16 de abril de 2014

Sobre a simplicidade das coisas

Não gosto de despedidas. Despedidas nem comemorações. Nada me agrada em marcar, sem ser marcante. 

Não gosto das dicas, dadas sem conhecimento ou propriedade nas emoções. Eu gosto da verdade. Mas não é da contada não. A verdade é boa quando vista, sorrindo, olhando e ora, até em uma comemoração.

Eu gosto mesmo é da brisa, o vento que carrega pra cima de nós a terra molhada chuva. Eu gosto do silêncio enquanto se pensa no que foi dito. Eu gosto de repassar as imagens na cabeça e sentir a mesma coisa boa de quando estive por lá.

É bom ver crescimento e evolução em um terreno difícil, com um clima ingrato. É gratificante acordar melhor a cada dia enquanto aprendemos o que é perseverar. 

Não gosto de marcar algo sem que tenha sido marcante.

Logo passa, de temporariedades que somos formados. Logo vastas, tão vastas as ideias pelas quais nos passamos. Logo. Logo, logo se vai. Se foi.

Sem beijos, sem abraços, nem últimos olhares. As coisas se desenrolam assim, sem premeditações, naturais e contraditórias. Engraçado como disse que jamais faria e me peguei, veja, fazendo exatamente. 

As coisas de verdade simplesmente se vão, deixam de estar sem deixar de existir. Elas morrem sem deixar ausência, apenas saudade. Em todo momento os seus pormenores se fazem presentes como se jamais tivessem ido embora.

Eu gosto mesmo é da brisa...

Quando a lua não iluminar mais nossas madrugadas tão vazias, vou me apegar à espera da chuva que está por vir porque eu gosto mesmo é da brisa, do vento que carrega sob nós o cheiro da terra molhada.

É quando sinto a reles mortalidade que se abate sobre mim. É quando pego a tristeza quase com as mãos e a abraço. É quando vejo tudo se esvaindo sem dar sequer um passo. Eu estarei aqui e sei que quando quiserem me encontrar, saberão que eu gosto mesmo é daquela brisa.

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