30 de maio de 2014

Sobre um orgulho tolo

Um orgulhoso se cala ao querer, porque é melhor precisar do que se render. Ele está sob suas próprias pernas e formula suas próprias regras sob sua própria razão.

Ao avistar o afastar de si mesmo gostaria infinitamente de gritar: NÃO! E segurá-la pelo braço para que não suma na primeira esquina. NÃO! Grita seu coração que se comprime causando sufoco e dor. NÃO! Por favor!

- Por favor... Lágrimas.

Lágrimas desceriam se não houvesse secado. O olhar baixo observa o chão imóvel, estático e inanimado. Onde está o sorriso que tanto lhe fez bem?

Lá vai... Mais uma parte de si que se perde a cada passo que dá na direção contrária. Lá vai, mais uma chance de conhecer um pouco de paz e felicidade, sem cobrança. Está indo a vontade de ser melhor. Por um orgulho tolo ele não grita. Ele não diz “fica!”. Ele não diz nada!

Por favor...

O silêncio é a marca registrada dessa atitude, ou a falta dela. Um orgulhoso se cala ao querer, porque é melhor precisar do que se render.

As coisas voltaram de onde parecem nunca ter saído. A estaca zero não é o seu ponto de partida, é sua morada.. Todas as passagens que fez questão de não fazer questão alguma, todas as oportunidades das quais abriu mão devem estar em algum lugar, reunidas e discutindo o quanto há de tolice neste homem.

Ele não sonha, vive os próprios sonhos. Ele acaba, como uma personagem e  não faz mais questão. Dizem que o orgulho é o complemento da ignorância. Dizem que um orgulhoso se cala ao querer, mesmo querendo muito. Porque é melhor precisar do que se render.

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