17 de abril de 2016

Saudoso

Não há como explicar a falta que faz não existir mais nada. É o resto de uma memória vaga, mas deveras presente. Como se fosse o resultado de uma equação minuciosamente elaborada que necessita de uma teoria para ser entendida.

É o que sobrou de uma existência que já foi convicção e agora não passa de uma dúvida, uma experiência de mal gosto. Apesar de não haver mais dor em si, há vazio, um gigantesco vazio.

Disseram que o senhor veio nos visitar, mas não pude ver. Me disseram que queria me dizer algo, mas não entendi. Me disseram que estava por perto, mas meus olhos em descalabro não foram capaz de enxergar.

Cá estamos em um caos silencioso, entre balas que não podemos escutar quaisquer ruídos, embora tenhamos a completa capacidade de enxergar sua direção e as trajetórias que tomam.

De certa maneira, um homem brilhante e gigantesco, por outro lado um menino perdido entre as próprias convicções.

Disseram que o senhor esteve por aqui e veio nos visitar, mas não pude ver. Me disseram que queria dizer algo a mim, mas sequer consegui entender. Apesar de estar por perto, mas meu raso olhar não foi capaz de enxergar.

Sinto sua falta. Que a falta que sinto seja combustível para me tornar o que te orgulharia, meu velho.

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