24 de dezembro de 2010

Ah, então é Natal?

Uma taça vazia, um livro de Nietzsche meio lido, uma vida... Uma saudade preenchida de ausência durante um ano sem sentido. Muita coisa importante foi deixado para sempre e o legado que nunca poderá ser apagado, o conhecimento. Daquelas histórias que vivemos nada poderá ser mudado, no futuro será cada um ao seu ritmo em busca do que puder.

Uma taça vazia, um livro de Nietzsche meio lido, uma vida... Uma saudade preenchida de ausência durante um ano sem sentido. Porque deixaste que fizéssemos coisas tão simples em momentos tão marcantes que se repetirão como uma tradição milenar? Agora toda noite esperarei ouvir tua voz.

Jesus é relembrado na televisão através dos filmes e documentários típicos dessa época do ano, as mães correm contra o tempo para deixar tudo pronto para a ceia de logo mais. Os filhos tão desleixados acordam tarde, pois nada mais importa, os presentes já foram comprados e os telefonemas feitos. Enquanto os religiosos fazem suas novas velhas preces e pedidos, os racionalistas buscam mais argumentos contra tudo isso em um boicote divino.

Enquanto ao fundo podemos ouvir uma orquestra reproduzir a mais linda das sonatas e o solo mais angelical de um violino lembramos de tudo o que viveu-se no último ano, confundimos fatos e entrelaços, embaraços que deixamos para trás sem termos tido a oportunidade de saná-los.

Ah, então é natal? Que bom que todo mundo está bem, de alguma forma... Que bom que podemos dizer a todos agora mesmo que seja com um olhar ou leve sorriso o quanto estamos leves, está bem... Nem todos. Talvez não tenhamos tido a oportunidade de nos mostrar e ainda tenhamos dificultado a oportunidade de quem interessassee nos decifrar, pelo esforço em manter o mistério, perdemos a verdade.

Uma taça vazia, um livro de Nietzsche meio lido, uma vida... Uma saudade preenchida de ausência durante um ano sem sentido. Dê-me minha taça, sirva o vinho. Pegue meu livro e encha-me de ideias para que eu possa racionalizar qualquer sentimento que toma conta de mim agora, toque um pouco de violão e diga feliz natal.

Uma taça vazia, um livro de Nietzsche meio lido, uma vida... Uma saudade preenchida de ausência durante um ano sem sentido. Ah, então é natal, mesmo?


@adilsongl

3 comentários:

Gustavo Paiva disse...

Apesar das festas, fim de ano é um período estranho de nostalgia... de "balanço geral". Mas não deixa de ser mágico, na minha opinião. E válido. Belo blog!

Juliana Matos. disse...

Acho válido também, apesar de tudo.
Adorei o seu espaço aqui Adilson.
Belas palavras.

Estou lhe seguindo.
Abraço, fica com Deus.

Palloma Diniz disse...

Curti seu blog, to seguindo.

bjinhs
pallomadiniz.blogspot.com