9 de novembro de 2012

De um adaptar-se

E quando... E quando se percebe que a corrida atrás do sonho estava seguindo a direção errada? E quando todos os dias de sacrifício e dedicação, apesar da experiência e maturidade conquistados, na prática - sob a visão mais pragmática possível - foram jogados ao léo?

Aqui estamos calculando os prejuízos e possibilidades, não para continuarmos aos trancos e barrancos, mas sim para colocarmos as coisas em ordem. Será?

Nos adaptamos às situações que desenrolam-se em consequência de vários fatores, todavia deva-se, à partir de agora adaptar as circunstâncias aos seus anseios porque não devemos submeter nossa existência à sombra do acaso.

Sobrevivemos até aqui, e daí? Abriu-se o mundo, os horizontes, a independência é fixa e concreta. Estamos sozinhos, meus amigos. Procuramos desesperadamente uma forma de um adaptar-se ao que queremos, ao que se perdera e ao que se tem.

Em que pese estejamos tão fortalecidos em consequência disso tudo, ainda há um pormenor a ser esclarecido: E quando... E quando se olha no espelho sem reconhecer o próprio reflexo? E quando a alma deseja fugir para os anos atrás da infância, onde era possível ser, além de apenas vez ou outra estar feliz? E quando a caligrafia que começa bem desenhada termina como rabiscos aleatórios num verso qualquer de papel? E quando a busca de um adaptar-se se traveste de solução, e quando... isso tudo será mais para o resto da vida?

31 de outubro de 2012

Existir esvoaçante.

Meu violão está com uma corda faltando. Eu não arrumo. Eu estou com alguma coisa faltando, mas não me curvo. Falta uma porta no meu guarda roupas... As roupas estão melhores, eu não sei. Não arrume a minha bagunça porque eu bagunçarei de novo, preciso dessa perdição para me esconder no meio das coisas jogadas ao chão.

Quando algo que tanto se desejou da maneira que seria possível querer sem advinhar como seria se realizou, me deixou satisfeito. E só. Trabalho como se fosse para sempre, vivo como se fosse pra ser contente. 

Não. Nâo há sentido nenhum. Somos isso ai: um emaranhado de histórias, traumas, mágoas, saudades, alegrias desenvoltos e formulados pelas escolhas que fazemos a partir dos valores que acreditamos. Ou não acreditamos.

Estar sozinho é uma realidade por mais que estejamos rodeados de coisas e pessoas, jamais iremos estar presentes em seus pensamentos como se fossemos eles, seremos apenas partes de imagens soltas e sentimentos loucos, misturados e dissimulados.

Como se consegue ficar tanto tempo em alguma coisa, em alguma situação sem se cansar? Sem querer jogar tudo pro alto e morar no campo, passar o dia escrevendo e ouvindo música, ouvindo orvalho pelo vento, tomado de pensamentos difusos. Como? Como trabalhar e sofrer tanto para realizar um sonho que já se sabe, se perderá em um sistema montado por quem tem ganância correndo nas veias. Como ir embora vendo alguém cair? Seria como virar as costas vendo alguém lhe sorrir.

Tentamos não estarmos jogados, nos agarramos a qualquer chance de estarmos bem, iguais, em grupo e formais. Queremos sorrisos, bebedeiras, músicas e histórias. Queremos estar sempre envoltos de felicidade em um êxtase sem explicação. Nosso sonho é não ser sóbrio. O seu sonho é ser a consciência do mundo, em tudo.

Se foi fácil, difícil, justo ou não. Tanto faz. Quem tem menos terá que trabalhar mais e reclamar menos. Quem trabalhou menos só poderá reclamar se tem mais e quem trabalhou mais vai chegar a algum lugar para depois poder reclamar, aos seus filhos.

A gente não quer filhos. A gente não quer dar continuidade ao que conhecemos da vida porque temos medo de amar. Medo de gostar. Medo da obrigação de cuidar. Ou tanto faz, sei lá. Eu só quero as minhas palavras, as minhas vontades e a minha liberdade. Ser livre é poder ver, conseguir falar, sorrir sem chorar, matar o que nos destrói sem se dilacerar.

As situações subvertem-se e as coisas vão embora. Por algum motivo - que ainda não se conhece - voltam e então nos encontramos no mesmo lugar, com as mesmas angústias, perdidos do mesmo jeito, pelas mesmas pessoas. É por isso que há frieza: Para evitar que nos percamos novamente no mesmo labirinto.

Meu violão continua com as cortas faltando e minha gaita desafinou. O sono não me descansa, a cabeça não se liberta e quem estava por aqui, foi embora. Voou.

1 de setembro de 2012

Sem feitio para esperanças

Não, eu não quero mais escrever e perco as ideias brilhantes que me vêm à cabeça a todo momento. Sim, eu queria que uma dessas ideias me trouxessem a libertação que procuro, a paz que busco e alguma coisa boa, qualquer que seja ela que eu mereça. Um verso genial me ocorre e a memória se encarrega de sumir com ele pra nunca mais. Uma motivação poderosa toma conta do meu ser e logo menos se esvai em desânimo e descrença. Fé? Pra quê? Pra quem?

Tenho fome. Me alimento. Me contento, mas não satisfaço meu desejo. Mesmo sem aguentar como mais e mais e mais e bebo e como e nada me sustenta, meu sono descontrolado faz doer meu frágil corpo que mesmo com muitos cuidados parece não estar suportando essas atrocidades a qual tem sido testemunha ocular.

Vejo pessoas, conheço pessoas e com as interessantes mal sei o que falar. Nos encondemos por detrás da superficialidade dos papos corriqueiros sob a sombra da banalidade das palavras, a quanto tempo não fazemos dela nossa arte? Para onde foi o dom se é que algum dia existiu?

Liga uma música boa e deixa a melodia soar e tomar conta do espírito. Não! Desliga logo isso que eu quero silêncio, quero poder me ouvir, quero aprender e não ficar observando apenas. Quero participar e me perder no momento e não ficar percebendo como os outros o fazem. Tudo que eu quero já não faz mais sentido algum.

Tantas situações boas passaram e as ruins estão por toda parte para que aprendamos a lidar, já não fazem mais tanta diferença assim e nós vamos levando como possivel. Os amigos estão por ai, vez ou outra nos encontramos nos caminhos loucos do destino. Destino? Até pouco tempo era uma verdade absoluta, mas agora não passa de uma mera possibilidade que acarreta muitas outras coisas em um pacote do qual não estou nenhum pouco disposto a adotar para minha existência mediocre até aqui.

Engraçado como todo nosso esforço é esquecido e apagado pelo tempo e quando precisamos e acreditamos que ele irá resolver nossos problemas, BANG! Nâo é isso que acontece, no máximo ameniza um pouco o sofrimento, bandidos! Me enganaram mais uma vez.

Quem és tu, quem és tu para dizer alguma coisa se não reconhece sequer tua face no reflexo das águas limpas que correm. A natureza por si só já diz muita coisa, não preciso de mais nada para acreditar, o homem fez o seu caminho até aqui e usou do caminho do outro para chegar mais longe e é assim que as coisas funcionam, infelizmente. Seja como for, não há muito a ser feito no momento. Quem sabe o momento faça muito ignorando o seja lá o que isso venha a ser?


29 de julho de 2012

Por enquanto é o temos

Deixe o mestre tocar, tocar suas músicas enquanto o poeta se afoga em nostalgia de tempos recentes. Vamos seguir as linhas e estrofes daquelas belas imagens traduzidas por um errante qualquer em meio a outra noite caminhando para ser tão vazio quanto o sono que falta.

O que fora dito outrora era verdadeiro, mas não para ti. O que fora ouvido em outro momento pareceu sincero muito embora tenha sido apenas conveniência, mais uma delas, digo. Banho-me em trocadilhos infames para fazer-me rir, no desespero de encontrar o que havia perdido em algum momento da estrada.

Devolva-me logo toda a minha juventude, devolva-me logo a minha esperança que foi arrancada por um egoísmo infantil. Onde se meteste, determinação?

Um dia como esse foi tão esperado, onde algumas simples companhias podem salvá-lo ou torná-lo prazeroso. As pessoas vivem sonhando em serem felizes e perseguindo a felicidade sem ter ideia do que estão buscando. A felicidade está em um clima bom, em uma companhia agradável, em uma tarde ensolarada, em uma madrugada fria, em um texto bem escrito... Uma palavra bem dita, uma garagem bem feita, uma compra realizada, um plano determinado, uma meta traçada. É o que parece, ao que parece.

Obrigado seria preciso dizer pela ajuda e pelo apoio, pelos olhares apenas sorrisos seriam capazes de retribuição. O perfume, AH... Pela brisa que vaga por ai sentiríamos as pessoas e reconheceríamos as almas tão semelhantes como outras. Do que sentirás falta? Alguns momentos raros? Transformemo-nos em inesquecíveis.

Devolva-me logo toda a minha juventude, devolva-me logo a minha esperança que foi arrancada por um egoísmo infantil. Onde se meteste, determinação?

Como conseguimos deixar tanto tempo passar, tantas palavras sem dizer? Como conseguimos tantas coisas sem fazer, desfazer. Sobreviver e se entreter, continuar a sobreviver para esquecer, sem dizer, agradecer. Obrigado. Pelo quê? Não sei. Desesperadamente clamo, saudoso, chamo. Poetizo, engano. Resisto.

Devolva-me logo toda a minha juventude, devolva-me logo a minha esperança que foi arrancada por um egoísmo infantil. Onde se meteste, determinação?




27 de julho de 2012

Limite fulgás


Finalmente passou totalemente e o orgulho foi deixado de lado, já somos um pouco crescidos para sabermos separar as coisas não é? Sucessivas noites tem sido acompanhadas por completo, em claro, ao passo de que os pensamentos se confundem e não resultam em nada de útil ou sequer necessário.

Naquela redoma de desesperados por manter o pouco que têm vi olhares. Os que desprezaram e os que odeiam. Os que ignoram e pigarreiam. Os que riam e pensavam longe dali. Os que queriam, mas não conseguiam se concentrar. Ali eu vi um tanto de tantas outras vidas, outros valores e outras fortunas. Ali eu vi uma série de perspectivas sendo açoitadas pelo pragmatismo.

Por vezes a situação torna-se indisolúvel e as coisas tendem a ficar cada vez mais lentas, mais propensas à perda e a inércia que nesse caso, de nada valem. É possível ver e sentir o ar faltando a quem quer manter as aparências e o mesmo ar faltando a quem perdeu e procura desesperadamente o seu bem estar, e encontrará.

Não sei se seria alguma coisa de prepotente ou outra coisa de filosofia barata, mas a covardia pesa. O clima é um tanto consequência de outros fatores, será que deveriamos discutir ou nos deitarmos na esteira do comodismo? Não há nada mais propicio a isso do que a conveniência de ser desapercebido. Um dia espero nos encontrarmos em situação mais arejada para tomarmos um café e rirmos de tudo o que enche nossa pouca e rar paciência aqui e agora, se bem que eu prefiro coca cola, com gelo e limão, por favor.

Talvez seja besteira trazer alguns desses fatos às palavras ou parafrasear alguma ou outra angústia nessa noite sem vento, mas logo esse tempo envair-se-á e de nós restará apenas, novamnete - diga-se de passagem - àquela carcaça de cansaço corriqueiro.

Temos que parar um pouco com isso, parar um pouco de dizer o que não serve pra nada pra tentar desviar o foco do que se está pensando e se, realmente, isso for possível? Todos que necessitam saber, já sabem e não precisa ser dito. Parece uma loucura qualquer, mas e se não for? Parece com nada além do impossível e se tornássemos plausível?

Tornamos ao ponto principal da questão, a covardia pesa. Arriscar deixar tudo como estar e ter medo, viver com o medo é instinto, não tem nada a ver com coragem, mas a covardia sim. Precisamos de mais do que isso, estamos no lugar errado, lugar esse em que não queremos mais estar. Como se palavras fossem fazer alguma diferença, por quê as mesmas só tem poder para o mal? Quando para beneficiar nada corroboraria? Ora...

Veja só e lembre dos meus olhos quando lhe disse coisas importantes, não me justificarei. Não me desculparei, a menos que extremamente necessário. Não sairei daqui também, era só um desabafo. Pois estamos presos e ameaçados pela própria liberdade. Ouça, tudo irá mudar. Não digo que tudo irá melhorar, mas só de termos uma perspectiva nova, uma mudança, novos problemas já seria um começo.

Uma boa noite a quem passar por aquela linha tênue entre o resolver e o entregar-se de maneira submissa as incosciências humanas, adeus ou até logo tanto faz, é apenas o que se queria dizer com o que pode ser dito um pouco vice e versa.

12 de julho de 2012

Eu Lírico

Eu sou um ser da noite, perdido em devaneios antigos e obsoletos. Eu sou a própria noite em seu vazio e na mais pura essência de silenciar-se. Não me adapto muito bem a vida, a vida noturna que levam meus semelhantes socialmente integrados e descolados, muito embora ainda sim seja eu um ser, de noite, da noite.

Durmo, saio, ando e trabalho. Volto, cansado, exausto como um lacaio. Meu jantar foi um pedaço de pão recheado e o resto será o que encontrar nos assaltos noturnos em meus a algumas páginas escritas, outras lidas e o silêncio, donde àquele barulho todo provém na minha cabeça. Não penso que isso venha a incomodar alguém, não chegar sequer a ser relevante. 

Comi doce um atrás do outro e nenhum matou a minha fome, preciso é de sal e das coisas um pouco mais salgadas. Vejo o amor resfriar e se diluir como açúcar na água, vejo o café resfriar e as outras amizades sumirem da consciência. Elas existem e são incomensuravelmente necessárias e não me resta escolha se não torcer para que essa rotina louca e esse destino ingrato e injusto não me façam perdê-los por esses descaminhos que assolam minha existência.

Gostaria de ser um pouco melhor, um pouco menos dependente de carne e de corpo. Queria muito ter o total domínio de mim mesmo e das minhas atitudes bem como um pouco de ignorância para acreditar em tudo o que dizem ser conhecimento universal, seria de longe mais confortável.

Pensar, pensar, pensar. Nestas horas noturnas pelas quais acompanho o tic-tac do relógio vejo o quanto sou assim, triste e noturno, depressivo e nortuno, eu sou um ser da noite.

É agora que ninguém me vê ou sequer lembra de mim, pois estão perdidos na inconsciência do repouso e eu aqui solitário, me sinto dono do que quiser, olhando através da janela fechada o mundo que logo mais será tomado pelos robôs que nos temos transformado, vivendo civilizadamente de acordo com todas as regras impostas por ai.

Eu sou um ser da noite, perdido em devaneio antigos e obsoletos. Eu sou a própria noite em seu vazio e na mais pura essência de silenciar-se. Não me adapto muito bem a vida, a vida noturna que levam meus semelhantes socialmente integrados e descolados... Por ai.

4 de julho de 2012

Síndrome do meio do caminho.


Hoje comecei um novo projeto, no qual todas as minhas forças estão sendo empregadas. Hoje iniciei uma obra que há muito vem sendo realizada, mas agora com todo o foco e honra. Poderia ter sido menos complicado como quando nos é dado oportunidade, poderia ser um pouco mais agradável quando as preocupações são apenas aquelas inerentes ao objetivo a ser alcançado. Poderia ser, como nunca foi.

Cá estamos nós jogamos, perdidos no emaranhado da realidade que regida pelo tempo não dá trégua alguma. Todas as horas são utilizadas para preocupações ora relevantes ora psicológicas, nada a ver, meu irmão. Vejo os sonhos e como sonhávamos e sinto falta, não dos sonhos, mas sim de como eram que sonhava.

Vivemos sem parar para sobreviver, somos impedidos de pensar para receber, somos cerceados do direito de duvidar para seguir sem ataques, devemos ser, crer, dizer o que querem e não o que deveria ser dito. Não conseguimos terminar nada porque sempre há algo que impede. Não conseguimos terminar de começar nada por não haver apoio. Não conseguimos realizar pequenas coisas porque estamos sozinhos.

É a Síndrome que nos assola, a Síndrome do meio do caminho. De tanta informação a inteligência se perdeu, não se sabe o que é realmente importante e o que deveria ter sido, nenhuma mão é estendida em nosso encontro, muito menos quando o orgulho nos capacita a ficarmos cada vez mais solitários.

A gente não sabe o que fazer, o que dizer. A gente não sabe o que estudar e como trabalhar. Somos pressionados a fazer o certo o tempo todo certo como dizem ser certo tal como se fossemos robôs. A gente não sabe onde se esconder porque estamos sendo obrigados a esclarecer as coisas até quando fazemos o certo, mas com as pessoas erradas.

Por um momento, e esse momento foi tão veloz pensamos estar no controle da situação e as coisas não pareciam assim tão ruins onde as almas padecem em favor da produção do homem, onde a busca por riquezas e poder são o que dão o tom dessa sinfonia desafinada. Esse momento já passou, tudo que era vivo se desacreditou e é essa que é.

Somos largados e não sabemos por onde seguir, seria melhor passar o dia com o objetivo de não ser percebido em lugar algum? Quem se destaca no lugar errado é excluído. Quem não aparece na hora necessário é rechaçado. Quem acredita piamente em algo e não faz nada pelo que deseja é abandonado. Quem não tem condições para agir, sofrerá. Até quando? Somos filhos do nada, da história que vem sendo escrita sem muita aventura e das estórias que vem sendo contadas com muita manipulação. Nós somos o povo, os "zé ninguém". Nós somos o grau de água na areia e a gota de mar na água.

Somos o produto das manipulações e as consequências de escolhas bem antigas, segundo o que dizem. Não temos direito a nada, até a liberdade nos prende e segrega quando fazemos uso dela. Tens o direito de escolher, mas se não optar pelo que lhe dito será penalizado. OH! Preciso ir agora, estou sofrendo muito com essa síndrome. Preciso terminar de não terminar nada, pois ainda há muito meios do caminho para eu ficar.


26 de junho de 2012

Quando me faltou o sono.


É mesmo assim quando a madrugada deixa de encantar para assustar, tal como a chuva que alaga as ruas extremamente inundadas. Sem como ir ou mesmo sem caminho de saída nos encontramos isolados nas ilhas de ideias turvas e repetidas e vamos seguindo pelo rumo que for proposto já que assim aceitamos o que vier a acontecer. É mesmo assim.

Quando me faltou o sono que percebi o barulho ensurdecedor que o silêncio pode causar. Quando me faltou o sono as ideias tomaram conta da minha mente e fervilharam, a mil. Quando me faltou o sono lembrei de você e queria ir até lá onde estivesse para te buscar, para conversarmos a noite inteira. Foi mesmo assim, quando me faltou o sono tomei coragem para escrever de novo qualquer coisa que viesse a cabeça porque o coração já há muito guarda.

Olhamos para o lado e não há nada, aquilo que dizem estar dentro de nós já é conhecido até demais. Não faz diferença alguma. Vejo o mesmo filme algumas vezes e não posso fazer muita coisa, mas estou aqui. É mesmo assim, gostaria muito que alguém tivesse dito isso pra mim quando me encontrava atuando naquele papel ingrato e sofrido.

As coisas ruins acabam alguma hora e geralmente daríamos risadas se não estivéssemos ocupados demais sentindo falta das boas, que também foram embora. Não há solução milagrosa, se é que existe algo milagroso. Essa certeza que eu vejo em você, nos outros é invejável. Dúvidas, talvez seja delas que eu viva e me sustente onde as verdades que são perseguidas não sejam realmente as respostas desejadas, sejam apenas pretextos para fomentar as dúvidas e elas sim são necessárias.

Quando todo o meu corpo pedia agilidade e atenção, me mantive calmo, só pra contrariar. Enquanto o mundo desabava do meu lado me mantive inerte só pra ver o circo pegar fogo porque nada que venha a acontecer, salvo as coisas das quais temos mesmo medo, fará alguma diferença relevante. Então só pra contrariar eu não estou nem ligando.

Quase, talvez ninguém saiba o que está sendo dito agora. Não é momento para compartilhar o que quer que seja no mundo dito normal, alguns me disseram ser até imoral. Fazer o quê? São meus segredos, poucos e nem assim tão claramente contados. Fora realmente nesta hora, quando me faltou o sono.

Assim que o sono chegou ainda escrevia e me lembrava das coisas boas que foram embora, de quem me faz falta neste momento, das coisas ruins que vem e me assolam e daquelas horas que enrolam. Era meio poeta e meio louco, meio bêbado e completamente inescrupuloso. No imaginário tudo era perfeito e possível, na realidade era só o sono tomando conta do espírito. Espero que o pouco descanso que está por vir seja necessário para me manter de pé a cumprir todas as tarefas mais ou menos assim planejadas.

Quando os planos foram frustrados havia o plano B, mas na sequência desencadearia-se uma série de eventos que não comportariam planos. É, os planos geralmente não dão certo, é do improviso que a gente vive e de onde tiramos as melhores coisas nessa vida.

Quando me faltou o sono, eu escrevi. Quando o sono chegou, eu continuei. Quando finalmente dormi, tive que acordar. Na hora de descansar eu corri. Na hora de correr, me escondi. Na hora de te abraçar, me afastei e quando fui falar já havia esquecido o que dizer. As outras linhas escritas se perderam, apagarem-se pelo tempo desbotadas em um papel guardado no bolso.

Esses barulhos às vezes me assustam e outras me causam risadas. Quando me faltou o sono eu lembrei, quando o sono se foi nem me lembrei mais o que precisava. O sentido disso tudo somos nós quem damos, outras horas seremos existências vazias até encontrarmos alguma essência que faça sentido. É estranho ter certeza absoluta e comprovada de algo em que pareça um pouco impossível de acreditar.

E foi assim, como é. Quando me faltou o sono, eu fui eu mesmo, sozinho em devaneios perdido na realidade. Ninguém teria pena disso, não faria qualquer sentido. Aqui vai mais uma parte de mim transcrita em uma página em branco, tomara que eu lembre disso algum dia e me sinta bem, pois fora assim que curei meu espírito num dia feliz, muito feliz de uma noite que me faltou o sono.

26 de maio de 2012

Palavras Quaisquer

 Da página em branco o que poderia sair? Como em alguns momentos da vida nos encontramos frente a uma página, em branco, sem rumo e sem opção que satisfaça nossas dúvidas. Nas músicas de outros tempos mais inocentes e felizes tentamos por vezes buscar algum consolo, quem sabe alguma quota de êxtase.

Os planos haviam sido traçados com a força do vento e a determinação de um selvagem faminto, mas nos esquecíamos de que não temos nem essa força muito menos aquela determinação, nos sentimos deveras suficientes e transpassamos limites que não existem apenas para nos sentirmos mais perfeitos. Os limites sequer existiam, eles sequer existiam e estamos no mesmo barco e era tudo um sonho, demos de novo com a cara na porta da realidade.

Que solução ferrenha de nobreza de uma inteligência acima da média, não se falou nada a guardar para si tanta astúcia. Belo equívoco, mais um. Sem política, sem achismo, sem QI nada daquilo tem eficácia. Lembra-se do que falávamos? Há quanto tempo dizíamos? Nada mudou as coisas dificilmente mudam em seu âmago. Mudam-se as vestes, a maquiagem, as máscaras e alguns quilos quando muito.

Aqui, ali, ou em qualquer outro lugar escuro e solitário, deitado, vencido, desarmado e entregue a todos os obstáculos transpassados. Nem sempre quem vence todas as dificuldades termina vivo, vívido. Queria poder dizer muito mais, contudo é preferível manter-se calado, mentir-se recolhido, não, não é nada indicado.

Até quando viverás nessa redoma de conveniência? Vida perfeita é para quem não tem mais o que fazer, isso é utopia. Quantos caminhos seguiram para um mesmo caminho e quantas vezes tomamos diversas decisões para um mesmo fim? Será que realmente somos livres ou estamos condicionados as consequências às quais estamos ligados?

Venha cá, mais perto. Permita-me dizer que tenho muito a dizer, todavia não posso. Permita-me mais uma vez dizer que não posso, embora tenha muito a dizer. Mal saberias o que se passa em minha cabeça, quem somos nós quando estamos sozinhos com nossa mente, arriscaria a dizer que ali sim, ali sim somos nós mesmos. Nós e apenas nós somos capazes de nos conhecermos por inteiro, ninguém mais.

Quando liberamos um pouco de nós, dos nossos pensamentos e da nossa história é sinal de que houve uma confiança e algo de íntimo causado por um elo de afinidade, raro para alguns nem tanto para outros que não mantém qualquer tipo de critério. Esperaria não ter que confundir as coisas de novo, sofrer e acabar na mesma sina de começar ou dizer que começaria tudo novamente.

12 de fevereiro de 2012

Por vezes alguns passos para trás avançam mais que outros desesperados à frente, é preciso manter o controle, precisamos de equilibrio. O tempo se esvai por ai, nele mesmo, sim: O tempo voa, mas é preciso calma, precisamos disso.

Veja, olhe para mim e pense comigo; Tens tudo, vontade. É o que interessa, o que importa. Deixe que os outros levem suas vidas a fim de manter o efêmero, que façam de suas existências nada além de uma busca privada pelo trivial. Somos mais que isso. Somos sonhos. Somos luta. Somo sacrificio e ideologia. Somos mais que isso.

Venha cá, dê-me um sorriso. Que tal? Salve o dia com uma gargalhada bem dada, todos ficarão curiosos em saber o motivo, e um dia saberão que é o sabor de vitória ensaiando sua aparição.

Não há poder delegado que seja suficiente para reprimir a essência, do que é real. Eles podem usar do que lhes foi proporcionado hoje para o bel prazer, contudo nem imaginam que nós estamos em curso intensivo de sobrevivência, aprendendo a usar todas as cartas que existem, imagina, hein? Quando nossos meios forem melhores?

É incrível como passamos por vidas e vidas passam por nós, pela nossa, algumas vezes cheio de intensidade que logo cai no abismo do esquecimento, outras que pareciam estar fadadas ao inútil, tornam-se fascinantes. Engraçado, né? Percorremos o mesmo caminho mil vezes com destinos diferentes, mil e uma, mil e outras vezes se for preciso. Tal como o mesmo caminho se mostra para outro lugar, quando o destino é o mesmo não há caminnho dispar que faça se perderem.

Desejo-lhe tudo de bom e o mérito é todo teu. Desejo-me todas as provas pelas quais for necessário passar, pelo bem de minh'alma, as transporei.

E assim seguimos, iremos seja aonde quer que tenhamos de ir, se não mais fosse igual como outrora, o que há de ser? É nas ideias que nos encontraremos.


@diguimaaraes

21 de janeiro de 2012

Desafiado

Dificil obra do destino que coloca tudo à prova para nos alertar ostencivamente o valor das coisas, só não vê quem não quer ver, acometido pela cegueira do conformismo.
Vivemos em tempos agitados e de mudanças, constante dinamismo em que o rodo cotidiano faz questão de se manifestar, dando a falsa impressão de ócio. As coisas estão acontecendo e o tédio é uma escolha, um estilo de vida por vezes necessário à criação, à descontração, ao descaso e ao descanso mental.

Eis-lo aqui, necessidades que precisam ser saciados, não obstante não possam ser tomados como fim, a existência é eterna, mas a vida meu caro... é única. O Importante fazer o que deve ser feito na hora certa ou não, independente dos temores que a cólera social possa desencadear. A verdade está acima das podridões da ambição humana.

Estamos em uma situação desagradável, falta tempo, algum dinheiro, contudo temos paz. Por quanto tempo não desejamos isso? Não desejamos tê-la e deitar com ela para o desncaso noturno... Hoje temos, os maiores muros de ignorância já parecem ter sido superados.

Muitas outras coisas virão, evidente, precismamos evoluir, mas já estamos assumidos em uma definitiva forma para lutarmos. Veja, a corrente está muito forte agora para ser quebrada, vai ser preciso muito mais, lembra? Há pouco aguentávamos tudo sozinhos e calados, agora o único silêncio ensurdecedor... É o de tranquilidade.

Ao homem é preciso espírito de guerreiro para olhar em frente a enxergar êxito. O homem é guerreiro, mesmo que alguns façam questão de vestir o manto da covardia. É preciso vontade de mudar, melhorar, quem não tem medo não tem coragem.

É necessário encarar e seguir, olhar de frente o obstáculo sem parar ou retornar. Quem o transpassa pelo lado ou por atalhos apenas adia o encontro, nada mais; Já os que brigam e entram no jogo saem mais fortes e sentem-se fortalecidos. O certo é o certo a ser feito, mesmo que a hora não seja propícia, pois o errado veste apenas uma máscara de vantagem que logo menos, por certo, se esvairá.

Os desafios não vem quando estamos preparados, eles vem para nos preparar. à luz de um passado benm passsado, um presente entregue e um futuro nada incerto seguiremos nosso caminho. Sob um coração pulsante e uma caneça pensante seremos guiados pela existência, vivendo no limiar entre o novo e o antigo, o eterno e o já bem vivido.


@diguimaaraes