25 de fevereiro de 2011

O último dos românticos

Aqui... Jaz mais um homem, um coitado que perdeu toda a noção do ridículo e da realidade por ter apenas sido amado, iludido, invejado. Aqui jaz mais um homem... Toda aquela felicidade e jeito maroto de lidar com a vida se foram naquele mesmo instante em que a tarde transcorria e ele admirava aquele rosto liso e ainda inocente.

Lá se foi ele, entregar-se e pular completamente de ponta nesse sentimento que só ele tinha certeza de sentir. Que só ele sentia ter certeza. Apesar de noção nenhuma ele fazia planos como gente grande, muito embora soubesse que seria difícil acreditava realmente que tudo seriam apenas fases e fases, como costumamos acreditar.

Até que ele cansou e decidiu se entregar a sua juventude, afinal não era possível um garoto ser tão entregue a alguma coisa pela qual tinha que lutar em dobro, lutar sozinho por dois. Muito pouco tempo depois ele manteve sua decisão como era de costume, a demora refletia-se na força que tinha cada tomada por ele.

Mulheres vieram, homens entraram no seu caminho e ele atropelou todos. Os desafios? De letra até que enfim começou a se arrepender de ter sido tão forte, porque agir como herói enquanto é apenas um homem, fraco e cheio de temores?

Depois de tanta tentativa frustrada ele pode dizer o que guardara há anos dentro de si, que gritava pelos olhos e brilhava em cada palavra que dizia e escrevia. Depois de tanta tentativa frustrada ele pode dizer: Viver sem você tirou qualquer possibilidade de felicidade espiritual de mim, foi tão ruim e tão difícil que se eu tivesse tido coragem teria me matado só para provar-te de que era impossível viver sem você.

E assim, ele existiu por todo o resto de seus dias, existiu com a lembrança de que poderia ter feito diferente. Apenas existiu enquanto poderia ter vivido intensamente. Assim ele sofreu a vida inteira e durante todas as suas experiências no mundo, sofreu por ter sido tão abençoado. Sofreu por ter amado.



@adilsongl

18 de fevereiro de 2011

Like a Stone

O canto dos pássaros anuncia um novo dia, novinho em folha e pronto para ser desvendado, desmascarado, vivido e interpretado. Donde os caminhos vêm e vão ainda ninguém se arriscou a dizer, quem sabe? Mil pensamentos inundam a mente e fazem com que nos afoguemos em idéias longínquas intrínsecas em nossa alma. Veja só aquela música que não sai mais da cabeça...


“Like a Stone I’ll wait for you”.


O ouviram assobiando ela por entre os corredores vazios daquela velha arquitetura planejada, e como uma pedra estamos pesados e jogados ao chão como se nada valêssemos, mas pronto para machucar quem for atingido logo depois de arremessados ao longe.


“I’ll wait for you”.

“(…)for you”.

“Like a Stone I’ll wait for you”.

Os planos de juventude já não valem mais como singelos sonhos, são metas. São objetivos traçados porque o cansaço dessa repetição de desgraças tomou conta dessa existência mera. Sinto que as idéias fugiram como em um passe de mágica ilusionista, onde está? Erro cada palavra escrita e o sentido não é hoje como eu gostaria, que confuso!


Sinto que é para toda a vida... Há amigos, bons amigos perdidos por ai que aparecerão sempre em boa hora, para nos ajudar, para ajudarmos, para vermos o quanto somos queridos. Obrigado... A verdadeira felicidade está na origem, na nossa origem, a verdadeira verdade é que sempre voltamos è ela, não de onde viemos ou de onde somos mas sim para onde pertencemos. Todos somos de algum lugar e de alguém, todos somos por um por que...


Cuidado para não confundir o que se é, com o que se tem ou o que se faz.. É preciso saber diferenciar para ser pleno, em plenitude a tudo o que desejamos.


“Like a Stone!”



@adilsongl

11 de fevereiro de 2011

Do cansaço...

Ah... Por tanto tempo esperamos por uma oportunidade, durante àqueles ociosos dias corrosivamente ermos. Enfim, num pequeno pódium improvisado eis ali um futuro, quem sabe um pequeno ensaio de perspectiva?

Agora é possível lutar e sonhar, ao mesmo tempo.
Logo de manhã cedo o sol ainda nem raiou, maldito horário de verão economizando o nosso sono! Dali não temos conseguido conviver com essa falta de plenitude em nós... Onde estamos? Detidos pela própria liberdade!

Veja só o que podemos enxergar daqui: Nesse pequeno tempo viajamos por ai, acredite... Sem rumo. Vejo os sofistas ludibriando a todos em busca de poder e riqueza, eles não têm amigos.

Digo logo que ele foi grande e só pensamos assim por conta disso... Quem acabou de passar por aqui, Sócrates... e fez uma jogada de mestre a que platão assistia cheio de atenção pois logo iria usá-la para mais tarde aplicar, cheio de ideologias... Grande homem! Da platéia estava Aristóteles, como um grande advogado do diabo prestando atenção em cada palavra em cada contradição da acusação para logo mais à frente negar tudo, minuciosamente.

Cansamos de tanta viagem pelo tempo, acredito que a nave quebrou no meio do caminho enquanto ainda era presente e ficamos por ali, presos ao passado.

Acordamos, cansados. Nos deslocamos, cansados e chegamos mais ainda. Diariamente vive-se um grande deja vú, tudo igualmente diferente do que já foi e se foi. Na verdade somos todos causados desta mesmice, dessa memória torta e insistente. Cansamos, senhoras e senhores... Cansou-se... Cansei das lembranças de mim mesmo, em mim mesmo.


@adilsongl

5 de fevereiro de 2011

E pelo atraso... Desculpe-me

Olá. Desculpe-me pelo atraso, tive várias pedras pelo caminho e elas me machucaram bastante. Tive também que cuidar de algumas pessoas que atravancavam o sucesso, mas por agora acredito estar tudo resolvido ou pelo menos em seus devidos lugares. E ah, aquele papo de guardar tudo para construir um castelo é muito bonito em poesia, mas durante o percurso só queremos nos livrar delas torcendo para que não mais nos acertem.

Estamos aqui hoje felizes por pessoas que gostamos e um pouco desapontados pela injustiça que podemos enxergar, aliás, os inimigos sempre são julgados como indignos de qualquer coisa boa não é mesmo? Vamos, somos humanos... É isso mesmo que acontece, ninguém fica feliz quando mesmo fazendo coisas terríveis contigo ou com alguém que nos importa a glória é alcançada assim... Ah... Parece tão fácil...

Roubaram nossos amigos, nosso amor, nossa paz e até nossa força. De graça, por nada. Deixaram-nos caídos ao chão e continuaram a chutar sem parar. Levantamos-nos até a próxima queda, muito bem planejada, diga-se de passagem.

Aqui começa uma nova etapa, sem tempo e sem espaço a serem demarcados. Tudo o que vivemos e sentimos, todas as quedas estão muito bem guardadas dentro de nós. Para quê fotos, vídeos, cartas ou lembranças obsoletas se há memória? Porque viver de passado se tem um presente gigantesco, ativo e um futuro incerto para nos preocuparmos?

Não me importo mais com você, aprendi a ser assim já que você insistiu tanto em me ensinar muito embora eu tenha resistido bastante. Nesse meio tempo, fiz coisas que nunca imaginei fazer, conheci pessoas de todas as estirpes e classes, estive em lugares que nem sonhava existirem e agora estou aqui – nascendo de novo para um novo ciclo, de um sonho antigo... Eu sou... isso daqui... buscando sempre o melhor e me livrando cada vez mais do pior, do que vem me atrapalhando há tanto tempo.

Tchau. Desculpe-me pelo atraso, tive várias pedras pelo caminho e elas me machucaram bastante. Tive também que cuidar de algumas pessoas que atravancavam o sucesso, mas por agora acredito estar tudo resolvido ou pelo menos em seus devidos lugares. E ah, aquele papo de guardar tudo para construir um castelo é muito bonito poeticamente, mas durante o percurso só queremos nos livrar delas torcendo para que não mais nos acertem. Para que não nos acertem mais...



@adilsongl

4 de fevereiro de 2011

Dia Feliz

Os últimos dias tem realmente sido torturantes, sinto falta de tudo o que nunca tive mais algumas outras lembranças de uma infância tão sorridente. Quem me dera ter de volta aquela inocente felicidade, quem me dera!


Na clausura dos pensamentos solitários a que me submeto constantemente, aprendi várias coisas, tomei nota e formei um conhecimento muito gostoso de possuir, mas apesar da razão ter sido trabalhada e lapidada de uma forma excelente meu coração doia e minh’alma clamava por liberdade.


Ao fim do túnel não há luz à primeira vista, e por trás de todo o tiroteio e feridos enxerguei naquele lugar um feixe luminoso, foi ali então que concentrei minhas forças... Apesar de não ter tido muita fé naquilo tudo, vejo que agora ele está cada vez mais próximo e nem que seja por alguns momentos há expectativa de ser jogado para fora dessa escuridão que hora foi acolhedora, hoje é perturbadora.


Não acordei feliz, não tive sonhos acalantadores durante a noite mas ao longo do dia pude sentir novamente esperança, isso mesmo... ESPERANÇA! Estamos vivos senhoras e senhores, vivemos um dia após o outro mesmo que isso não pareça tão evidente, mesmo que nos deixemos levar pelos acontecimentos da vida.


O pior de tudo não é ter tristeza e saudade fazendo parte de si, mas sim fazer parte de uma grande e saudosa tristeza. É dolorido e fraquejador...


Quando resolvemos nos abrir já que não aguentamos mais guardar nossos próprios segredos e também nos sentimos pesos a quem está do nosso lado sempre existe um caminho... Sempre existe uma luz, mesmo que seja logo após os tiros.


Eu quis, juro que quis dar toda a minha felicidade pra você. Juro que perdoei. Juro que fui muito mais do que achava justo. O que adiantou? Vejo que você não está bem, que está sendo levada pela consciência de outros. Juro que eu tentei... Agora, será duro, mas é essa a minha escolha.


Estou disposto sim, a enfrentar todas as consequências que isso irá me trazer. Algumas delas posso até prever...


Estou disposto sim, a ir contra a maré. Estou disposto sim, a ir à contramão do mundo. O sentimento realmente não mudou, o que ficou diferente foi a minha tolerância, o senso de justiça que dormia em mim, propositalmente, hoje está sobre mim. Justiça, sim! Podem vir...!



@adilsongl