22 de dezembro de 2010

Então é Natal

Crescemos vendo e ouvindo e comemorando coisas que nem ao menos sabemos o sentido. Temos ídolos, temos preferências e outras tantas que nos fazem bem pela própria essência. Ao longo do tempo percebemos e desgostamos daquilo que era tão vazio, próprio para crianças, e aquilo ficará apenas em nossas nostálgicas memórias que nos fará sorrir daqui alguns anos.


Fases, músicas, pessoas, programas, livros e palavras, canções que contaremos para nossos filhos resumindo tudo o que nos fez tão bem enquanto éramos o que eles são agora. Vamos seguindo em frente, ora tudo parece tão remoto, ora tão aqui, tão agora, tão imediato, tão necessário.


Já prestaste atenção no quanto de tempo passou desde aquilo que tanta lhe atormenta? Já percebeste o quando de asfalto já andaste desde aquela última viagem que não sai da tua cabeça? Quantas pessoas já passaram pela tua vida depois daquela com quem sempre comparas à todas que conhece...?


Os felizes procuram as pessoas importantes nessa época, para tentar dizer um pouco de tudo aquilo que sente e que não teve a oportunidade de dizer o ano inteiro. Os infelizes criticam as atitudes levianas e massantes das pessoas que se deixam levar por qualquer costume sem saber explicar o por quê. Os perdidos tentam encontrar nessa felicidade toda algum conforto e na infelicidade alguma explicação para tudo o que se passa.


Feliz natal senhores. Feliz natal senhoras. Não se esqueçam de comprar os presentes, ein? Abraço? Pra quê? Recebo todo o tempo, não me importa se verdadeiros ou não. Recebo-os. Quero presentes, quero bens, quero vantagens, quero ser lembrado, quero ser presenteado. Quero tudo o que os outros não tem, quero ser diferente. Quero poder, quero poder. Quero poder mandar.


Há mais de dois mil anos as coisas vem sendo moldadas aos interesses dos que querem vender, vender, vender. Natal? Adoro comer panetone. Tomar um vinho tinto em uma bela noite rodeada de queridos familiares é muita agradável. Não há rituais, idas e vindas, crenças e costumes engessados que façam mudar o que penso. Não está errado comprar, não está errado curtir nem divertir-se. O que errado é esquecer o verdadeiro sentido disso tudo. A essência de toda essa mobilização.


Pois, nunca na história da humanidade agiu-se tão igual, sem questionamentos como no natal. O que é teu natal? O que é natal para ti? O que é você para o natal? O que é o espírito disso tudo? Talvez passemos a vida inteira vivendo como se não soubéssemos e agindo sem sabermos realmente o que há por trás de tudo isso. Quem sou eu para julgar?


Quem és tu para mudar? Quem sou eu para obrigar? Quem somos nós? Dois mil e dez anos: Dizem que a mentira tem pernas curtas. Quanto há de mentira que seja capaz de durar mais de dois milênios? Quanto há e verdade em teus argumentos?


Feliz natal!



@adilsongl

5 comentários:

Jefferson Reis disse...

Natal para mim foi ficando vago, vago. Hoje em dia é uma festa com muitos parentes, ou não. Na verdade nem isso tem. Cada um esta absorto em seu mundo particular e o de fora que se dane.

Unknown disse...

Gosto do natal ♥

Kaery Rodrigues disse...

Natal, tem ano que é bom e tem ano que é simplesmente um saco.
Mas apesar de tudo eu gosto do natal.
bjoks!
http://kahprincees.blogspot.com/
http://kaeryrodrigues.blogspot.com/
http://relatosdeumagarotaestranha.blogspot.com/

Anônimo disse...

Eu amo o natal.
E esse desinteresse sobre as origens de tudo no natal, e ate mesmo o real significado da data é triste.

Daia Scarlet disse...

o natal é uma data importante, pena que cada vez mais se torna uma data completamente consumista