16 de julho de 2019

O presente presente

Manter-se presente. A arte de estar aqui, agora e não em qualquer outro lugar. Aprendiz de investimentos, concede ao tempo a importância e a nobreza que lhe cabem.

Manter-se presente e não hipotecar seu futuro ao passado. Não viver voltando aonde não existe mais nada, sequer procurar pelo ar que respirou outrora, é, definitivamente, uma arte.

Manter-se distante das amarras do apego às cicatrizes que carrega no corpo, conseguir olhar como a uma obra no museu, contemplar, relembrar, aprender e só. Somente só. Estar aqui é uma dádiva.

Manter-se na estrada sentindo cada parte do corpo, os pés nos pedais, a mão no volante, no controle do próprio destino, caminhando e aproveitando cada paisagem, cada metro de asfalto, cada pensamento e que chega e se vai, como pássaros. 

É incrível estar aqui e agora, ter o controle de si, ter a força de um homem que conhece os caminhos pelos quais percorreu e que não tem arrependimentos ou medos. Tudo foi extramente necessário para se ser o que se é e para estar onde se está. 

Manter-se presente, como o presente que é o agora e não qualquer outro lugar. Não sofrer pelo que não mais há e finalmente, aproveitar os frutos de ter seguido em frente.

Manter-se tão presente que o futuro está logo ali, mas não há ansiedade alguma em chegar. O agora é bom de aproveitar. O passado é bom de relembrar. O céu é lindo quando está azul e também quando as nuvens chegam. A luz do sol é forte e esquenta e a noite reverbera o luar na alma.

Manter-se presente e forte. As costas largas. A boca em silêncio. Os olhos falantes. Os ouvidos atentos. Não é mal ser o que se é. Manter-se presente é uma dádiva que só se aprende depois que muito fugir para o presente, para o passado, até perceber que só se tem a possibilidade de ser, aqui, agora.

Manter-se presente e basta olhar quem tu és para saber o necessário. Quem fostes já não importa. Quem será importará em alguma momento, mas não agora. 

Manter-se presente é o maior presente que pode ser dado a si mesmo. 

Ter o controle, afinal, é entender que não se controla nada além de si mesmo.

Manter-se presente. A arte de estar aqui, agora e não em qualquer outro lugar. Aprendiz de investimentos, concede ao tempo a importância e a nobreza que lhe cabem.

Manter-se presente e não hipotecar seu futuro ao passado. Não viver voltando aonde não existe mais nada, sequer procurar pelo ar que respirou outrora, é, definitivamente, uma arte.

Manter-se distante das amarras do apego às cicatrizes que carrega no corpo, conseguir olhar como a uma obra no museu, contemplar, relembrar, aprender e só. Somente só. Estar aqui é uma dádiva.

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