Escrevo o que vivo, o que sinto, o que vejo. Escrevo sobre
mim, sobre as pessoas ao meu redor, sobre sentimentos, sentidos. Escrevo sobre
o que não vejo e sobre o que nunca vi. Escrevo sobre conhecidos, sobre amigos,
sobre alguma história que chegou até mim.
Por vezes acordo com uma história na cabeça, escrevo sobre
os sonhos que não lembro direito e tento encontrar uma narrativa a partir dos
insights.
Eu não me alivio escrevendo. Não é meu escape. Não é minha
fuga. Não é minha arte. A minha escrita sou eu. Eu próprio. Eu escrevo o que
sou, as linhas são reflexo de mim. Eu sou as palavras que marcam o papel.
Na verdade, tudo isso é uma tradução livre do que eu sou, do
que sinto, do que anseio e, principalmente, do que não entendo.
Escrevo sobre o que vejo, sobre o que não lembro mais. Escrevo
sobre o que passou e sobre o que teria sido. Eu escrevo enquanto caço dentro de
mim o sentido para as minhas próprias palavras.
Afinal, que sentido faço eu? Que tanto faço enquanto traduzo
friamente o que sou em um ritmo completamente fora de cadência.
Definitivamente eu não sei por que escrevo, mas sei que
escrever faz parte de mim. As palavras são parte do que sou, talvez a melhor
parte.
Enquanto o silêncio impera pelos dias, onde o cotidiano
enche a pouca paciência que cultivo, as palavras ecoam meus anseios. Quais
respostas terei das perguntas que formulo em cada verso?
Eu não me lembro quando comecei a escrever, só me recordo de
escrever. Me recordo de ir e voltar, de sufocar minhas palavras como quem não
quer revelar um segredo.
Não há nada mais verdadeiro do que as palavras, embora a
maioria das pessoas tenha desvirtuado seu significado, pois a palavra de um
homem é o seu maior tesouro, seu maior legado.
Eu não me salvo escrevendo, eu não me encontro, eu não me
entorpeço. Eu não sei por que escrevo, mas sei que pelas palavras serem a melhor parte de
mim, eu deveria cuidá-las melhor.
Por vezes não há razão para escrever, como agora. Por vezes não há
assunto. Por vezes escrever me parece apenas um lamento e eu mesmo odeio minhas
linhas soltas no papel. Outras vezes escrevo e leio algo que parece ser um
recado de mim para mim mesmo.
No final das contas eu não tenho resposta alguma e as minhas
palavras não concluem absolutamente nada, pois não sei sequer a razão pela qual
escrevo.
No entanto, escrever me faz sentir vivo. Ter uma razão para escrever me deixa feliz, mas as razões se esvaem como areia entre as mãos e o sentido desaparece.
No entanto, escrever me faz sentir vivo. Ter uma razão para escrever me deixa feliz, mas as razões se esvaem como areia entre as mãos e o sentido desaparece.
Definitivamente eu não sei por que escrevo, mas sei que
escrever faz parte de mim. As palavras são parte do que sou, talvez a melhor
parte.
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