20 de novembro de 2019

E quantas vezes morrerei?

E se eu disser que é o fim e que daqui não passo? Daqui não passo, a partir daqui não quero mais. E se eu disser que já deu e que escolho que seja o fim?

E se eu disser cansei e terminar com tudo de uma vez, o tempo para? Se eu acabar de uma vez por todas com todo esse caos, encontrarei a paz? Ou não encontrarei nada? Ou começará tudo de novo, enfim?

E agora se eu me sentir esgotado e não quiser mais caminhar, a vida dá um tempo? Será que a vida me daria um tempo se eu acabasse de uma vez com isso, agora, aqui?

E quando a vontade de acabar logo ao acordar vai acabar, antes de dormir? Por mim. Se eu deixasse de existir, a vida me daria uma tempo?

E depois de tanto tempo pensando, acho que a vida não pararia. A vida nos atropela e já perdi as contas de quantas vezes eu morri. Sim, morri a cada falha, a cada frustração, a cada decepção, a cada saudade.

E agora tanto faz ficar ou ir, estar ou deixar de existir, morrer ou sorrir, porque a vida vai passar por cima de qualquer forma e a única opção é seguir, mesmo que não se siga. E se eu disser que daqui não passo, a vida passará por mim.

E fico pensando, quantas vezes ainda morrerei. Quantos de mim serão aniquilados pela completa falta de interesse. Quantos eu não serão mais eu daqui a pouco. Quem eu era já nem reconheço, assim quando olho fundo nos meus próprios olhos.

E fico me perguntando o que estou fazendo aqui? E fico pensando, quantas vezes morrerei, ainda que vivo, dentro de mim?

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