4 de abril de 2014

Sobre o controle

Tenho tudo o que preciso. Mais relevante é ter a capacidade de jogar com as cartas em mãos do que esperar, assim, alguma outra servir.

Tenho nas mãos tudo o que entendi, dedicado a ser melhor. Soldado auto de data, me tornei mais forte quando aprendi a mentir.

Tenho nos pés mais do que já torci, do caminhar tão em falso, estradas erradas que cansaram as pernas de tantas voltas.


Eu tenho aqui as mãos tão cansadas, sujas das lavras, marcadas de quando cedi.


Tenho no peito uma dor que assusta, agonia, labuta de um coração a resistir. Nas costas marcadas do peso da estrada que insisto em seguir.

Tenho um laço de sangue derramado que não me deixar partir. Tenho na mágoa a eterna caçada para entender o sorrir. Quando sorrir?

Pulo de ponta no encanto da falha, imperfeição que se espalha enquanto havia tempo de fugir.

Sobrou isso aqui, esperança montada da raça forçada, lembrar que sofri. Estamos de pé, ajoelhados na alma sob a parca vontade de ter controle de mim.

Estou de partida agora. Deixo a casa, o celular, meu nome e meus vícios. Vou atrás de mim mesmo, seguindo qualquer ponto de esperança que ainda vejo, na esperança de ter controle de mim.

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