Sofremos com a inércia que nos assola, esperando uma oportunidade pra
sair daqui e sumir dessa rotina que já não diz nada sobre nós, muito
menos nos deixar falar.
Fui pego pensando dominado por receio de um passado que percorre frequentemente um presente desvalorizado travestido de obra do acaso.
Fatos tornam inevitável diminuir o ímpeto de procurar o que lhe interessaria e cada vez mais olhar de soslaio, mantendo e aumentando a distância vez ou outra. Vez e outra. Vez. Outra vez. Outra...
Não, não é questão de estar bem ou mal, pois estamos além disso. Esta visão nos limita e traz consigo posturas indignas de equilíbrio. Ser algoz ou vítima, me irritariam de qualquer forma. A convicção além de egoísta é burra.
Todavia a escuridão seja denominada algo ruim, é nela que a maioria das pessoas prefere ficar, lá não há olhares, sorrisos, expressões ou qualquer coisa que possa vir a ludibriar a racionalidade. Os elementos presentes são de verdade e não montados, ali convivem os perfumes e os timbres de voz que acordam sentimentos.
Talvez o problema todo seja a luz, onde as cores se confundem e nos confundem, tornam lindo o que não cheira bem e nos fazem realmente acreditar nessa balela! Talvez tenhamos medo da luz porque ela nos mostra inevitavelmente ao mundo, um mundo que acredita no que vê.
Sofremos com a inércia que nos assola, esperando uma oportunidade pra sair daqui e sumir dessa rotina que já não diz nada sobre nós, muito menos nos deixar falar.
Enquanto desço a caminho de algum porto seguro, ouço os ecos em minha cabeça e de tão disperço assusto-me com minha própria sombra no sereno. Tão rapidamente descobri sua missão por aqui, lembrar-nos que estamos vivos, pulsantes.
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