Preciso do mundo. É tudo isso que ainda não conheço que me faz continuar de pé, porque essas coisas que surgiram até aqui são pouco. Muito pouco. Em conflito com as consequências das atitudes tomadas de cabeça quente por um garoto, um moleque, hoje sofro.
Quando imagino estar no controle da situação me lembro abruptamente que sou um reles resultado das cicatrizes que carrego até aqui, junto a algumas feridas. Pe
rder o controle é o mais perto que consigo chegar da paz. Essa mania de estar administrando atitudes e efeitos o tempo inteiro cansa. Dói, mas não tanto quanto as lembranças.
Um prodígio. Um injustiçado Um revoltado, revolucionário. Um moleque perdido. Um homem ressuscitado. Um projeto em andamento. Um cara animado. Um sujeito esperançoso. Um ex pessimista, aposentado. Um opressor. Um canalha formado. Um viciado.
Pelos cantos abusando da minha integridade, te torno um espectador temporário. Me torno uma vítima derrubada, ao chão. Sou forte, gigante, sábio e curado.
Eterno escravo da falta de paciência, resultado de um efeito placebo estruturado com muito cuidado e pesar. Tudo é dor? Seja lá como for, daremos nosso jeito de escapar dela, de esquecer. O resto de orgulho ferido que persiste. O orgulho que persiste ferido ao resto de nós.
Buscando bem longe a solução para um vazio que não faz sentido algum. Se ali, onde havia tanta verdade, tanto sentimento, tanto valor, tanto investimento não serviu para nada, pra que servirá? Ser carne, ser navalha, ser otário, ser canalha... Estar emudecido é o que descreve alguém agora. Quantas palavras seriam necessárias pra entender o que ser passa?
Imagens. Fotos. Retratos. Desenhos. E o que passou perto de curar já se foi, já que deixar as coisas por perto nunca foi uma especialidade da casa. Da casa da solidão. Da observação. Da limitação. Aqui não, aqui não é mais lugar pra essa carcaça vazia e arrastada.
E quando... Diga-me! E quando o projeto for realizado e as coisas estiverem em seus conformes onde poderei comprar o remédio pra essa dor? Por favor, se for possível nos indique o caminho. Caso contrário já não fará sentido algum continuar. Vamos terminar por aqui?
Já não vejo como antes, já não sinto como antes, já não acredito como nada. Eu sou o nada. Eu sou o resto de tudo o que já passou por aqui. Eu sou um sobrevivente da enchente de merdas que inundou essa existência breve e pesada.
Quando os vilões se tornarem vítimas as coisas estarão parecidas com o que devem ser. Não venha me dizer o que fazer, não saberia da metade do que se passou mesmo que eu tenha tido a confiança de contar-te. Nem que tudo isso seja apenas um teste, passou da hora de começarmos a trabalhar na aprovação.
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