30 de julho de 2019

Era você. Eu vi.

Essa noite sonhei contigo a noite toda e nada do que eu diga traduziria o sentimentos que tive ali.

Era você, eu vi, sentada na cadeira do cinema. Eu te olho. Você sorri. Era a imagem mais linda que já tive em frente a mim.

Essa noite sonhei contigo e de alguma forma voltei naquele dia, onde o dia a dia era te ter por aqui.

Era você, eu vi, deitada na rede, e minha cabeça pousada em seu peito, o silêncio era a própria paz dentro de mim

Essa noite eu sonhei que você estava aqui e eu estava aí e eu não ia embora dessa vez. Você ficava. Você sorri. Você ainda era alguém, pra mim

Era você, em si. Essa noite eu sonhei que estávamos de volta um ao outro. Era como a imagem de um quadro, eternizada em mim

Sim, era você, eu vi. Sorrindo. Sumindo. Tão longe. Era você. Foi você. Era uma vez eu, aqui. Acordei. Menti.

Essa noite eu sonhei alguma coisa, tinha a ver com você. Enfim.

16 de julho de 2019

O presente presente

Manter-se presente. A arte de estar aqui, agora e não em qualquer outro lugar. Aprendiz de investimentos, concede ao tempo a importância e a nobreza que lhe cabem.

Manter-se presente e não hipotecar seu futuro ao passado. Não viver voltando aonde não existe mais nada, sequer procurar pelo ar que respirou outrora, é, definitivamente, uma arte.

Manter-se distante das amarras do apego às cicatrizes que carrega no corpo, conseguir olhar como a uma obra no museu, contemplar, relembrar, aprender e só. Somente só. Estar aqui é uma dádiva.

Manter-se na estrada sentindo cada parte do corpo, os pés nos pedais, a mão no volante, no controle do próprio destino, caminhando e aproveitando cada paisagem, cada metro de asfalto, cada pensamento e que chega e se vai, como pássaros. 

É incrível estar aqui e agora, ter o controle de si, ter a força de um homem que conhece os caminhos pelos quais percorreu e que não tem arrependimentos ou medos. Tudo foi extramente necessário para se ser o que se é e para estar onde se está. 

Manter-se presente, como o presente que é o agora e não qualquer outro lugar. Não sofrer pelo que não mais há e finalmente, aproveitar os frutos de ter seguido em frente.

Manter-se tão presente que o futuro está logo ali, mas não há ansiedade alguma em chegar. O agora é bom de aproveitar. O passado é bom de relembrar. O céu é lindo quando está azul e também quando as nuvens chegam. A luz do sol é forte e esquenta e a noite reverbera o luar na alma.

Manter-se presente e forte. As costas largas. A boca em silêncio. Os olhos falantes. Os ouvidos atentos. Não é mal ser o que se é. Manter-se presente é uma dádiva que só se aprende depois que muito fugir para o presente, para o passado, até perceber que só se tem a possibilidade de ser, aqui, agora.

Manter-se presente e basta olhar quem tu és para saber o necessário. Quem fostes já não importa. Quem será importará em alguma momento, mas não agora. 

Manter-se presente é o maior presente que pode ser dado a si mesmo. 

Ter o controle, afinal, é entender que não se controla nada além de si mesmo.

Manter-se presente. A arte de estar aqui, agora e não em qualquer outro lugar. Aprendiz de investimentos, concede ao tempo a importância e a nobreza que lhe cabem.

Manter-se presente e não hipotecar seu futuro ao passado. Não viver voltando aonde não existe mais nada, sequer procurar pelo ar que respirou outrora, é, definitivamente, uma arte.

Manter-se distante das amarras do apego às cicatrizes que carrega no corpo, conseguir olhar como a uma obra no museu, contemplar, relembrar, aprender e só. Somente só. Estar aqui é uma dádiva.

2 de julho de 2019

Ainda.

Minha barriga ainda esfria. Meus olhos não se conformam de não poderem mais ver. 
Meus ombros pesam em carregar essa ausência. Essa incerteza. Esse orgulho. Esse destempero. 
Sou mais do mesmo de sempre misturado a uma parte inédita que aprendeu a sobreviver. 
Onde estão minhas palavras além de mim? Será que escrevo por mim?
Agora meus olhos só conseguem ver lugares, coisas e isso é o mais próximo de ver o que já viu, mas meus olhares não, meus olhares vão além.
Meu corpo ainda arrepia e vez ou outra sinto de novo aquela agonia. Tudo que criei ainda habita em mim. Tudo que virei pelo que fiz de mim.
Falta sabor...
Será que escrevo por mim ou por ti?
Talvez o sentido disso tudo esteja na falta de brilho, na falta de brio, pois escrevi por ti. Depois por mim. Depois já não sabia por quem, nem por quê. 
Hoje eu só escrevo porque sobrevivi. É parte de mim que vive, que pulsa. Hoje escrevo e respiro, não necessariamente nessa ordem.