16 de setembro de 2013

Casual

Estávamos tão felizes ontem. Ontem já passou. Quando ouvíamos aquela música nos sentíamos mais fortes e capazes que todo mundo, que era nosso. Então a música parou. Não tem problema porque compúnhamos outras e cantaremos na roda de amigos. Mas cada um está entrege em sua própria canção, não ligam para o que você tem a cantar. Pouquíssimo tempo atrás éramos os caras mais alegres que pudesse existir, literalmente não havia preocupação, mal estar ou qualquer coisa que nos tirasse o foco, havia esperança e um pouco de dinheiro. Até que a realidade os engoliu outra vez.

Coloque-se em prática o que pensa e diz. Estou praticando o que digo ser certo. Mas se traveste em pura hipocrisia quando acha que não vale a pena gritar aos quatro cantos o que está realmente acontecendo. Realmente não vale, por que faria isso? Não sei. Também não faço. Faz sim... Parte da mesma hipocrisia que eu.

Existe paciência após a vida? Morreu. Morreu o  pai de mais alguém e o enterro será mais um rito social, uma ocasião para demonstrar o ser humano que devemos ser, um grande evento. Ao vento, nosso tormento se perfaz em frustração. De quê? Somos tão jovens. Que juventude é essa tão envelhecida? Não sei também, desculpe.

Como é ter um pai? Do mesmo jeito que ter uma mãe, só que homem. Você acredita em papai Noel também? Por ser homem  já se desfaz toda  a possibilidade de ser mãe, ou como se fosse uma. Que ideia. É mesmo, me expressei mal. Enfim.

Droga! Que sonho ruim, onde tudo dá errado. Preciso acordar logo e vestir o jeans rasgado e a camiseta branca frouxa para poder sair. Acho que assim tá bom. Poderia estar melhor. Sempre pode. Talvez, depende. Do quê? Do ponto de vista. Não. O quê? Nada. Faltou oportunidade.

Saudades. Saudades? De como era. Não, não vale a pena. O futuro não existe, está fadado a não existir. O passado é que é vil e onipresente, não tem jeito. Pode ser bom, mas incomoda demais. Verdade. Incomoda-te também? Depende. Do dia? Da noite.


Vou embora. Já está indo? Há muito. Na verdade estou aqui por uma pequena temporada, que já durou mais do que imaginei. Eu também estou indo ver o mar. Acho que vou ao campo, passar uns dias contemplando o silêncio. Que ideia. Já não se contempla o silencio em lugar algum; Os celulares já chegaram a todo lugar. Eu vou sem. Estou sem. Sorte a sua. Nem me diga.

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