25 de setembro de 2013

Triste palhaçada

Um dia comum, de poucas horas, ditas em pouco tempo da escuridão silente do restante de madrugada. Começava-se mais um dia sem tempo para que o sono tenha sido espantado, desperto a caminho da rotina, de perto o resto de um homem cansado.

Sua vida era séria, mas ele brincava. Seus problemas eram grandes e quando não aguentava mais guardar tudo em si, as vezes reclamava, mas preferia fazer uma nova piada. Provocar o sorriso alheio lhe agradava, é bem verdade, embora muito clichê para ser o seu verdadeiro escopo. Gostava de estar ali muito longe de ser pela alegria a se entregar, o seu verdadeiro motivo eram as brincadeiras aonde tudo era piada, assim a realidade se travestia de arte e se misturavam uma à outra de maneira que ninguém identificaria mais. Distinguir uma da outra então, muito menos.


Naquele ambiente de fuga que se sentia bem, o lúdico era mais importante e culminava sempre em sorriso, mesmo que fosse amarelo. Que medo pode haver por trás de um nariz vermelho? Mal sabia ele que a personalidade de um palhaço sai com água e a sua já se encontrava toda borrada por sua lágrimas.


Ficou triste ao perceber que as pessoas se abraçavam até se prender e não para transpor o carinho de um corpo para o outro. Quando viu que as pessoas eram apenas uma nota, uma peça de roupa, uma aparência de justa, chateou-se. Gostaria mesmo era de ter chorado, mas secara há tempos. Suas gracinha evidenciavam o flagrante desapego que o tornara cada vez mais independente e solitário. Fazia o bem por ser o correto e nada mais sentia a esse respeito, melhor do que ser condenado à culpa de consciência que lhe pesaria os ombros.

Era apenas um fim naquilo tudo, um homem se esvaindo em sorrisos que lhe formavam casca, em sua própria invisível torpeza que não tinha coragem de revelar, não acredita mais na felicidade, lhe doía uma dor vazia, insegura. Ele colecionava instantes e tentava se encaixar nesta triste palhaçada que é existir.

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