5 de fevereiro de 2016

Estrada da psicose

Acordou tarde, meio tonto e com mau estar. Em jejum, jejum de alimento ao corpo a à alma. Em jejum de si mesmo. As luzes do céu chegam tão nubladas aos olhos e incomodam. Melhor a escuridão, mais aconchegante. 

 - Meu amigo! Meu amigo de infância morreu cara! - Ele diz, inconformado.  - Preciso ir lá salvá-lo - Insistia, com lágrimas nos olhos.

Quanta insanidade!

Ele saiu correndo pelo portão com rumo às ruas e tudo o que elas têm a lhe oferecer. Se entorpeceu de químicas e pessoas vazias. Se encheu de energia ruim. Se perdeu. Se perdeu. Se esqueceu de tudo o que havia prometido ser e ao que estava preparado. Largou.

- É tranquilo, brother. Quando eu quiser eu paro. Eu resolvo. - Dizia com tamanha propriedade.

CUIDADO! Eles vão querer te pegar e estão vindo pelo céu. Além do céu.

Corre.

CORRE! 

CORRA!

Tá tranquilo, tudo bem, já passou. Nem pesou. Nem pensou.

Take easy, maaaan. hahahaha

Completamente tomado pelo efeito daquilo que deixou que tomasse conta de seu espírito, movido em um corpo fétido e completamente perdido ele apareceu em meio a multidão. Irreconhecível! Seus cabelos bagunçados e suas roupas sujas demonstravam a podridão em que ele vivia.

Mais uma noite inteira até o nascer do sol. Mais um dia trancafiado em um paraíso. Mais um dia cheio de máscaras. Será que escolher o caminho certo é também escolher resolver os problemas que as irresponsabilidades alheias provocam?

Um erro. Um entorpecer. Uma escolha e uma consequência de desconfiança para o resto da vida. Uma vez. Um dia.

Tá chorando, meu bem? Quem é você? Seja homem. Agora vai chamar a mamãe?

Be a man. - Ele dizia.

Não importa os que dizem ser seus amigos, importa o que fazem. E o que fizeram?

Take easy, man! Está tudo sob controle, quando eu quiser eu paro.

HAHAHA

Parou. Acabou. Ele não parou. Pararam ele. 

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