Estou dilacerado, mais uma vez. As palavras saem como lágrimas dos meus dedos. Minhas mãos tremem e isso tudo é tão tóxico que sinto vontade de vomitar.
Tentar entender é um erro, porque cavar mais profundamente um lugar que não se conhece pode acabar mal. Sempre acaba mal. É melhor, na verdade, evitar.
Ouço o que minha cabeça diz, o que meu coração grita, o que minha alma sussurra e não faço absolutamente ideia de qual caminho seguir, não consigo clareza no olhar.
Todos os dias são iguais, com dores no peito, com nó na garganta e só passa por uma questão de minutos e quando tudo está indo muito bem, por algumas horas, e até agora não sou capaz de explicar.
O mundo me levanta até eu sentir vertigem da altura e me arremessa contra o chão com a maior força que possa existir. Fui atropelado pelo destino enquanto corria tentando alcançar até onde não consegui chegar.
Me embrigado, me envergonho. Perco o controle. Vou parar aonde não sou bem vindo. Vou falar coisas pelas quais não sou mais ouvido. Tudo é deveras intenso e real, em que pese nada faça sentido.
Continuo a caminhada pelo deserto onde só vejo areia. O vento levou todos os rastros de pegadas e me apego, então, às miragens que minha mente cria para me manter vivo. Eu busco todos os dias por um abrigo, mas estou à deriva.
Meu peito parece pequeno para carregar tanta frustração, tanta tristeza e tanta rejeição. E eu continuo com sede, sabe-se lá por quê. E mesmo sem fome, suplico por migalhas.
Estou dilacerado, mais uma vez. As palavras saem como lágrimas dos meus dedos. Minhas mãos tremem e isso tudo é tão tóxico que sinto vontade de vomitar.
Quem sabe um dia meus olhos marejados chorem tudo de uma vez o que tem de chorar e aí, no outro dia eu acorde renovado. Mas por enquanto tudo que eu busco são migalhas para matar a fome que eu não tenho mais.
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