24 de setembro de 2010

Politicagem

Vossa Excelência, nego provimento ao recurso do ficha suja em favor da honestidade, princípio da moralidade e bem estar do povo brasileiro. Vossa Excelência, aceito o recurso extraordinário do candidato ficha suja porque acredito que se negarmos estaremos tirando um direito de um cidadão brasileiro que apesar de já ter roubado, sacaneado e feito pouco caso da confiança depositada na pessoa dele pelos eleitores, é um homem importante então não é tocado pela lei, ao meu ver.


Aproximam-se as eleições, eleições diretas para os principais representantes do povo nos poderes executivo e legislativo da nação tupiniquim. Avizinham-se a aplicação concreta da desesperança brasileira no futuro da política. A tevê está enfestada de posições políticas veladas e de falsas promessas de celebridades instantâneas. O rádio tenta manter um pouco de jornalismo sério e crítico em face da política brasileira apesar de estar perdendo espaço há anos: É melhor ficar deitado no sofá rindo das imagens de homens que vemos apenas de 4 em 4 anos nas ruas, tomando café com leite e tomando criancinhas no colo, dá pra rir um pouco. E o futuro? Tá perdido mesmo. Eu ganho um salário mínimo e não tenho tempo nem para estudar cara. Mané futuro!


Enquanto esclarecidos políticos dão a sua cara para bater aos ignorantes por uma causa em que só eles conseguem enxergar a gravidade, os cultos vão usando suas artemanhas um tanto quanto sofistas para manipular a falta de instrução da maioria e emergir ao poder e fazer o quê? Cumprir o papel designado? Não, usar em favor próprio e de seus aliados.


Não queremos nenhum salvador, nenhum populista metido a rei dos pobres resolvendo os problemas de todo mundo. Queremos apenas o básico, queremos dispor de um médico quando preciso de verdade, de uma escola que tenha aula ao menos, de calçadas varridas e lixos recolhidos, de pistas que não estejam tão esburacadas fazendo do chão das vias um reflexo dos rombos nos cofres públicos. Queremos apenas que os recursos destinados às areas definidas sejam realmente aplicados, dinheiro não falta, profissionais competentes também não, mas os desvios no caminho da verdade senhores, estão desviando também o Brasil para um retrocesso aos tempos áureos do coronelismo!


Dizem por ai que o futuro está em nossas mãos. Por favor né? Enquanto a maioria do país estiver vivendo em um curral eleitoral onde o que vale para o voto é a legenda de um partido ou de outro, é a cor e não as propostas e a honestidade do candidato. Enquanto votarem nos mesmos dinossauros congressistas de sempre, fichas sujas declarados. Enquanto precisarmos de leis que proíbam votar em certos homens de reputação duvidosa, quiçá acertadamente manchada. Enquanto tudo estiver como está, enquando o jeitinho brasileiro prevalecer com um sorriso cínico no canto do roso, nada mudará! NADA!


Congresso Nacional: A casa do povo? Vá até lá e diga que irá usar o banheiro em sua própria casa para ver o que irão lhe dizer, SE disserem algo.




@adilsongl

21 de setembro de 2010

Percebe?

Quiçá ser a plenitude do que somos. Ah! Quisera eu ser o que idealizo ser o meu melhor. Mas se fosse, qual seria a graça? O aprendizado? A esperança? Qual seria? Se houvesse...


A relatividade do que pode ser o melhor, a plenitude é extensa demais para que possamos compreendê-la. E quando digo extensa me perco em imaginações e teorias para formular uma ideia do que realmente seja.


É tanto pique, muito mesmo. Porém, de curta duração. É tanta idealização, deveriamos buscar a felicidade em frente ao espelho para não colocarmos todas as nossas expectativas em outras pessoas. Que engraçado! Formamos nosso próprio reflexo idealizado sob pessoas diferentes.


Tudo depende. Depende tanto de tanta coisa. Coisas que dependem. Dependem tanto de outras coisas que dependem de outras dependentes das mesmas que dependem das dependentes da dependência. Está tudo interligado, associado em uma cadeia de sucessivos acontecimentos que desencadeiam o que está predestinado a cada um de nós. Ou não. Há quem não acredite em destino por não gostar da ideia de que não tem o controle total sob sua própria vida. Legal. E tem? Temos? Quantas coisas acontecem sem nenhuma explicação lógica? Quantas coisas sentimos, temos certeza que existem a ponto de nos guiarmos por elas mas não temos a minima noção do que seja?


COINCIDÊNCIA!
Ah sim, tudo bem...


Despertador chato! Saco! Tão chato quanto os compromissos inadiáveis marcados há meses, que sofremos cada dia que o antecede sem podermos fazer NADA. Vamos nos levantar e começar mais um dia, o que será de nós?

Estranha sensação de estar marginalizado à realidade. Quando você sai de manhã e leva aquela brisa no rosto, caminha por entre as ruas sem enxergar de verdade o céu azul com algumas nuvens... Percebe tudo isso, mas sente? Percepção e sentido são coisas distintas. É tão ruim perceber que não se consegue mais sentir como antes.

Percebe quanta gente finge que te quer bem para aproveitar-se de algo que tens? Percebe quantas gente lhe quer tão bem que se afasta com receio de que os próprios problemas prejudicem você? Você vê tudo, percebe. Mas sente? Sinta. Em plenitude!


@adilsongl

13 de setembro de 2010

À Deriva

Olá. Mais um final de semana comum terminando. Acabou. Começa a tão odiada segunda-feira, o tempo vai correndo e como sempre não dá tréguas. Saudades estão cada vez maiores e mais difíceis de serem sanadas, fazer o quê? Vamos seguindo em mais uma semana rotineira até para quem não tem rotina alguma. Vamos seguindo mais um dia qualquer, daqueles que quando pararmos para lembrar do passado nem estarão guardados em nossa memória de tão insignificante. Há vários! Final de semana está próximo: Porquê tanto alvoroço? Nada demais irá acontecer, são apenas dias de folga para a maioria das pessoas. Engano! Falha! Inocente falta de atenção. Chega a sexta-feira e está tudo exatamente igual, nada mudou e se mudou não será agora que iremos perceber, tantas minúcias que teremos a capacidade de enxergar só daqui há meses, anos... Quem sabe?

As noites são cada vez mais incômodas, e a escuridão já não é mais um refúgio cheio de paz como antes, há mais alguém aqui. Sinto-me observado, medo? Não sei. Não saberia, como posso sentir algo que não imagino como seja? Talvez. O sono consome, e o receio de ser capturado pela inconsciência está cada vez mais evidente. Vou para meu abrigo: O sono! É lá que esquecemos todas as dores e angústias. Ou deveria. Sono. Sonhos cada vez mais frequentes, cada vez mais estranhos e próximos. Sonhos que parecem estar dentro de nós, é apenas uma forma da alma figurar o que acontece ou irá acontecer, será? Que loucura cara!

Vamos seguindo em mais um final de semana rotineiro como todos os outros, vamos seguindo, vamos sorrindo, vamos sentindo, vamos mentindo. Sábado à tarde e o ocio consome a todos que estão parados sem expectativa alguma. Em frente a uma de tantas telas disponíveis pela tecnologia intrinseca a nossa vida atual, passando o tempo colhendo pensamentos prontos e padrões. Ou criticando-os.

Interfone: Oi? Por favor... Meu Deus! Não estou acreditando. É possível isso? É real? Minha nossa! Páginas e páginas de letras tornando as atitudes mais vis em meras formalidades. É assim que é. O dia se desmontou ao nosso redor e o chão não pode mais ser sentido, apenas o colo de quem está sempre contigo. Obrigado. Amigos? Aparecem nas piores horas, na felicidade a amizade é corriqueira. E no fundo do poço? Cada um por si, senhores.
Conversemos. Troquemos ideias. Você não. Você sim, obrigação. Você, por favor.

[Silêncio]

Vamos aos papéis, aos documentos. Tudo sendo feito na maior alegria e formalidade possível para afastar a emoção de um caso tão torturante. Ei! Segunda-feira novamente, não precisou-se meses para perceber a mudança, foi brusca demais! Deus! Vamos resolver o que falta. Vamos seguindo cada vez mais automaticamente, pensar dói demais. Folhas e mais folhas, histórias parecidas acontecem mas a grama do vizinho é sempre mais verde.

Caneta, papel, café gelado, gás acabou. Sol está quente mas sente-se frio. E o medo dessa frieza não ser do clima é constante e gigantesco. Árvores, folhas, tintas, canetas. Assino o nome várias vezes da mesma forma no mesmo lugar tentando de alguma forma acreditar que sou eu mesmo quem estou vivendo tudo isso. Será que lendo meu próprio nome consigo lembrar quem realmente sou? Consegues? Esperança. Pois o reflexo do espelho já não tem mais força para revelar o que vejo.


@adilsongl

3 de setembro de 2010

Porque não?

Senhoras e senhores,

Sejam Bem Vindos!

- EEEEI! Vamos direto ao assunto, pode ser?

Está faltando objetividade nas palavras e atitudes, por favor. Tantos rodeios, voltas e voltas para dizer uma só coisa? Tão simples... As pessoas estão condicionadas a dizer sim e abaixar a cabeça para tudo que lhes é proposto, por favor. Quando um não surge em qualquer que seja o seu tom, causa espanto. O não também foi condicionado a parecer uma atitude mesquinha e egoísta, através da negação de alguma coisa que foi pedida com todo o carinho e educação ensinados nas aulas de cinismo oficial, pagas em 10 vezes sem juros no cheque.

É realmente de caráter destruidor, esse tipo de comportamento tão corriqueiro, para quem ainda busca ou ao menos sonha com a justiça nessa vida ou menos ainda... Para quem conseguiu preservar sua inocente esperança de um mundo de verdade, com vidas reais, com sentimentos soltos, com palavras sinceras e com olhares comunicativos.

O que será mais nobre: Um não justo ou um sim covarde? Quem ama diz não ou quem ama nunca o diz? É por nunca terem ouvido um não com autoridade que muitos, hoje, estão perdidos por ai ou presos por aqui! Prefiro que me odeie por ter te feito bem do que me ame pela minha omissão, não há maldade maior.

[Palmas]

Estamos na era do politicamente correto, onde tudo deve ser feito para agradar todos mesmo que o resultado vá prejudicar a grande maioria. Confesso que isso me irrita profundamente, porque prefiro infinitamente alguém que diz o que pensa e age de acordo do que outros que dizem o que a moral ensina e agem como o poder exige.

Precisamos de mais pessoas que defendam suas ideias, precisamos que façam o que deve ser feito independente do lucro! Pensadores clássicos estão sendo moldados para justificar a putaria que está assolando a convivência das pessoas. "A verdade é relativa." OOOOOH! Até certo ponto, concordamos, não? Mas isso não abrange muita coisa que temos visto por ai, por aqui e acolá! A tolerância exacerbada está acabando com a ordem e o respeito, a verdade pode até ser relativa mas a honestidade... AAAH! A honestidade é absoluta!

Senhoras e senhores, Obrigado.

Adilson Guimarães
@adilsongl