 2010

Interesse Superficial

As coisas tem sido colocadas de maneira deturpada e o pior é que todo mundo concorda, abaixa a cabeça e mantém a mesma linha, mas ainda pior é vestir a camisa desse movimento involuntário dos preguiçosos ideológicos. Que medo!


É com grande pesar que quem se pega observando e criticando hábitos, hoje tão comuns diz que tudo chegou a um ponto que a volta é impossível. Não dá mais para vivermos com a tranquilidade que um dia nos foi propriedade, na verdade, minto, dá sim... Mas você ficará à mercê dos costumes sociais intrínsecos a toda existência.


Não é bom confirmar essa tese, de maneira nenhuma... Os céticos não são assim por escolha, porque escolhem simplesmente acreditar no pior das coisas, apenas são capazes de enxergar além da esperança rasa pregada por falsos otimistas, pessoas “felizes”. Por favor!


Ninguém, nem natureza, nem coisa, nem gente se voltará contra você de graça, por puro esporte. Haverá sempre uma motivação, seja ela fútil ou não, haverá. É bastante simples: Consequência. Não poderás te colocar na posição de inocente injustiçado quando na verdade, com tua preguiçosa ganancia ousou escolher o caminho onde tudo seria mais fácil. Pena que ninguém disse bem alto que existem apenas dois caminhos: O fácil e o correto. ?


O que resta a nós, pobres e relez mortais se não lamentar? O que mais nos resta?


Certa feita um importante Conde de Rochester, província britânica disse: “Toda relação de interesse será feita as suas próprias custas” ou seja, ela irá iniciar-se e exaurir-se no mesmo ponto, embasado no mesmo objeto e/ou objetivo, sem excessões.


Uma pessoa, seja ela qual for, de onde e como for que se colocar na vida de outra buscando algo além do que o ser e estar junto, dá inicio a uma relação de interesse. Se colocar na vida de alguém como amigo apenas para usar a piscina da casa ou ter carona para as noitadas, colocar-se na vida de alguém enquanto namorado na busca de sexo constante e mais regular que um solteiro teria, casar-se com alguém para subir social ou financeiramente são, além de bons, típicos exemplos.


Quando o dinheiro acabar e as dificuldades vierem, tudo estará perdido. Quando o sexo não mais lhe satisfizer como gostaria, tudo estará perdido. Quando a casa for vendida e o carro ficar velho, tudo estará perdido, inclusive você meu caro, inclusive você que não terá nada. A essência dessas relações todas são necessárias. A paixão entre os namorados, o amor entre pai e filho, a amizade entre quaisquer pessoas, são vitais. Os sentimentos são vitais.


Não que eu seja cético ou pessimista, apenas não ignoro o lado negativo das coisas e não me deixo cegar pelo otimismo.



@adilsongl

11 de novembro de 2010

Na Mira


PARE! PARE AI AGORA! O QUE TENS?


Que maluco cara, o medo toma conta de nós e nos coloca numa posição completamente paralítica. Qualquer movimento, não necessariamente brusco, em vão, pode significar o fim.


O medo da dor por incrível que pareça é o menos encômodo.


MEDO! MEDO! MEDO!


Quantos sinônimos traduzem fielmente essa sensação? Não há arrependimento, apenas medo de não conseguir fazer o que tanto se quer, e o pior... De nunca mais imaginá-la. Quem disse que não poderia ser pior?


A alma se enche de receio e tristeza, porque só temos a dimensão de quanto vale a vida quando nos vemos sem sua propriedade.


A alma se enche de lágrimas e molha todo o restante do corpo, que sangra por dentro e dói, dói, como jamais. Nâo há choro visível, nem lágrima a ser seca mas existem.


E pensar que só uma coisa é capaz de sanar esse temor, não é a toa que será eterno.



@adilsongl

5 de novembro de 2010

Com raiva

Alô?


Bla... bla... bla...


Tudo o que for sentido da forma mais intensa possível poderá ser esquecido, sem pedido.


Há dois olhares pertinentes à isso:


Vamos lá!


Poderás entregar-se ao grande sentir odioso que toma conta do ser em face ao que vê, vive, e sente. Poderás canalizar essa força incrivelmente grandiosa de magnitude desconhecida até para quem a abriga, e redirecioná-la ao sucesso.


O que escolherás? Já mentiu muito. Já sumiu muito. Surgiu muito. Fugiu muito. Muito desistiu. Insistiu.


Não se quer mais nada, muito menos alguém. Precisa-se de alguém, paradoxo seria como utópico ter outro de mim mesmo para me consolar.


Chegamos ao ponto desconfiar do que já é certeza.


Chegou esperança à luta por aceitar o que não mais foi desejado. De esperança não se encha, pois a ilusão será consequência, sem dúvida.


Não se quer mais nada, muito menos alguém! Descobriu-se a fórmula da motivação anestesiada, alimentada constantemente de solidão e razão.


Não me ligue mais.


Só sabe quem deveria saber, e ainda sim, pensando bem, pouco.


HAHAHA


Tu não sabes de nada, meu caro.



@adilsongl

31 de outubro de 2010

Tuas Palavras

Grandes acontecimentos nos deixam ansiosos, são poucos os que se mantém indiferentes diante da chegada de tudo isso. Eventos nos deixam curiosos, apreensivos e inseguros, tentamos imaginar se o plano dará certo e se os fatos ocorrerão conforme o necessário, quase sempre não é isso que acontece.


Diante de tanta coisa nos lembramos do que já havíamos deixado de lado mas nos marcou de tal forma que sempre vem à tona de um jeito ou de outro. Se isso é bom? Só sabemos que um pouco de nostalgia e saudade são tão gostosas de serem sentidas, mas o excesso vem para o mal, lei da selva.


Pegamos pensamentos soltos no ar e desejos que não mais estão nos planos pilotos de nossas vidas mas mesmo assim insistem em não exaurir-se de uma vez por todas, a tal da esperança involuntária teima em viver, sobreviver, talvez.


Aquela carta escrita à lápis ainda está guardada em meio aos objetos obsoletos que fazem apenas volume, sabe aquelas coisas que ainda guardamos mas não sabemos ao certo o por quê? Resistem anos sobre anos, resistem às faxinas que fazemos nos documentos, às mudanças, às revoltas, quantas coisas jogadas fora? Quantas vezes leu e releu aquelas poucas palavras, mas únicas e raras?


Palavras... São subestimadas por nós quase todo o tempo por não sabermos o real poder que elas tem, quando colocadas em comparação com atitudes podem até parecer vazias, ou quando tomamos como ponto de partida palavras de sofistas ludibriadores que querem apenas proveito de seus próprios interesses individuais, sim! Com todos os pleonasmos possíveis para elencar o egoísmo.


Palavras... Quem é sábio evita usá-las para direcionar especificamente a alguém, porque as coisas mudam, elas ficam. Os pontos de vista se alteram, as palavras ficam. No dia que elas forem usadas devem ser com objetivo eterno e querendo ou não, você conseguiu eternizá-las apesar das coisas terem mudado, e muito! Hoje, há imagens, há fotos, há saudades, há vozes e aromas, amizades e dores mas a única coisa que ainda pode nos tocar são elas, as palavras, aquelas mesmas escritas há anos atrás com um lápis mal apontado numa folha qualquer.


Mal sabíamos, ? Que essa seria o único elo direto daquilo tudo que planejou-se. É, os planos não costumam sair como o planejado, surpresas essas que nos frustram e nos fazem crescer. E a única coisa que ainda resta a nos tocar são elas, as palavras, aquelas mesmas escritas há anos atrás com um lapis mal apontado numa folha qualquer, ao som... Ao fundo... Ao Mundo!



@adilsongl

26 de outubro de 2010

A ignorância é uma benção

A ignorância é uma bênção, não ter conhecimento das coisas como elas realmente são pode ser um alento para viver. Pensávamos, um dia pensamos que tudo dependeria apenas do nosso esforço. Errado! Então percebemos que as coisas aconteciam de acordo com vários fatores, mas não somente. Mais um Erro!


Por vezes há falta de não termos que nos preocupar com esse tipo de coisa, mesmo sem nos darmos conta haviam pessoas por trás de tudo, segurando o mundo para que nós apenas nos preocupássemos em viver. Mas com o passar do tempo, com as coisas que são vistas, sentidas e vivenciadas agora sabemos que para viver, de antemão é preciso sobreviver. Sobretudo.


Sobrevivência é a palavra de lei para a grande maioria das pessoas, são poucos os que tem a oportunidade do conhecimento, não somente formal. São poucos os que tem a oportunidade da instrução e da visão de mundo, tal como ele realmente é e não como se apresenta na maioria das vezes.


Persistir e manter certos valores fica cada vez mais difícil e pensamos de pronto na injustiça que rodeia as relações de bem e mal, mas em um ângulo mais profundo e abrangente, agora sabemos que as pessoas acabam por se perder na busca pela sobrevivencia, existindo de maneira passional.


É preciso antes de tudo, paciência. Respeito e gratidão são as condutas mais admiráveis em todas as vidas, entre amigos e inimigos, entre meros desconhecidos e principalmente entre os que se completam. Mas não é disso que se trata. É de algo muito maior, muito mais mundano e quanto mais firme, mais sobrenatural.


A paciência é a mãe de todo e qualquer sucesso, e parceiro de todo e qualquer trabalho bem sucedido seja de que natureza for, sem ela dificilmente conseguirás o que tanto almeja de forma sólida, sem ela poderá conseguir tudo e mais um pouco mas tão concreto quanto o vento, logo irá de suas mãos para outras, sem nenhuma gratidão.


Segurança, já se disse tanto que é muito importante tê-la conosco, segurança, confiança e afins. E realmente é verdade, mas o engano está em achar que ela se construirá empiricamente ou que surgirá de alguma coisa maior ou desconhecida e se incorporará ao corpo. Segurança, ela está em nós, dentro, faz parte de tudo o que somos e sempre estará ali, a segurança não é uma característica, tão somente, é um potencial que todos possuem mas que raros conseguem alcançar e externá-la. Para tudo, é preciso encorajar-se e mergulhar em um profundo mundo de incertezas, arrependimentos e saudades, dentro de nós mesmos e buscá-la no mais profundo do que pode ser entendido como, ser.



@adilsongl

23 de outubro de 2010

Com ou sem você

Estamos tão presos, cheio de anseios e desejos. Estamos tão avessos a qualquer tipo de padrão sem fundamento algum. Estamos tão... Todos vão, saem. Todos vão, se distraem. Todos, apenas vão.


Um plano magnífico é montado a cada dia para que tudo possa mudar radicalmente, como está não é mais suportável, por favor! NÃO! Qualquer covardia é justificada pelo medo de temer aos próprios valores concebidos com tanto esforço.


Não há crença em pessoas, vivemos traindo as nós mesmos, imagina quem não está conosco? Imagina quem não somos nós? Percebeu? Coloque um barulho ensurdecedor, emudeça até os seus pensamentos, para que se livre ao menos momentaneamente da tortura que é tudo isso.


Antes havia medo, agora não se quer mais nem saber. Indiferença cada vez mais toma conta, e isso é pior do que todos os medos levados em consideração até aqui, de verdade. As coisas são muito mais do que parecem ser, e muito mais simples do que se apresentam como sendo. As coisas são. As coisas vão. As coisas foram e jamais serão novamente como um dia. Coisas...


Mesmo quando tudo parece estar completamente inerte, mesmo quando tudo parece não ligar para o que fazes, os reflexos estão sendo lançados, preparados e colocados em xeque. Tudo se vai, esvai. Tudo some. Reaparece. Esquece.


Lá vamos nós, após um lindo discurso de conhecimento pular de cabeça na maior das hipocrisias, a que condenamos. Vamos!


Infelizmente não será como a esperança insiste em nos fazer acreditar, será muito diferente. Pode ser tão melhor, pode ser avassalador, pode ser assustador ou pode até não ser. Não importa. As pessoas também se vão, e elas não mudam.


Me desculpa, por favor. Eu quis ser, e busquei. E não fui diferente, apenas estive em situações onde aparentemente entrava em uma contradição absurda. Apenas isso. Com ou sem você, seguiremos em frente, a vida não se importa com o que sente ou com o que pensa, ela leva para si apenas as atitudes tomadas. Mexa-se, agora! Com ou sem você, as coisas continuarão como são a menos que tome uma providência. Com ou sem você!



@adilsongl

Carta

Grandes acontecimentos nos deixam ansiosos, são poucos os que se mantem indiferentes diante da chegada de tudo isso. Eventos nos deixam curiosos, apreensivos e inseguros, tentamos imaginar se o plano dará certo e se os fatos ocorrerão conforme o necessário, quase sempre não é isso que acontece.


Diante de tanta coisa nos lembramos do que já haviamos deixado de lado mas nos marcou de tal forma que sempre vem à tona de um jeito ou de outro. Se isso é bom? Só sabemos que um pouco de nostalgia e saudade são tão gostosas de serem sentidas, mas o excesso vem para o mal, lei da selva.


Pegamos pensamentos soltos no ar e desejos que não mais estão nos planos pilotos de nossas vidas mas mesmo assim insistem em não exaurir-se de uma vez por todas, a tal da esperança involuntária teima em viver, sobreviver, talvez.


Aquela carta escrita à lapis ainda está guardada em meio aos objetos obsoletos que fazem apenas volume, sabe aquelas coisas que ainda guardamos mas não sabemos ao certo o por quê? Resistem anos sobre anos, resistem às faxinas que fazemos nos documentos, às mudanças, às revoltas, quantas coisas jogadas fora? Quantas vezes leu e releu aquelas poucas palavras, mas únicas e raras?


Palavras... São subestimadas por nós quase todo o tempo por não sabermos o real poder que elas tem, quando colocadas em comparação com atitudes podem até parecer vazias, ou quando tomamos como ponto de partida palavras de sofistas ludibriadores que querem apenas proveito de seus próprios interesses individuais, sim! Com todos os pleonasmos possíveis para elencar o egoísmo.


Palavras... Quem é sábio evita usá-las para direcionar especificamente a alguém, porque as coisas mudam, elas ficam. Os pontos de vista se alteram, as palavras ficam. No dia que elas forem usadas devem ser com objetivo eterno e querendo ou não, você conseguiu eternizá-las apesar das coisas terem mudado, e muito! Hoje, há imagens, há fotos, há saudades, há vozes e aromas, amizades e dores mas a única coisa que ainda pode nos tocar são elas, as palavras, aquelas mesmas escritas há anos atrás com um lapis mal apontado numa folha qualquer.


Mal sabíamos, né? Que essa seria o único elo direto daquilo tudo que planejou-se. É, os planos não costumam sair como o planejado, surpresas essas que nos frustam e nos fazem crescer. E a única coisa que ainda resta a nos tocar são elas, as palavras, aquelas mesmas escritas há anos atrás com um lapis mal apontado numa folha qualquer, ao som... Ao fundo... Ao Mundo!

19 de outubro de 2010

Poderio marcado, preconceito velado.

Época em que a busca pelo poder deixa de ser somente pelos bastidores e vem à tona disfarçada de democracia, onde o povo manda e escolhe o que é melhor para o seu país e consequentemente, sua vida.


Propagandas cada vez mais ridículas e jingles dignos de risos sem alternativa, por favor! Não estamos assistindo aqui uma disputa religiosa ou passando por um processo de canonização onde o reconhecimento dos milagres é requisito para o fim almejado, seja lá como você entenda isso.


É preciso propostas, é preciso experiência, é preciso firmeza. É preciso muito mais que um curriculo profissional impecável ou várias eleições nas costas, com mandados quase nunca cumpridos como deveria, diga-se de passagem.


Não que a privatização seja uma coisa boa, mas na visão bem grosseira da indignação os benefícios dos meros mortais é zero. Se a Petrobras é ou não do governo brasileiro, a única diferença que isso fará para você, classe média... É extremamente, nenhuma! No posto de gasolina você pagará caro do mesmo jeito, sendo do governo ou de um grupo de investidores internacionais.


Não venha usar temas em que religião e ciência discutem e debatem boca há mais tempo do que sua pequena breve vida possa ter testemunhado. O fato é que o curral está ai, querendo ou não. Já pensou se a esposa do seu professor fosse dar aulas no lugar dele porque ele roubou? E se o marido da médica tivesse que fazer a cirurgia porque ele roubou? Impróprio, não?


A sociedade tem uma mania irritante de colocar as minorias como se fossem coitadas, o que nem sempre é verdade, apesar de pertinente. Uma vez disseram que se um operário chegasse a Presidência da República deste país ou se um homem negro fosse presidente dos EUA o mundo seria um lugar melhor. Bem, não vê-se grande diferença. Errado?


Gostaríamos, sinceramente de saber de onde foi tirada a teoria de que um indíduo sendo mulher ou negro ou pobre ou cristão ou afins será melhor por conta disso e apenas disso. De verdade! COMPETÊNCIA E HONESTIDADE são adjetivos absolutos, independentes de qualquer fator físico ou social. É moralidade correndo pelas veias.


As coisas não mudarão enquanto as pessoas não mudarem, enquanto a educação não for realmente praticada, tanto em casa quanto nas escolas e não seja apenas tópico para campanha de político barato.


Novo Brasil é o caralho!

14 de outubro de 2010

Meus à mim mesmo

Ei, meu amigo! Faça-me o favor de ouvir-me e compreender-me. Faça-me o favor de não me julgar como te julgo todo o tempo. Faça o favor de fingir que nada sabe sobre mim mesmo que me conheças melhor que qualquer um. Suplico, conheça-me e confie em mim mesmo que nada te leve a isso. Ei, meu amigo! Por favor...

Você, meu caro, esteve por ai como um bom homem por muito tempo e assim o faz até hoje. Estivestes angustiado nas entranhas das injustiças acometidas contra ti e mesmo assim não caiu. Procurou acertar até no pior dos enganos. Encontrou vários e vários que passavam parecido ou menos pior do que você, soube em cada palavra de desabafo e em cada reação de cansaço o que estaria por acontecer, por horas tentou alertá-los, como faria um oráculo. Hora calou-se, como faria um covarde.

Tu fostes tudo aquilo que acreditava ser, durante todo o tempo que teve de ser algo. Não fostes alheio aos teus valores, jamais. Porque tudo se esvairá com o tempo e como o próprio tempo que não encontra uma definição digna de tua própria grandeza. Revoltou-se e tentou ser o que não acreditava ser o certo para blindar-se diante do que via, enxergava bem apenas aos que nada fariam para esse fim.

Por vezes, meu amigo, tentou sair dessa linha que traçou como correto e até chegou perto mas não concretizou. Quem nasceu para o bem dificilmente não o fará, e vice-versa. Feliz ou infelizmente há coisas imutáveis nesse mundo.

Sim, sim. Sabemos que ainda te sentes duvidoso quanto a tua própria crença, não tens certeza do que realmente foi e se faz parte da hipocrisia que tanto condena. Sabemos de tudo isso, mas é necessário que duvides de si mesmo para que busque acreditar, sem medo algum de se decepcionar. Decepções, aliás, não são mais medo, são parte do erro.

Os teus ídolos são extensões do que você gostaria de ser, para ser o completo e um só. Teu perfeccionismo não te lhe permite ser, por completo, feliz e menos ainda o deixa largar teu passado de uma vez por todas mesmo que já tenhas decidido não mais aceitá-lo.

Senhor, meu querido amigo, tu serás tudo o sabes que veio para ser mesmo que por pouquíssimo tempo. A intensidade é muito mais significativa do que qualquer demora. Mesmo que não sejas mais nem sequer lembranças para quem te tortura até hoje com a simples imagem, serás para sempre tudo o que fizeste para não deixar o mal tomar conta.

Distraio, não seja mais apenas um otário, seja certo e faça o que for preciso para que assim seja, não traia o que você é e não minta para si mesmo. Senhor, meu querido amigo, desejo tudo o que sabes que desejo para ti mesmo, desejo tudo a mim mesmo por ti mesmo. Apenas, desejo... Um feliz aniversário.

8 de outubro de 2010

Por ai


Gostariamos tanto de saber de ti como as coisas estão e não por simplórias palaras vazias. Hoje não é um dia tão comum como tantos outros, mas também não há alguma importância significativa além desse nó que sufoca o peito por agora. Tenta-se deixar de ser vazio em meio a toda essa festa forjada que nos faz fadados a tudo o que sempre foi.


O sono vem apesar de ser negado, entregar-se a tudo que outrora acabará sem a menor vantagem, sem a menor coragem, sem a menor imagem de realidade. Sei lá, há tanto a ser dito e tão poucos merecedores de conhecerem tudo, tudo o que se passa aqui, tudo o que foi vivido ali. Quem já sabe, conhece até demais. Pra que repetir? A profundidade de um relacionamento pede um pouco de superficialidade também, para não se perder nos labirintos da complexidade.


Veja só, andava por ai, tão destraído quanto alguém que não tem mais nada que o prenda de concreto. Andava por ai, tão solitário quanto alguém que não tem mais nada quem o prenda de verdade. Apenas, andava por ai. Sem esperança alguma de encontrar-se em si mesmo. Deixe que os poetas e compositores se achem por si mesmos, deixe-os.


Uma imagem, tão linda, tão confortante a essas vistas cansadas de tanta mesmisse. Uma imagem que poderia mudar tudo, um mundo criado a partir daquele momento prolongado por não mais que alguns poucos segundos. Uma imagem, que enchem de esperança um coração entregue, sucateado de decepções constantes. Enchem sim de esperança, por alguns fragmentos de tempos, muito pouco. Aquela imagem? Jamais será vista novamente. Aquela esperança? Se foi. E o final feliz não passa de um plano arquitetado pela consciência para nos manter de pé, vivos... Seja lá qual o objetivo que isso tudo tenha.



@adilsongl

1 de outubro de 2010

Ensaio sob à cegueira

Por tanto tempo esperamos gotas de chuvas para lavar nossa alma e purificar esse ar seco que nos assola frequentemente. Acontece que nem mesmo o costume e adaptação resistiu a tanta rareficidade. Isso mesmo, rareficidade.


O tempo se esvaece em escuridão todo santo dia, dizem que é pela generosidade do sol que esconde toda a sua grandeza para que a lua possa brilhar aos amantes. Quem mais chama atenção é o mais fraco? Talvez seja, talvez não, talvez quem sabe? Dúvidas são mais certas do que as próprias certezas nos tempos de cá.


Muito vêem sentido ondem não há nenhum e é justamente ai que está o sentido das coisas no sense, na liberdade de coerência. Na possibilidade de não ter que prender-se a regra alguma de conduta racional é que há crítica, ideia, ideologia, sentido, fé.


Tentemos melhorar nossa rotina, geração mais saudável, mais saúde. Aos poucos o ócio passa a tomar conta de todo e qualquer atitudes sistemáticas buscando a perfeição, o mundo não contribui para o equilíbrio apesar de necessitá-lo.


O calor aquece mais e mais o que já estava tão frio. Nos encomoda a falta de recursos para nos livrar do que não tem feito bem. E ainda duvidas do destino?


Vamos à cama, cedo. Vamos aos sonhos, tarde demais. Já passou, as horas correram e nada! Levanta-se sem coragem até para mergulhar na inconsciência do sono. Mesmo com os olhos abertos arregalados nada pode ser visto, exatamente nada, precisamente nada, meticulosamente nada.O que fazer? Pensamento mais recorrente do que parece. O que fazer? O silêncio ensurdecedor traz quietude de espírito ao passo que tortura os ouvidos acostumados aos ruídos corriqueiros. Violão. Há essa hora? Que hora? Há hora? Violão. Baixinho. Letra. Susurrada. Tão silenciosa quanto a dor que carregas no peito todos esse anos. Ninguém sabe, quem soube não mais lembra, mas tu, sente. Quanto a isso nada pode ser feito.


Ensaiamos notas e composições para nos livrarmos dessa agonia, mesmo que barulho algum seja reconhecido aqui dentro uma festa está a acontecer.


Ensaiamos todos os dias sob à cegueira, com base na falta de visão, respaudados na ineficiência da ausência de luz futurística, porque o futuro nada mais é que um quarto escuro onde projeta-se e imagina-se estar, rodeado de coisas que acostumamos a querer, queremos tanto que já acreditamos estar lá, estar ali... Sob à cegueira.




@adilsongl


24 de setembro de 2010

Politicagem

Vossa Excelência, nego provimento ao recurso do ficha suja em favor da honestidade, princípio da moralidade e bem estar do povo brasileiro. Vossa Excelência, aceito o recurso extraordinário do candidato ficha suja porque acredito que se negarmos estaremos tirando um direito de um cidadão brasileiro que apesar de já ter roubado, sacaneado e feito pouco caso da confiança depositada na pessoa dele pelos eleitores, é um homem importante então não é tocado pela lei, ao meu ver.


Aproximam-se as eleições, eleições diretas para os principais representantes do povo nos poderes executivo e legislativo da nação tupiniquim. Avizinham-se a aplicação concreta da desesperança brasileira no futuro da política. A tevê está enfestada de posições políticas veladas e de falsas promessas de celebridades instantâneas. O rádio tenta manter um pouco de jornalismo sério e crítico em face da política brasileira apesar de estar perdendo espaço há anos: É melhor ficar deitado no sofá rindo das imagens de homens que vemos apenas de 4 em 4 anos nas ruas, tomando café com leite e tomando criancinhas no colo, dá pra rir um pouco. E o futuro? Tá perdido mesmo. Eu ganho um salário mínimo e não tenho tempo nem para estudar cara. Mané futuro!


Enquanto esclarecidos políticos dão a sua cara para bater aos ignorantes por uma causa em que só eles conseguem enxergar a gravidade, os cultos vão usando suas artemanhas um tanto quanto sofistas para manipular a falta de instrução da maioria e emergir ao poder e fazer o quê? Cumprir o papel designado? Não, usar em favor próprio e de seus aliados.


Não queremos nenhum salvador, nenhum populista metido a rei dos pobres resolvendo os problemas de todo mundo. Queremos apenas o básico, queremos dispor de um médico quando preciso de verdade, de uma escola que tenha aula ao menos, de calçadas varridas e lixos recolhidos, de pistas que não estejam tão esburacadas fazendo do chão das vias um reflexo dos rombos nos cofres públicos. Queremos apenas que os recursos destinados às areas definidas sejam realmente aplicados, dinheiro não falta, profissionais competentes também não, mas os desvios no caminho da verdade senhores, estão desviando também o Brasil para um retrocesso aos tempos áureos do coronelismo!


Dizem por ai que o futuro está em nossas mãos. Por favor né? Enquanto a maioria do país estiver vivendo em um curral eleitoral onde o que vale para o voto é a legenda de um partido ou de outro, é a cor e não as propostas e a honestidade do candidato. Enquanto votarem nos mesmos dinossauros congressistas de sempre, fichas sujas declarados. Enquanto precisarmos de leis que proíbam votar em certos homens de reputação duvidosa, quiçá acertadamente manchada. Enquanto tudo estiver como está, enquando o jeitinho brasileiro prevalecer com um sorriso cínico no canto do roso, nada mudará! NADA!


Congresso Nacional: A casa do povo? Vá até lá e diga que irá usar o banheiro em sua própria casa para ver o que irão lhe dizer, SE disserem algo.




@adilsongl

21 de setembro de 2010

Percebe?

Quiçá ser a plenitude do que somos. Ah! Quisera eu ser o que idealizo ser o meu melhor. Mas se fosse, qual seria a graça? O aprendizado? A esperança? Qual seria? Se houvesse...


A relatividade do que pode ser o melhor, a plenitude é extensa demais para que possamos compreendê-la. E quando digo extensa me perco em imaginações e teorias para formular uma ideia do que realmente seja.


É tanto pique, muito mesmo. Porém, de curta duração. É tanta idealização, deveriamos buscar a felicidade em frente ao espelho para não colocarmos todas as nossas expectativas em outras pessoas. Que engraçado! Formamos nosso próprio reflexo idealizado sob pessoas diferentes.


Tudo depende. Depende tanto de tanta coisa. Coisas que dependem. Dependem tanto de outras coisas que dependem de outras dependentes das mesmas que dependem das dependentes da dependência. Está tudo interligado, associado em uma cadeia de sucessivos acontecimentos que desencadeiam o que está predestinado a cada um de nós. Ou não. Há quem não acredite em destino por não gostar da ideia de que não tem o controle total sob sua própria vida. Legal. E tem? Temos? Quantas coisas acontecem sem nenhuma explicação lógica? Quantas coisas sentimos, temos certeza que existem a ponto de nos guiarmos por elas mas não temos a minima noção do que seja?


COINCIDÊNCIA!
Ah sim, tudo bem...


Despertador chato! Saco! Tão chato quanto os compromissos inadiáveis marcados há meses, que sofremos cada dia que o antecede sem podermos fazer NADA. Vamos nos levantar e começar mais um dia, o que será de nós?

Estranha sensação de estar marginalizado à realidade. Quando você sai de manhã e leva aquela brisa no rosto, caminha por entre as ruas sem enxergar de verdade o céu azul com algumas nuvens... Percebe tudo isso, mas sente? Percepção e sentido são coisas distintas. É tão ruim perceber que não se consegue mais sentir como antes.

Percebe quanta gente finge que te quer bem para aproveitar-se de algo que tens? Percebe quantas gente lhe quer tão bem que se afasta com receio de que os próprios problemas prejudicem você? Você vê tudo, percebe. Mas sente? Sinta. Em plenitude!


@adilsongl

13 de setembro de 2010

À Deriva

Olá. Mais um final de semana comum terminando. Acabou. Começa a tão odiada segunda-feira, o tempo vai correndo e como sempre não dá tréguas. Saudades estão cada vez maiores e mais difíceis de serem sanadas, fazer o quê? Vamos seguindo em mais uma semana rotineira até para quem não tem rotina alguma. Vamos seguindo mais um dia qualquer, daqueles que quando pararmos para lembrar do passado nem estarão guardados em nossa memória de tão insignificante. Há vários! Final de semana está próximo: Porquê tanto alvoroço? Nada demais irá acontecer, são apenas dias de folga para a maioria das pessoas. Engano! Falha! Inocente falta de atenção. Chega a sexta-feira e está tudo exatamente igual, nada mudou e se mudou não será agora que iremos perceber, tantas minúcias que teremos a capacidade de enxergar só daqui há meses, anos... Quem sabe?

As noites são cada vez mais incômodas, e a escuridão já não é mais um refúgio cheio de paz como antes, há mais alguém aqui. Sinto-me observado, medo? Não sei. Não saberia, como posso sentir algo que não imagino como seja? Talvez. O sono consome, e o receio de ser capturado pela inconsciência está cada vez mais evidente. Vou para meu abrigo: O sono! É lá que esquecemos todas as dores e angústias. Ou deveria. Sono. Sonhos cada vez mais frequentes, cada vez mais estranhos e próximos. Sonhos que parecem estar dentro de nós, é apenas uma forma da alma figurar o que acontece ou irá acontecer, será? Que loucura cara!

Vamos seguindo em mais um final de semana rotineiro como todos os outros, vamos seguindo, vamos sorrindo, vamos sentindo, vamos mentindo. Sábado à tarde e o ocio consome a todos que estão parados sem expectativa alguma. Em frente a uma de tantas telas disponíveis pela tecnologia intrinseca a nossa vida atual, passando o tempo colhendo pensamentos prontos e padrões. Ou criticando-os.

Interfone: Oi? Por favor... Meu Deus! Não estou acreditando. É possível isso? É real? Minha nossa! Páginas e páginas de letras tornando as atitudes mais vis em meras formalidades. É assim que é. O dia se desmontou ao nosso redor e o chão não pode mais ser sentido, apenas o colo de quem está sempre contigo. Obrigado. Amigos? Aparecem nas piores horas, na felicidade a amizade é corriqueira. E no fundo do poço? Cada um por si, senhores.
Conversemos. Troquemos ideias. Você não. Você sim, obrigação. Você, por favor.

[Silêncio]

Vamos aos papéis, aos documentos. Tudo sendo feito na maior alegria e formalidade possível para afastar a emoção de um caso tão torturante. Ei! Segunda-feira novamente, não precisou-se meses para perceber a mudança, foi brusca demais! Deus! Vamos resolver o que falta. Vamos seguindo cada vez mais automaticamente, pensar dói demais. Folhas e mais folhas, histórias parecidas acontecem mas a grama do vizinho é sempre mais verde.

Caneta, papel, café gelado, gás acabou. Sol está quente mas sente-se frio. E o medo dessa frieza não ser do clima é constante e gigantesco. Árvores, folhas, tintas, canetas. Assino o nome várias vezes da mesma forma no mesmo lugar tentando de alguma forma acreditar que sou eu mesmo quem estou vivendo tudo isso. Será que lendo meu próprio nome consigo lembrar quem realmente sou? Consegues? Esperança. Pois o reflexo do espelho já não tem mais força para revelar o que vejo.


@adilsongl

3 de setembro de 2010

Porque não?

Senhoras e senhores,

Sejam Bem Vindos!

- EEEEI! Vamos direto ao assunto, pode ser?

Está faltando objetividade nas palavras e atitudes, por favor. Tantos rodeios, voltas e voltas para dizer uma só coisa? Tão simples... As pessoas estão condicionadas a dizer sim e abaixar a cabeça para tudo que lhes é proposto, por favor. Quando um não surge em qualquer que seja o seu tom, causa espanto. O não também foi condicionado a parecer uma atitude mesquinha e egoísta, através da negação de alguma coisa que foi pedida com todo o carinho e educação ensinados nas aulas de cinismo oficial, pagas em 10 vezes sem juros no cheque.

É realmente de caráter destruidor, esse tipo de comportamento tão corriqueiro, para quem ainda busca ou ao menos sonha com a justiça nessa vida ou menos ainda... Para quem conseguiu preservar sua inocente esperança de um mundo de verdade, com vidas reais, com sentimentos soltos, com palavras sinceras e com olhares comunicativos.

O que será mais nobre: Um não justo ou um sim covarde? Quem ama diz não ou quem ama nunca o diz? É por nunca terem ouvido um não com autoridade que muitos, hoje, estão perdidos por ai ou presos por aqui! Prefiro que me odeie por ter te feito bem do que me ame pela minha omissão, não há maldade maior.

[Palmas]

Estamos na era do politicamente correto, onde tudo deve ser feito para agradar todos mesmo que o resultado vá prejudicar a grande maioria. Confesso que isso me irrita profundamente, porque prefiro infinitamente alguém que diz o que pensa e age de acordo do que outros que dizem o que a moral ensina e agem como o poder exige.

Precisamos de mais pessoas que defendam suas ideias, precisamos que façam o que deve ser feito independente do lucro! Pensadores clássicos estão sendo moldados para justificar a putaria que está assolando a convivência das pessoas. "A verdade é relativa." OOOOOH! Até certo ponto, concordamos, não? Mas isso não abrange muita coisa que temos visto por ai, por aqui e acolá! A tolerância exacerbada está acabando com a ordem e o respeito, a verdade pode até ser relativa mas a honestidade... AAAH! A honestidade é absoluta!

Senhoras e senhores, Obrigado.

Adilson Guimarães
@adilsongl

19 de agosto de 2010

Roda Viva


Vemos muita coisa, estamos ficando loucos com tanta informação! Minha nossa, o que é que temos que saber? Por que tudo isso que já aprendemos parece ser tão insignificante a cada novo desafio imposto, exposto? Não sei mais que música ouvir, que livros ler, que programas assistir, se é que devo assisti-los. Está difícil ser honesto por aqui, está muito difícil manter a coerência.

Me pego observando os fatos, os traços, os marcos e me permito imaginar como deveria ser, em um lapso de racionalidade inevitável - Espere ai: Não vai ser! Dou-me conta de que é isso, não será como deveria ser. Afinal, se tudo fosse como deveria, que méritos seriam dispostos? Ah! Mas isso não nos permite desistir de todos os sonhos e objetivos, não. A busca deve ser, e isso sim é como deve ser, incessante na direção do que se quer de coração.

Mais uma vez, de novo, novamente, outra vez me perdi nos meus próprios pensamentos e possibilidades, nessa procura insistente de encontrar o sentido disso aqui. Cadê? Onde está? Existe? Talvez. Que torturante, viver sem sentido, por ver além do objetivo, ficar enxergando sempre além, sempre o fim. Mas é o fim mesmo, não é o final da busca e o inicio da realidade e sim, o fim da concretização. Paro. Penso. Se tudo irá esvaecer como o dia se desfaz em escuridão, pra que toda essa ansiedade? Essa ganância descontrolada? Explique-me. Suplico-te.

Outras pessoas estão vivendo os meus sonhos, infelizes, por conveniência. Eu vivo os sonhos delas, infeliz, por conveniência, ou quem sabe? Sobrevivência. Sei lá! É tudo questão de oportunidades, a quem são dadas, quem as aproveita. Porém, tudo virou uma bagunça! Os sonhos estão trocados. Ei! Você! Desfaça isso, por favor.
Vamos! Torcer para que tudo dê certo. Ora essa! Nunca gostei desse “torcer”, me soa tão confortável, não? É algo que mascara uma posição de submissão a tudo o que está acontecendo. Vamos! Corra atrás do seu, eu vou ao meu, e assim a roda começa a girar, sem parar, cada vez mais rápido. Perdemos-nos nessa caça ao tesouro! Cá estamos. Eu. Tu. Nós. Vós. Cá estamos. Onde? Sabes dizer onde? Sabes saber alguma coisa do que está inserido? Talvez.

Essa roda gira cada vez mais depressa, sem pressa, e tudo se vai, dispersa. Acreditar adianta? Ajuda! Não resolve, acredite, mas não seja só crença. Seja atitude meu caro, seja caro, seja querido, não um salafrário! Seja raro.

Enquanto a roda continua a girar, quem está por cima vai cair a menos que saiba a hora de segurar e quem está embaixo, muito embora tenda a continuar por onde está pode subir tão alto quando o próprio sonhar. É a roda da vida, que não para não, de girar.

Não fique nervoso, ansioso além da conta. Tudo acontece na hora certa. Não espere que aconteça, não torça para que aconteça. Mas preste atenção, esteja preparado para quando acontecer. Esse é o segredo.



Adilson Guimarães Lima
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