Já era noite e estava escuro entre os prédios. A luz da lua se confundia com a iluminação artificial, mas a verdadeira luz vinha dela. Coberta por um vestido listrado, preto e branco, que denunciavam as belas curvas de seu corpo, ela caminhava em direção a portaria.
Seus longos cabelos escorriam por entre os ombros e voavam ao bater no vendo. Ela estava seria, não sorria muito ultimamente. Ela andava sempre a frente de outras duas garotas que acompanhavam seu passos, buscando surfar na sombra da sua segurança.
Já era noite e ela passava mais uma madrugada por aí guiando os outros como se estivesse tudo bem. Como se ela também estivesse bem, mas ninguém sabia. Ninguém via as suas lágrimas porque ela jamais permitiria.
Já era noite e seu brilho ficava opado de dor e seu peito vazio. Seu belo rosto maquiado não permitia que vissem os traços de tristeza que sua alma carregava, mas, com um pouco de atenção era possível enxergar.
Seus passos não tinham planejamento e ela seguia o caminho que sua intuição indicava, seus passos duros a sustentavam por entre o mundo que ela já havia desistido de entender, mas jurou a si mesma que não lhe derrubaria.
Já era noite e a luz dela a mantinha viva, forte e firme. Já era dia e ela escondia o olhar para que ninguém fosse capaz de desvendar suas dores. Pena que eu as conheço.
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