29 de setembro de 2013

Caminho tranquilo

Quem sabe a felicidade seja tudo o que enxerguemos como sucesso, um estado físico de plena satisfação pessoal. De longe as pessoas que se conectaram outrora tomam caminhos destintos, por mais que se identifiquem, o peso de uma por vezes é deveras intenso ao outro, desgasta.

Naquele caminho qualquer que já estamos cansados de conhecer, o imprevisto de um esquecimento bobo e casual fez mudar todo o curso da história. Toda a história em não querer desagradar ou entristecer alguém importante tornou tudo tão trabalhoso agora, veja, parado aqui ao som de uma sinfonia qualquer tentamos encaixar nossa alma dolorida e atabalhoada na harmonia das notas que transpõem uma de cada vez o maior reflexo de perfeição visto nesse mundo.

Quando a lealdade que criamos torna os efeitos tão acolhedores percebemos que estamos no caminho correto e nessa filosofia de vida podemos gerar nossos maiores potenciais sim, sem problemas. Isso é tudo o que um homem precisa as vezes para se manter de pé e para ficar bem não há nada muito além do que seja necessário, tudo que quero é a tranquilidade de um caminho correto.

Lembra, daquele casebre lá no campo com visto para os montes e árvores que abriram o pôr do sol? Está cada vez mais presente e recorrente, como uma vontade incomensurável de esquecer qualquer cólera causada nessa redoma de imbecilidades, das quais faço parte ostensivamente.

E seria ali ao som de uma bela canção e a sensação da brisa cortando nossa alma, onde quase não vemos o ar mas o sentimos enquanto percorre o caminho até dentro de nós. Seria ali, sim, que passaríamos a viver com uma imensa vontade de sermos parte dessa natureza que nos saúda à cada manhã. Ali realmente é o lugar que abriga os nossos sonhos e torçamos para que exista um igual para nos guardarmos também.

Vejo seu sorriso em mim toda vez que admiro a beleza pela qual fui tocado em algum tempo, essas rotinas e caminhos mal feitos não me atraem nenhum pouco, quero doação, não quero devoção. Respeito é algo que encanta a educação e por favor, retire essas idolatrias vis de perto. Não há tanta coisa assim que nos faça perder o medo de acomodar, não há mais alguma coisa que nos faça abrir mão do que nos faz sentirmos bem, são tão efêmeros. Em verdade, eu diria, se conhecesse a verdade de fato que tudo que quero é aquela tranquilidade... De um caminho certo.


25 de setembro de 2013

Triste palhaçada

Um dia comum, de poucas horas, ditas em pouco tempo da escuridão silente do restante de madrugada. Começava-se mais um dia sem tempo para que o sono tenha sido espantado, desperto a caminho da rotina, de perto o resto de um homem cansado.

Sua vida era séria, mas ele brincava. Seus problemas eram grandes e quando não aguentava mais guardar tudo em si, as vezes reclamava, mas preferia fazer uma nova piada. Provocar o sorriso alheio lhe agradava, é bem verdade, embora muito clichê para ser o seu verdadeiro escopo. Gostava de estar ali muito longe de ser pela alegria a se entregar, o seu verdadeiro motivo eram as brincadeiras aonde tudo era piada, assim a realidade se travestia de arte e se misturavam uma à outra de maneira que ninguém identificaria mais. Distinguir uma da outra então, muito menos.


Naquele ambiente de fuga que se sentia bem, o lúdico era mais importante e culminava sempre em sorriso, mesmo que fosse amarelo. Que medo pode haver por trás de um nariz vermelho? Mal sabia ele que a personalidade de um palhaço sai com água e a sua já se encontrava toda borrada por sua lágrimas.


Ficou triste ao perceber que as pessoas se abraçavam até se prender e não para transpor o carinho de um corpo para o outro. Quando viu que as pessoas eram apenas uma nota, uma peça de roupa, uma aparência de justa, chateou-se. Gostaria mesmo era de ter chorado, mas secara há tempos. Suas gracinha evidenciavam o flagrante desapego que o tornara cada vez mais independente e solitário. Fazia o bem por ser o correto e nada mais sentia a esse respeito, melhor do que ser condenado à culpa de consciência que lhe pesaria os ombros.

Era apenas um fim naquilo tudo, um homem se esvaindo em sorrisos que lhe formavam casca, em sua própria invisível torpeza que não tinha coragem de revelar, não acredita mais na felicidade, lhe doía uma dor vazia, insegura. Ele colecionava instantes e tentava se encaixar nesta triste palhaçada que é existir.

16 de setembro de 2013

Casual

Estávamos tão felizes ontem. Ontem já passou. Quando ouvíamos aquela música nos sentíamos mais fortes e capazes que todo mundo, que era nosso. Então a música parou. Não tem problema porque compúnhamos outras e cantaremos na roda de amigos. Mas cada um está entrege em sua própria canção, não ligam para o que você tem a cantar. Pouquíssimo tempo atrás éramos os caras mais alegres que pudesse existir, literalmente não havia preocupação, mal estar ou qualquer coisa que nos tirasse o foco, havia esperança e um pouco de dinheiro. Até que a realidade os engoliu outra vez.

Coloque-se em prática o que pensa e diz. Estou praticando o que digo ser certo. Mas se traveste em pura hipocrisia quando acha que não vale a pena gritar aos quatro cantos o que está realmente acontecendo. Realmente não vale, por que faria isso? Não sei. Também não faço. Faz sim... Parte da mesma hipocrisia que eu.

Existe paciência após a vida? Morreu. Morreu o  pai de mais alguém e o enterro será mais um rito social, uma ocasião para demonstrar o ser humano que devemos ser, um grande evento. Ao vento, nosso tormento se perfaz em frustração. De quê? Somos tão jovens. Que juventude é essa tão envelhecida? Não sei também, desculpe.

Como é ter um pai? Do mesmo jeito que ter uma mãe, só que homem. Você acredita em papai Noel também? Por ser homem  já se desfaz toda  a possibilidade de ser mãe, ou como se fosse uma. Que ideia. É mesmo, me expressei mal. Enfim.

Droga! Que sonho ruim, onde tudo dá errado. Preciso acordar logo e vestir o jeans rasgado e a camiseta branca frouxa para poder sair. Acho que assim tá bom. Poderia estar melhor. Sempre pode. Talvez, depende. Do quê? Do ponto de vista. Não. O quê? Nada. Faltou oportunidade.

Saudades. Saudades? De como era. Não, não vale a pena. O futuro não existe, está fadado a não existir. O passado é que é vil e onipresente, não tem jeito. Pode ser bom, mas incomoda demais. Verdade. Incomoda-te também? Depende. Do dia? Da noite.


Vou embora. Já está indo? Há muito. Na verdade estou aqui por uma pequena temporada, que já durou mais do que imaginei. Eu também estou indo ver o mar. Acho que vou ao campo, passar uns dias contemplando o silêncio. Que ideia. Já não se contempla o silencio em lugar algum; Os celulares já chegaram a todo lugar. Eu vou sem. Estou sem. Sorte a sua. Nem me diga.