18 de setembro de 2019

Correndo

Estamos correndo para onde, se não há para onde ir? Corremos até as canelas doerem, como se fossemos perder o trem que irá partir. Mas para onde estamos correndo se a viagem não tem fim. Não temos para onde ir.

Para onde vamos com tanta pressa, como se amanhã não pudesse esperar. Perdemos o pôr do sol, a brisa, perdemos as tardes, os amigos, os empregos, o dinheiro. Perdemos a nós mesmos em uma busca desenfreada por nada que exista aqui.

Os dias passam e junto vão nossas esperanças, nossos sonhos. Quanto de ti você abriu mão a cada dia que passou. Quantos dias foram produtivos ao ponto de servirem à edificar a estrutura do que sempre sonhou? Há muito ou muito pouco por vir.

O desafio é andar sozinho, quando sentir-se só. É quase nunca, mas por vezes dá um nó. Poderia sim, ser muito melhor. Mas perdido nos talvezes e ses que jamais darão resposta, por não acontecerem. Tire do pouco que sabe o tanto que há em ti.

Estamos correndo para onde, se não há para onde ir? Corremos até as canelas doerem, como se fossemos perder o trem que irá partir. Mas para onde estamos correndo se a viagem não tem fim. Não temos para onde ir.

Estamos correndo para onde, se não há onde chegar? Corremos até faltar o ar e a estrada ainda se perde no olhar, como se nos perdêssemos na areias do desenho, com sede, sem alma, tão seco, nem vi.

Afinal, para onde vamos com tanta pressa como se amanhã não pudesse esperar. Amanhã chegará de qualquer forma, pelo menos para a maioria de nós. É preciso aprender a estar para depois arriscar chegar em algum lugar, ter para onde ir não é para qualquer um...

Adilson Guimarães

Nenhum comentário: