28 de abril de 2014

Obscuridade

Passando pelo mundo sem ser percebido, ouvindo de tudo... Mas não dando ouvidos. O caminho de um rumo tão procurado está ali posto à sua frente, não é como imaginava, aliás, como se imaginava não há mais nada.

Chegou até aqui despido de si mesmo. Como uma criança abandonada o passado ficou no meio do caminho, sem qualquer amparo. Ora! Reles mortal, mal sabia que naquela criança havia tudo que havia de melhor. Chegou até aqui alheio à verdades, reflexivo nas maldades e analisando a realidade.

As coisas como são ou elas são como deveriam ser?

Cortou os pés da paixão e seguiu o caminho de carona com a razão. Sem grandes emoções, a segurança era a maior aliada. Indo pra lá e pra cá até poder chegar a um lugar de calma e paz, porque tudo que se precisa às vezes é da calmaria de um silêncio.


Não estava inserido no padrão e justamente essa imperfeição que tornou as coisas atraentes, pela primeira vez o roteiro fugira do script. Dali em diante por vezes os pormenores insistiam em se tornar repetidos, mas diante de uma maturidade e desapego tão leves não houve. 

Passando pelo mundo sem ser percebido, ouvindo de tudo... Mas não dando ouvidos. O caminho de um rumo tão procurado está ali posto à sua frente, não é como imaginava, aliás, como se imaginava não há mais nada.

Um comentário:

Italo Stauffenberg disse...

Excelente o texto.
As vezes nos sentimos assim. Por mais que vistos, somos desapercebidos, obscuros vivendo como se tudo não passasse de escuridão.

Até breve!
http://manuscritoperdido.blogspot.com.br/