10 de dezembro de 2010

Desejo sem lembrança

Que ensurdecedor! Não há mais nada a ser feito, mesmo sem aprovação da razão usaste todo o teu empenho com emoção para que pudesse colocar em prática o que achava ser certo. É a última vez. Pela última vez. Sempre a última vez, né?


Abafou-se qualquer possibilidade de reação espontânea e dia após dia todas as fantasias tem sido massacradas. A realidade faz questão de marcar presença! E a presença, meus caros, é real! Sinta-te abafado. Todos aqueles belos e longos campos arejados e extensos não passam de um buraco escuro e silencioso.


É lá. É ali. Foi ali. Tudo não passa disso. De onde tu vieste é o mesmo lugar para onde voltarás. Tu e ele e eu. Pare de tentar substituir o que já está consagrado em tua memória. Pare de desesperadamente achar que alguma coisa virá para girar o mundo e as mais profundas lembranças. Ah!


Desejo eterno de uma mente sem lembrança alguma. Apenas sentimentos e intuições, quem dera? Adianta não. Chame teu fantasma para a varanda. Senta-te. Ofereça um café... E assim poderás ter um vestígio de paz ou se preferir os tenha como algoz, pro resto dos restos.


Para quem ama a justiça, é doloroso constatar que não há nada além dos portões dos mais nobres valores. Porque lá fora é mundo, e mundo é bom ou ruim, do bem ou do mal. É sentido e interessado. Justiça depende totalmente e exclusivamente dos méritos. Bondade ignora-os e a maldade... Melhor retirar-me.


Tudo são flores e sempre serão quando se está precisando e quando se está disposto. Tudo é eterno enquanto convir. Toda eternidade é pouco na comparação inundada de sentimentos latentes. É perfeito até percebermos que realmente ela não se mostra enquanto sobriedade. Tudo é incrível até o mundo ser apenas teu. Meu.


O mundo é mundo desde que o mundo é mundo, mas o mundo que é o verdadeiro mundo só pode ser visto por quem está nele e nele vive, consciênte. Já que as pessoas criam o seu próprio mundo e colocam apenas quem as fazem bem. E o mundo egoísta e individual é um reflexo, como se fosse uma parte do coletivo e real. O pequeno mundo é consiso de bem e de mal e não de méritos e muito menos de justiça.


Seja como for... Porque hoje você está estranho. E o sempre? É uma condição.



@adilsongl

7 comentários:

Samantha Sousa disse...

Você sempre me surpreende. Cada palavra, você faz com que os pensamentos se guiem na naturalidade de cada fonema. Esplêndido. :D Você me inspira, Adilson s2

Fabiana disse...

mas no final... quem somos para valorarmos os tais valores alheios?
a justiça, e a percepção de mundo...
tudo sempre tão relativo...

nossa carcaça jaz agora sem lembranças... as mesmas foram corroídas pela acidez contida nas desilusões mundanas.

que nos convence de estarmos convencidos para depois desconstruir todas nossas ilusões e filosofias de achismos.

muito bom ;]

Lucas Adonai disse...

nossa, muito bom texto
parabens pela coerencia contida
abraçs.

Alexandre Rodrigues disse...

Adorei o seu texto!!!! Muito bem escrito!!! Parabéns pelo blog. Abraço.

Pedro Lima disse...

blog interessante...
Qual foi o melhor filme de 2010?
PARTICIPE DO MELHORES DE 2010
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Dih disse...

Tem selo no meu blog para vocÊ !! =D
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Rony Phanuelly disse...

é, hoje eu estou mesmo estranha.
Adorei o texto.
Parabéns. :D