26 de dezembro de 2013

De resto

Preciso do mundo. É tudo isso que ainda não conheço que me faz continuar de pé, porque essas coisas que surgiram até aqui são pouco. Muito pouco. Em conflito com as consequências das atitudes tomadas de cabeça quente por um garoto, um moleque, hoje sofro.

Quando imagino estar no controle da situação me lembro abruptamente que sou um reles resultado das cicatrizes que carrego até aqui, junto a algumas feridas. Pe
rder o controle é o mais perto que consigo chegar da paz. Essa mania de estar administrando atitudes e efeitos o tempo inteiro cansa. Dói, mas não tanto quanto as lembranças.

Um prodígio. Um injustiçado Um revoltado, revolucionário. Um moleque perdido. Um homem ressuscitado. Um projeto em andamento. Um cara animado. Um sujeito esperançoso. Um ex pessimista, aposentado. Um opressor. Um canalha formado. Um viciado.

Pelos cantos abusando da minha integridade, te torno um espectador temporário. Me torno uma vítima derrubada, ao chão. Sou forte, gigante, sábio e curado. 

Eterno escravo da falta de paciência, resultado de um efeito placebo estruturado com muito cuidado e pesar. Tudo é dor? Seja lá como for, daremos nosso jeito de escapar dela, de esquecer. O resto de orgulho ferido que persiste. O orgulho que persiste ferido ao resto de nós.

Buscando bem longe a solução para um vazio que não faz sentido algum. Se ali, onde havia tanta verdade, tanto sentimento, tanto valor, tanto investimento não serviu para nada, pra que servirá? Ser carne, ser navalha, ser otário, ser canalha... Estar emudecido é o que descreve alguém agora. Quantas palavras seriam necessárias pra entender o que ser passa?

Imagens. Fotos. Retratos. Desenhos. E o que passou perto de curar já se foi, já que deixar as coisas por perto nunca foi uma especialidade da casa. Da casa da solidão. Da observação. Da limitação. Aqui não, aqui não é mais lugar pra essa carcaça vazia e arrastada.

E quando... Diga-me! E quando o projeto for realizado e as coisas estiverem em seus conformes onde poderei comprar o remédio pra essa dor? Por favor, se for possível nos indique o caminho. Caso contrário já não fará sentido algum continuar. Vamos terminar por aqui?

Já não vejo como antes, já não sinto como antes, já não acredito como nada. Eu sou o nada. Eu sou o resto de tudo o que já passou por aqui. Eu sou um sobrevivente da enchente de merdas que inundou essa existência breve e pesada.

Quando os vilões se tornarem vítimas as coisas estarão parecidas com o que devem ser. Não venha me dizer o que fazer, não saberia da metade do que se passou mesmo que eu tenha tido a confiança de contar-te. Nem que tudo isso seja apenas um teste, passou da hora de começarmos a trabalhar na aprovação.

23 de dezembro de 2013

Platônizando

Há quem tenha o tom de tornar possível reviver momentos bons com apenas singelas palavras. Há quem lhe faça sentir vontade de fazer aquilo que já tinha caído no esquecimento. Há quem com uma hora tenha lhe dito coisas mais lindas que outras que conhece praticamente a vida inteira.

A partir de mim mesmo lembrei o que gostava de dizer e guardava, rabiscado em um pedaço de papel qualquer espalhado pela sala. Gosto das horas que passam devagar e do barulho que o ponteiro do relógio faz enquanto me lembro o tanto de coisas que gosto de ser e já esqueci do que se trata.

Fico aqui, analisando a minha volta todas as possibilidades e o vazio que se perfaz em tudo. Me pergunto: O que falta? E a resposta parece estar tão longe. Quem sabe um dia eu não a encontre? Dia após noite, nos atropelos da cidade as coisas se transformam em tudo aquilo que nunca passou pela imaginação. Nós nos viramos como podemos. Nos fantasiamos de felizes cidadãos poderoso e completos para passar despercebido pela dor que arranha.

Quem foi que disse que a luz é que traz a salvação se eu me sinto muito melhor nesse escuro? Aqui não preciso parecer nada, fazer nada, ser nada. Assim sou apenas o que sinto. O que ouço e quando quero ouvir. Aqui eu apenas respiro e me lembro. Enquanto me lembro o meu corpo trabalha lentamente para me manter calmo, como a mente que fosse da redoma do cotidiano.

Ah, confesso que quis você por perto diversas vezes para lhe mostrar os pormenores de tudo o que digo. Era ali, nas cartas que nunca escrevi que penso conseguir colocar um pouquinho de mim, perto de ti. E de todas as brincadeiras, nunca houve uma intenção tão sincera de tratar tudo com mais seriedade.

Ficar esperando as borboletas chegarem ao jardim nem sempre é o melhor plano. Um dia as coisas todas se cansam de estar como estão e na maior das atitudes loucas precisamos correr atrás do que nos encanta e cativa.

Incólume aos acontecimentos presentes andando com o passado preso aos tornozelos vamos seguindo em frente. Passaríamos por tantas coisas que seria até engraçado ler qualquer coisa parecida depois, porque diversas vezes me peguei pensando: Caramba! E se a correspondência for um sinal da loucura, dizendo serenamente pra sanidade tomar uma atitude mais segura e ir lá, buscar o que deve?

13 de novembro de 2013

Decepção


Decepção, que não encontra aquele caminho que pensava ser eterno. Decepção que interrompe o trajeto dos sonhos. Decepção que faz de uma pessoa importante, grande marca. Decepção é a consequência da confiança oferecida. Decepção é coisa que dói.


Decepção é a frustração da expectativa da alma. Decepção é o desfalecimento da esperança. Decepção é a mudança do olhar sobre alguém. Decepção é a morte de tudo o que foi feita em razão única e exclusivamente do bem.

Decepção, o resto de tudo o que existiu para se acreditar. Decepção é o traço errado de um desenho realista perfeito, até outrora. Decepção é não ter vontade de dizer mais nada, para não cagarem nas tuas palavras. Decepção é a falta de conhecimento da verdade. Decepção é ignorar o velho conhecido. Decepção. Decepção. Decepção. DECEPÇÃO DO CARALHO!

Decepção é o pôr-do-sol em um dia chuvoso. Decepção é o alagamento do asfalta mal feito. Decepção é o peixe morrendo asfixiado. Decepção é o pássaro caindo, com as asas cortadas. Decepção é o coração que dói só de lembrar. Decepção é coisa que dói.

Decepção é saber que poderia ter sido diferente. Decepção é a falta do retorno esperado. Decepção é a não correspondência do passado. Decepção... é jogar no lixo como uma coisa qualquer todo o sacrifício resultado de tanto trabalho. Que decepção. Decepção é coisa que dói.

Decepção é a imagem jogar na cara da imaginação que não daquele jeito. Decepção é o tapa na cara. Decepção é o sol de meio dia com um blazer de veludo. Decepção é a chuva gelada. Decepção são os pés encharcados. Decepção é o final da história sem graça. Decepção é a falta de sal da comida. Decepção é a lágrima que não desceu. Decepção é o choro calado. Decepção é a falta de um olhar tão importante. Decepção é coisa que dói.

Decepção é se colocar por baixo de todas as coisas, pra não se machucar. Decepção é se esconder de todas as coisas, pra não se ralar. Decepção é não falar nada, pra não se arrepender. Decepção é tudo aquilo que vem de dentro, lá do fundo, do âmago, com toda a sinceridade e não serve pra nada. Decepção é todo o esforço reduzido a termo. Decepção é a mesma situação que você esteve ser tão tranquila agora.

Decepção é não saber falar de tanto que leu. Decepção é não saber cantar de tanto que escreveu. Decepção é ninguém ler o que deveria ser bradado aos sete cantos. Decepção é ninguém ouvir o que estão sussurrando. Decepção é o caminho não ser mais tão agradável como na outra viagem. Decepção é o refúgio não guardar mais nada de nós. Decepção é um segredo que não é mais segredo pra ninguém. Decepção é uma coisa que dói.

Decepção é ser tudo aquilo que reprovava a vida inteira. Decepção é ver os valores sendo usurpados de qualquer maneira. Decepção é ver a seriedade sendo levada como brincadeira. Decepção é ser mentira e não haver qualquer coisa que se torne mais, verdade. Decepção é uma coisa que dói. Decepcionar é uma coisa que destrói.

6 de novembro de 2013

Se a imaginação fosse como era

Tuas mãos nas minhas se encaixam. Você é linda. Ao teu lado me sinto um homem muito mais poderoso do que costumo se, sozinho. Teu sorriso. Ahh... Você é linda. Antigamente você era uma garotinha sem muito conhecimento da vida. Tinha medo de sair na rua, tinha medo de falar o que pensava, medo era o que mais tinha. 

Tinha rosto de menina também, corpo de mocinha. Tua presença na minha se encaixa, eu sorrio. Tua voz melhorou, onde você encontrou essa segurança? Fico feliz em saber que as coisas tem melhorado e um bom rumo encontrou teu caminho.

O dia hoje está bonito, a cidade está incrível. A chuva cai por sobre as nossas cabeças, ou pelo menos tenta. As marquises nos protegem, nos escondem. Nossa, que mulher! Ei, espere aí! Pensei... Se foi. Sumiu.

Engraçado como os caminhos se cruzam, as oportunidades sem mostram e a gente as perde. Perde rumo atrás de mais diversão. Poder. Por pura falta de vontade, de necessidade, de paciência até. Quanta gente indo e vindo. Quero minha casa. Quero minha alma, minha alma de volta!

Desculpe, me perdi nesta redoma de devaneios mais que conhecidos. Como eu dizia: As coisas poderiam ter sido muito boas entre a gente, pena que cada um estava olhando pra um lado no dia em que passamos um pelo outro. Juro que se você existir mesmo, não vou deixar passar. O tempo só é relevante enquanto nos preocuparmos com isso, as coisas transcorrem além do relógio. As coisas dissolvem no asfalto ao mesmo tempo que pisamos em nossos sonhos pra podermos correr da chuva e chegar na hora do trabalho.

Onde você poderia estar nesse momento? Estou aqui, olhando pela janela as pessoas passando lá embaixo, se molhando, se protegendo e ganhando a vida. Há uma moça correndo, acho que está atrasada. Vi um cara cambaleando, acho que está drogado. Esse crack é foda. Não entendo como um cara se mete nessa, o cara tem tudo! Ou melhor, tinha tudo antes de usar essa pedra do diabo, né? Tinha fome. Tinha frio. Tinha solidão. Tinha dor. Tinha inimigos. Tinha dignidade.

Tenho que parar com essa mania de me perder em pensamentos, não há mapa que resolva. Uma porcaria. Cadê minha bússola? Como se usa uma? Liga o GPS. Odeio celular. Quero minha casa. Então, quando você resolver aparecer a gente conversa, que tal? Posso te mostrar alguns textos, a gente ouve uma música, come alguma coisa ou não fala nada, nem come nada, nem ouve nada. Não falar nada também é ótimo, já experimentou?

Que dia lindo. Tá nublado, chuvoso, preguiçoso. No dia que você resolver aparecer te mostro essa vista, prometo. Você tinha tudo pra ser muito encantadora. Seus cabelos longos, suas covinhas no rosto, tua pele lisa... Será que é assim mesmo? Vou te mostrar essa vista, prometo.

Quero obrigação não. Não gosto de dar satisfação, não. Não, não quero. Deixa, deixa pra lá.


5 de novembro de 2013

Cansaço


Destaco o cansaço que há aqui, se esforça para percorrer cada parte do corpo e doer. Desfaço qualquer momento de não sentir, para competir o tempo todo com o mundo.


Os olhos tendem a fechar enquanto as dores tentam impedir, fica difícil relaxar, descansar. Não quero mais nada. Não foi isso que pedi.

Como um lobo solitário que acabou de saborear uma caça, pouso meu corpo na primeira árvore e sombra que encontrar. E minh'alma assiste a tudo calada sem me ver partir.

Me sinto bem com o nada de despreocupação acentuada, descuidada e negligênte. Tudo o que passa por aqui, as vezes só passa e nem se dá conta da gente.

Onde resgatar as forças sem saber se as perdi, quem sabe nunca as tive e fora só me arrastando que chegaria até aqui. Um tempo bom, a solidão e a sobriedade que me castiga. Certeza e consciência de um louco.

Enquanto não chegar, aqui é o melhor lugar, confuso entre as nuvens que nublam o céu sob esse aroma de terra molhada. Curtindo um cansaço que é quase um irmão que acompanha cada ação e torna mais propícias as omissões. Aqui é o melhor lugar.

Já dizia F. Pessoa: "Há um cansaço de inteligência abstrata, e é o mais horroroso dos cansaços. Não pesa como um cansaço do corpo, nem inquieta como o cansaço do conhecimento e da emoção. É um peso da consciência do mundo, um não poder respirar da alma."



21 de outubro de 2013

A arrogância da confiança


Pecamos. Pegamos o tempo torto e cicatrizado até deixarmos calejar, quando as mãos o seguram de forma firme dá-se a sensação de que está tudo sobre controle. Afinal, algumas repetidas vezes depois de passar pela mesma história imaginamos como seria  e temos plena convicção de sermos capazes de manipular o final, ledo engano. HAHAHA

Com sua gravata, seu arco e sua flecha empunhados seguira em direção ao desafio no qual entendera por bem subestimar, não faltar com o respeito, subestimar apenas pela recorrência das vezes com que havia lidado com aquilo. Ah veja, que nobre surpresa da vida porque a sabedoria é construída sobre o entulho das certezas que ela mesma destrói.
Ali estava, uma jovem alma preparada para tudo com cada consequência medida. Desprovido de medo, sequer nervosismo o assolaria no que se colocava realmente natural desabou em sua cabeça, sua própria confiança. Segurança aquela que outrora o salvara em clara desvantagem, o fizeram reflexo grande demais e aquela luz assustava os demais, era demais.

Entre o receio de partir e o cansaço de ficar por aqui no mesmo lugar de sempre, todos ficaram em estado de alerta contando com sua possível iminente partida, em vida. Naquele olhar enxergava um caminho, utópico e descabido. Mas que parecia realmente ser o mais bonito, o que seria da verdadeira beleza sem um toque de platonismo?

O silencia é uma escolha para a desordem que as coisas se encontram dentro de si, qualquer palavra poderia talvez descrever a maior confusão que se apoderou do seu espírito. Uma rotina cansada, porém confortável que não o deixa estável, porque a sua estabilidade se mantém na guerra e na frequente luta. Quando o nada acontece por muito tempo sem dar trégua, o guerreiro se sente inútil.


Que a medida da confiança seja mensurada de forma a não iludir os caminhos a serem perseguidos, muito menos as ações a serem tomadas. Por que é no sucesso que o homem mais se perde, pois sua verdadeira face se mostra na guerra, nas batalhas que são submetidos os que sabem que a vida é uma constante, distante. Fora agredido de forma sutil e devastadora, a imagem refletida de si o traiu e ficou de joelhos por pura arrogância de sua própria confiança.

29 de setembro de 2013

Caminho tranquilo

Quem sabe a felicidade seja tudo o que enxerguemos como sucesso, um estado físico de plena satisfação pessoal. De longe as pessoas que se conectaram outrora tomam caminhos destintos, por mais que se identifiquem, o peso de uma por vezes é deveras intenso ao outro, desgasta.

Naquele caminho qualquer que já estamos cansados de conhecer, o imprevisto de um esquecimento bobo e casual fez mudar todo o curso da história. Toda a história em não querer desagradar ou entristecer alguém importante tornou tudo tão trabalhoso agora, veja, parado aqui ao som de uma sinfonia qualquer tentamos encaixar nossa alma dolorida e atabalhoada na harmonia das notas que transpõem uma de cada vez o maior reflexo de perfeição visto nesse mundo.

Quando a lealdade que criamos torna os efeitos tão acolhedores percebemos que estamos no caminho correto e nessa filosofia de vida podemos gerar nossos maiores potenciais sim, sem problemas. Isso é tudo o que um homem precisa as vezes para se manter de pé e para ficar bem não há nada muito além do que seja necessário, tudo que quero é a tranquilidade de um caminho correto.

Lembra, daquele casebre lá no campo com visto para os montes e árvores que abriram o pôr do sol? Está cada vez mais presente e recorrente, como uma vontade incomensurável de esquecer qualquer cólera causada nessa redoma de imbecilidades, das quais faço parte ostensivamente.

E seria ali ao som de uma bela canção e a sensação da brisa cortando nossa alma, onde quase não vemos o ar mas o sentimos enquanto percorre o caminho até dentro de nós. Seria ali, sim, que passaríamos a viver com uma imensa vontade de sermos parte dessa natureza que nos saúda à cada manhã. Ali realmente é o lugar que abriga os nossos sonhos e torçamos para que exista um igual para nos guardarmos também.

Vejo seu sorriso em mim toda vez que admiro a beleza pela qual fui tocado em algum tempo, essas rotinas e caminhos mal feitos não me atraem nenhum pouco, quero doação, não quero devoção. Respeito é algo que encanta a educação e por favor, retire essas idolatrias vis de perto. Não há tanta coisa assim que nos faça perder o medo de acomodar, não há mais alguma coisa que nos faça abrir mão do que nos faz sentirmos bem, são tão efêmeros. Em verdade, eu diria, se conhecesse a verdade de fato que tudo que quero é aquela tranquilidade... De um caminho certo.


25 de setembro de 2013

Triste palhaçada

Um dia comum, de poucas horas, ditas em pouco tempo da escuridão silente do restante de madrugada. Começava-se mais um dia sem tempo para que o sono tenha sido espantado, desperto a caminho da rotina, de perto o resto de um homem cansado.

Sua vida era séria, mas ele brincava. Seus problemas eram grandes e quando não aguentava mais guardar tudo em si, as vezes reclamava, mas preferia fazer uma nova piada. Provocar o sorriso alheio lhe agradava, é bem verdade, embora muito clichê para ser o seu verdadeiro escopo. Gostava de estar ali muito longe de ser pela alegria a se entregar, o seu verdadeiro motivo eram as brincadeiras aonde tudo era piada, assim a realidade se travestia de arte e se misturavam uma à outra de maneira que ninguém identificaria mais. Distinguir uma da outra então, muito menos.


Naquele ambiente de fuga que se sentia bem, o lúdico era mais importante e culminava sempre em sorriso, mesmo que fosse amarelo. Que medo pode haver por trás de um nariz vermelho? Mal sabia ele que a personalidade de um palhaço sai com água e a sua já se encontrava toda borrada por sua lágrimas.


Ficou triste ao perceber que as pessoas se abraçavam até se prender e não para transpor o carinho de um corpo para o outro. Quando viu que as pessoas eram apenas uma nota, uma peça de roupa, uma aparência de justa, chateou-se. Gostaria mesmo era de ter chorado, mas secara há tempos. Suas gracinha evidenciavam o flagrante desapego que o tornara cada vez mais independente e solitário. Fazia o bem por ser o correto e nada mais sentia a esse respeito, melhor do que ser condenado à culpa de consciência que lhe pesaria os ombros.

Era apenas um fim naquilo tudo, um homem se esvaindo em sorrisos que lhe formavam casca, em sua própria invisível torpeza que não tinha coragem de revelar, não acredita mais na felicidade, lhe doía uma dor vazia, insegura. Ele colecionava instantes e tentava se encaixar nesta triste palhaçada que é existir.

16 de setembro de 2013

Casual

Estávamos tão felizes ontem. Ontem já passou. Quando ouvíamos aquela música nos sentíamos mais fortes e capazes que todo mundo, que era nosso. Então a música parou. Não tem problema porque compúnhamos outras e cantaremos na roda de amigos. Mas cada um está entrege em sua própria canção, não ligam para o que você tem a cantar. Pouquíssimo tempo atrás éramos os caras mais alegres que pudesse existir, literalmente não havia preocupação, mal estar ou qualquer coisa que nos tirasse o foco, havia esperança e um pouco de dinheiro. Até que a realidade os engoliu outra vez.

Coloque-se em prática o que pensa e diz. Estou praticando o que digo ser certo. Mas se traveste em pura hipocrisia quando acha que não vale a pena gritar aos quatro cantos o que está realmente acontecendo. Realmente não vale, por que faria isso? Não sei. Também não faço. Faz sim... Parte da mesma hipocrisia que eu.

Existe paciência após a vida? Morreu. Morreu o  pai de mais alguém e o enterro será mais um rito social, uma ocasião para demonstrar o ser humano que devemos ser, um grande evento. Ao vento, nosso tormento se perfaz em frustração. De quê? Somos tão jovens. Que juventude é essa tão envelhecida? Não sei também, desculpe.

Como é ter um pai? Do mesmo jeito que ter uma mãe, só que homem. Você acredita em papai Noel também? Por ser homem  já se desfaz toda  a possibilidade de ser mãe, ou como se fosse uma. Que ideia. É mesmo, me expressei mal. Enfim.

Droga! Que sonho ruim, onde tudo dá errado. Preciso acordar logo e vestir o jeans rasgado e a camiseta branca frouxa para poder sair. Acho que assim tá bom. Poderia estar melhor. Sempre pode. Talvez, depende. Do quê? Do ponto de vista. Não. O quê? Nada. Faltou oportunidade.

Saudades. Saudades? De como era. Não, não vale a pena. O futuro não existe, está fadado a não existir. O passado é que é vil e onipresente, não tem jeito. Pode ser bom, mas incomoda demais. Verdade. Incomoda-te também? Depende. Do dia? Da noite.


Vou embora. Já está indo? Há muito. Na verdade estou aqui por uma pequena temporada, que já durou mais do que imaginei. Eu também estou indo ver o mar. Acho que vou ao campo, passar uns dias contemplando o silêncio. Que ideia. Já não se contempla o silencio em lugar algum; Os celulares já chegaram a todo lugar. Eu vou sem. Estou sem. Sorte a sua. Nem me diga.

30 de agosto de 2013

Glauco



Glauco caminhava pelo gramado com o olhar baixo, vigiando cada passo que seus pés calçados com tênis encobertos de poeira traçavam. Chutava uma velha latinha de refrigerante como se trocasse passos em um jogo de futebol, se imaginando em meio a um jogo disputado na final de campeonato. Sempre se perguntava por que não havia feito nenhum teste para o time da cidade. Depois de um último arremate naquele pedaço de metal amassado em direção ao gol imaginário ele para. Olhou em direção aos carros passando durante o trânsito engarrafado no horário de pico. Parou. Acendeu um cigarro enquanto pensava em qualquer coisa que lhe passava pela mente. Ultimamente não havia muitas coisas em sua cabeça com as quais valesse a pena se ocupar, por seu próprio ponto de vista. Ali ficou durante alguns minutos esperando sua condução para poder ir embora para enfrentar tudo novamente no dia seguinte.

De forma recorrente ele perguntava a si mesmo se estava fazendo a coisa certa para alcançar a devida felicidade, no que, aliás, não acreditava. Mais um no meio da história. Mais uma história no meio de várias outras e de outros transeuntes, indo e vindo sem trocarem sequer olhares, correndo, cansados, desistentes, esgotados. 

Sacou seu telefone celular e pensou em ligar, mas desistiu. Pra quê dar prosseguimento nisso? Pensou. Seria realmente necessário lutar mais uma vez contra sua própria vontade? Passara toda a semana bebendo saudade e já estava embriagado em demasia, com o pouco pudor que lhe restava levantou o orgulho e construiu um muro ao seu redor. Lá estava Glauco, desolado. Isolado do mundo envolto por sua capa contra a mediocridade, para ele era melhor acreditar que tudo não passavam de obstáculos para o seu aprendizado e evolução e não eram nada além de uma fase ou algumas fases. 

Pensar ser melhor, ser privilegiado, ser escolhido por vezes poderia trazer algum alento para um corpo andarilho sem muito rumo, em busca de um sentido além do continuar. Parar não é sinal de fraqueza, exaustão talvez. Glauco se reprovava e se culpava de ser tão ingrato com a vida, com a saúde que gozava e com as oportunidades que avistara em sua vida, apesar de todas as dificuldades.

Acendeu outro cigarro. Sabia que aquilo ali era a maior imbecilidade que um jovem poderia cometer, quando criança ele achava que dispor assim da própria vida conscientemente era muito reprovável. Quando adulto, já não achava mais nada. Quem sabe a verdade sobre o que realmente é válido fazer e do que é realmente necessário privar-se. 

Em dados momentos Glauco acreditava ter encontrado a conexão entre as coisas que aprendera, lera e as experiências que passou na vida. Pensou realmente ter chegado ao ponto de controlar suas emoções e saber o ponto certo de parar e mudar de trajetória e então ao passo que estava com os sentimentos em uma prateleira em que poderia manipulá-los e ser o dono da própria vida, tudo veio a baixo.  Quando ele pensava que sabia de tudo, já não entendia mais nada.

O ônibus não passava. Glauco continuava perdido em seus devaneios, observando o comportamento das pessoas fadadas àquela rotina até o dia que não estivessem mais por aqui. Ele não queria ser como todos, aposentados, reclamando da vida que levaram e do resto que ainda os esperava. Ele queria ser filósofo. Acendeu o terceiro cigarro e morreu um dia de cada vez.

23 de agosto de 2013

O mundo não nos deixa falar

Sofremos com a inércia que nos assola, esperando uma oportunidade pra sair daqui e sumir dessa rotina que já não diz nada sobre nós, muito menos nos deixar falar.

Fui pego pensando dominado por receio de um passado que percorre frequentemente um presente desvalorizado travestido de obra do acaso.

Fatos tornam inevitável diminuir o ímpeto de procurar o que lhe interessaria e cada vez mais olhar de soslaio, mantendo e aumentando a distância vez ou outra. Vez e outra. Vez. Outra vez. Outra...

Não, não é questão de estar bem ou mal, pois estamos além disso. Esta visão nos limita e traz consigo posturas indignas de equilíbrio. Ser algoz ou vítima, me irritariam de qualquer forma. A convicção além de egoísta é burra.

Todavia a escuridão seja denominada algo ruim, é nela que a maioria das pessoas prefere ficar, lá não há olhares, sorrisos, expressões ou qualquer coisa que possa vir a ludibriar a racionalidade. Os elementos presentes são de verdade e não montados, ali convivem os perfumes e os timbres de voz que acordam sentimentos.

Talvez o problema todo seja a luz, onde as cores se confundem e nos confundem, tornam lindo o que não cheira bem e nos fazem realmente acreditar nessa balela! Talvez tenhamos medo da luz porque ela nos mostra inevitavelmente ao mundo, um mundo que acredita no que vê.

Sofremos com a inércia que nos assola, esperando uma oportunidade pra sair daqui e sumir dessa rotina que já não diz nada sobre nós, muito menos nos deixar falar.

Enquanto desço a caminho de algum porto seguro, ouço os ecos em minha cabeça e de tão disperço assusto-me com minha própria sombra no sereno. Tão rapidamente descobri sua missão por aqui, lembrar-nos que estamos vivos, pulsantes.

17 de agosto de 2013

Devaneio arrependido

Sou um devaneio arrependido, entre caminhos e possibilidades. Sou a luz com destino em solidão, que cura com o riso provocado de uma graça sutil, que me faz bem. Sou a luz forte e solitária ao longe que enfraquece e atrai, quando rodeado de multidão.

Sou a vontade de chorar de lágrimas secas, de coração machucado e falta de fé. O caminho percorrido na madrugada vazia de almas, de volta ao status original, quase sou.

Mais um idiota na redoma de um grupo de amigos idiotas, mas felizes. Sou a dança sem molejo, a bebida sem apego e as lembranças que já não doem mais, embora perdurem. O desejo de esperança falida, racionalizado pelas necessidades de identificar-se.

Eu? Eu não faço a menor ideia, talvez deva ser como um jardim ensolarado de sábado na infância. Antes os pés queimados no asfalto do que a alma ferida de ingratidão e descaso. Apenas mais um devaneio arrependido apegado a si mesmo.

Eu sou o orgulho da insegurança que esconde a voz do espírito com medo de alguém ouvir. A hesitação se concretiza, institucionalizando a covardia social. Evito respirar para não te sufocar, apenas aguardo, mesmo que esse não seja o meu forte. Por que sou um mero devaneio arrependido, afogado em cicatrizes que perduram e ainda doem.

12 de agosto de 2013

O Nada é tudo. Tudo o que temos.

É meu filho, tudo que vivemos e fazemos é o nada. O nada é tudo. Tudo o que temos. Tentamos preencher o vazio dos nossos corpos com alguns copos de cachaça e nos tornamos cada vez mais humanos, terrenos e presos ao chão. Pela fumaça do cigarro as pessoas se confundem, fedem e ofuscam o desespero em se sentirem bem, feliz.

Afinal, qual seria a vida perfeita para um homem médio? Há uma grande dificuldade em determinar e manter um objetivo por muito tempo porque o tempo acaba sempre mostrando que pode não valer a pena, todo este ímpeto. Quem seríamos nós além do que aquilo que fazemos para nos tornarmos - ou tentar - nos tornar aquilo que admiramos, aqueles em quem nos espelhamos?

Quem, de uma vez por todas, vale a pena ser? Um idiota que se faz de sonso para manipular a todos ou um padrinho que ignora todas as leis sociais em pról de seus valores? Ou Tom, aquele que mantém sempre a calma estóica, um desapego a opinião e reação alheia...

Veja ela passando ali, não a conheço, mas agora sei quem é. Sua timidez e o meu receio acabaram se encontrando no meio desse caminho turvo e se deram bem, mas acabam não conseguindo passar disso hora por um, hora por outro. De tempos em tempos as oportunidades se vão por falta de coragem, no seu mais sutil sentido.

Tento falar e fazer com que as coisas saiam da melhor maneira possível, mas meus pensamentos não acompanham mais as minhas atitudes, tenho tido muita pressa em viver e pouca paciência em aprender a vivê-la, muito pouca. Estou tentando lhe dizer o que estou pensando, minha mente continua a mesma, mas meu corpo já não acompanhao que quero dizer, não tô conseguindo. Você me entende, meu filho?

E os dias se foram, os vinte e poucos anos que tanto falavam mostrou uma face verdadeira e amendrontadora, são as coisas batendo a porta da responsabilidade e as primeiras consequências dilacerando a esperança e o pouco espírito de criança que havia, isso pode explicar por quê tantos homens se tornam coisas inimagináveis em alguns anos. A pressão de se suportar tanta informação é cabal.

Nós continuamos por ali, nos esbarrando em bons momentos e trocando algumas palavras agradáveis enquanto admiro o seu sorriso, uma das poucas coisas que tem feito sentido. Meu receio de dizer alguma coisa mais séria acaba por minar tua esperança de se encontrar de novo e a tua timidez quando me encontra foge de um olhar mais fixo, nos escondemos atrás das brincadeiras até o dia que as barreiras forem ultrapassadas.

É meu filho, tudo que vivemos e fazemos é o nada. O nada é tudo. Tudo o que temos. Tentamos preencher o vazio dos nossos corpos com alguns copos de cachaça e nos tornamos cada vez mais humanos, terrenos e presos ao chão. Pela fumaça do cigarro as pessoas se ofuscam, fedem e ofuscam o desespero em sentir bem, feliz.

9 de abril de 2013

Mas que tempo vagabundo, esse.

O tempo passa e vamos ficando cada vez mais sozinhos, cada vez mais amargos. O que passa no tempo somos nós enquanto o que éramos e que gostaríamos de ter sido, some.

Somos vagabundos perdidos no meio da história, o que sabemos além do que insistem a dizer que é verdade? Vamos embora daqui, viajar por aí chegando a qualquer lugar desconhecido em outra dimensão, esvaindo na realidade sufocante de outrora.

Nos juntamos vez ou outra pra fugir dessa loucura em que mergulhamos, quem não escuta a música imagina loucura ao dançarmos felizes sem saírmos do lugar.

Está confuso e calmo, continuamos a fazer o que tem de ser feito para estarmos no jogo, desse sistema doentrio e hipócrita. Dizem que nos afundamos no poço por aproveitar os poucos momentos d eliberdade que nos encontram, mas não vêem que eles é que estão nessa redoma, vivendo como palhaços, depressivos e felizes, com medo de ser ingrato com os deuses, por puro temor de encontrar o próprio caminho.

Quem vem de lá torna-se cada vez mais importante e suas escolhas cada uma com suas consequências de sua própria responsabilidade. Quem sou eu pra dizer alguma coisa, se nem de mim que penso que me connheço estou no controle.

Por algumas poucas horas nos reconhecemos e nos completamos em meio a tantas diferenças, por que aqui não há normal ou patológico. Não há o que tão absolutamente certo, errado ou lógico. Somos vagabundos no meio da história interesseira e sem sentido, sem usar remos, já os jogamos fora sendo guiados pelo vento, aonde quer que ele vá.

E assim vai acontecendo e sendo aproveitado por quem já percebeu que nada dura eternamente, mesmo não sendo necessariamente efêmero tudo acaba ao menos da forma que é, tudo passa meus amigos, até a gente.

Talvez a gente possa se encontrar em outra lugar, em outro mundo ou lá fora. Naquela velha confusão de lembranças e pensamentos, quem sabe um sorriso não delate toda a satisfação de ter vivido coisas incríveis, que demore bastante para trasnforma-se em nostalgia, ao lado de uma paz sem igual de ter posido estar lá, estando aqui.

Ora! Mas que tempo vagabundo esse que escolhemos para nascer, disse o poeta. Veja, mas em que tempo nascemos sem escolher movidos pela plena sorte, consequência de outras escolhas de outras pessoas que agora começaram a se cansar dos efeitos.

Pois é, acho que falei demais seja lá do que tenha havido, do que tenha sido dito. Preciso correr! Ou acabaremos perdendo o nosso bonde de volta ao rodo coridiano, preciso terminar de perder toda a minha paz e criatividade antes de trabalhar naqueles papéis.

6 de abril de 2013

Devia Devaneios a mim mesmo.

Esperemos um pouco, vamos deixar as coisas em cima da mesa antes de irmos. A caminhada é longa e quanto menos peso melhor. Amigo! Deixe essa vaidade por ai, está te deixando feio, também vou deixar algo: Meu orgulho e minha tristeza. A saudade guardarei naquela gaveta, não quero usá-la por algum tempo.

As unhas continuam a crescer e o cabelo sem corte reflete o desapego ao físico. Vejo mal com um dos olhos enquanto caminho no escuro a caminho de casa. Nos encontramos pouco, nos conectamos o tempo inteiro e dormimos cada vez menos.

Indo e voltando o tempo todo sem parar parando no meio da cidade embaixo de uma árvore sobrevivente e perdida vendo a correria dos carros chegando em algum lugar, assim como os prédios espelhados que correm no ar a caminho do céu presos ao concreto no ar a caminho do céu presos ao concreto do chão, sendo alcançados apenas pelo vento de algumas brisas leves e esvoaçantes.

Somos tão pequenos quanto percebemos e tão gigantescos quanto nos sentimos, quando fechamos os olhos e não fazemos juízo de valor do que não chega até aqui, do que não nos toca.

Quem dera, se conseguíssemos viver sob o aspecto do que nos toca. Atrás do toque e da voz, após o perfume que chega ao ar e toma conta de nossa alma.

Em torno das brincadeiras os sorrisos se esforçam para manter a serenidade de um coração tranquilo e disseram: "Os palhaços também choram."

Descruzo os braços em sinal de coragem, em respeito ao medo que consiste em nós, desafio as coisas assustadoras a me pararem enquanto vivo assim, de peito aberto, provando ao mundo quem sou e ainda mais; Quem posso ser.

30 de janeiro de 2013

Homem da porta dos fundos


Estou aqui depois de algum tempo, imaginando datilografar em um quarto úmido e obscuro de uma cabana camuflada na selva de pedra secular e tradicional. Faria quem sabe de uma imagem qualquer a musa inspiradora dos poemas sublimes da madrugada enquanto o relógio soa teu som tão característico não obstante a música se reproduz por si mesma como em uma tabacaria dos anos vinte. Quem sabe o que se está falando?

Procuraríamos no mais profundo de nossa mente inconsciente uma razão para estarmos aqui aos devaneios noturnos e sorrateiros, tenho que confessar a falta que sentia disso. Deixamos nos engolir pelo gesso do mesmo sempre mais do mesmo que nem a maior das gentilezas poderia romper nesse momento, pois estamos esmagados sobre a tutela da responsabilidade dessa vida adulta e ingrata, que não nos deixa sonhar, que não nos deixar reclamar e que sequer nos deixa sentar na calçada e conversar sob a luz da lua.
Por mim eu ficaria aqui por algum tempo me encontrando entre as melodias da música e as palavras que surgem em turbilhão, por mim eu me recolheria a mim mesmo para me conhecer cada vez mais, ainda me lembro do dia que isso tudo teve início, muito embora não me arrisque a dizer se haverá fim.

Não me sinto assim, sou apenas um homem qualquer da porta dos fundos que passa por ai despercebido porque prefere assim. Deixa que os holofotes virem-se para quem os deseja tanto atrair e trabalhar em cima do que isso possa trazer, me diverte muito mais aqui na coxia vagando entre os pormenores das coisas, sozinho e lúcido.

Mundo! Gigantesco mundo que nos assusta vez ou outra com tamanha expansão, mal sabe ele, mal sabíamos nós até pouco tempo que aqui dentro o infinito pode ir muito mais além e não precisamos de nada nem ninguém para explicar isso. Guiamos-nos por sentir e esse não é o fim, meu amigo, ouça o que digo.

Mate a esperança, roube-a e a transforme em foco. Aplique no trabalho e seja um soldado, um espião e um capitão. Seja o jovem faminto de conquistar e o poderoso nostálgico pela simplicidade da paz. Seja grande, seja imperceptível. Assim como eu, há outro te observando e esperando para ver onde isso vai dar. A boa notícia é que depende de você, fazer. Ser e esquecer, na verdade não era isso que eu iria dizer. De que importa? Discursos são tão duradouros quanto à memória os guarda, ou seja, quase nada já que logo precisarão ser lidos por quem os escreveu.