22 de março de 2014

O que não deveria ser dito

Deveriam permitir colecionar alguns momentos, sabe? Pegar mesmo e carregar no bolso, até chegar em casa e poder guardar em uma caixa no armário.

Daquelas que não servem pra ninguém além da gente. Nem pra nada, a não ser pra isso. Alguns objetivos... Sei lá... Concha da praia, foto velha a se mexer, a carta quase a falar.


Que incrível seria recuperar-se, estar de novo naquele momento que nos ensinou o que pode ser felicidade. Ter alguns minutos de volta daquela viagem com os amigos ao litoral, quem me dera!


Receber um pouco de paz em que os olhares trocados se contemplavam e agradeciam por meio de um sorriso de contradição, puro e maledicente. Enquanto pensavam, mergulhados em devaneios, as mãos se reconheciam ao toques receosos daquilo se tornar necessário.


Caramba! Encontrei essa caixa por aqui e acabei viajando, quem disse que não é possível guardar bons momentos no bolso? A memória se encarrega de fazê-los aparecer, saudosos e satisfeitos.


Lembranças boas amenizam futuros temíveis e presentes sufocantes. Boas lembranças nos fazem sentir de verdade o que já passou, como se nunca os houvessem deixado ir.