Vou-me embora daqui, para outro lugar. Vou para um lugar calmo e tranquilo que me equilibre, algum lugar, qualquer um deles, perto do mar.
Quero acordar de manhã com a luz do sol e o barulho das ondas perto da janela e não ter que olhar relógio, despertador, reunião ou compromissos sem sentido.
Vou-me embora daqui, mas não vou sozinho - quisera - vou eu e a tristeza, que se tornou uma companheira inseparável. Já não consigo me livrar dela.
Vamos morar juntos nesse casebre na beira do mar, escondidos pela mata e pelas árvores, finalmente não teremos a quem chamar.
Quando recebermos visitas, muito de vez enquanto, será para almoçar no domingo, convidaremos nossos amigos silêncio e vazio para dividir a mesa. Então, nós quatro, sem sorrisos, palavras ou sentido desfrutaremos do tempo e o veremos passar.
Ninguém mais virá nos visitar, acordaremos e nos alimentaremos e sairemos por aí, a caminhar... Vez ou outro me perderei dela, da tristeza, mas logo vai passar. Ela é boa em me encontrar.
Vez ou outra, quando ela for pescar, vou chamar o meu amigo vazio para me fazer companhia e pensar até que o pensamento trave e não encontre saída. Folhearemos alguns livros ou até mesmo alguns arquivos com as fotos de outro tempo, nos lembraremos do nosso amigo sorriso, que nos deixou.
Vou-me embora daqui, para outro lugar. Vou para um lugar calmo, sozinho, mas a tristeza vai me encontrar por lá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário