Minha barriga ainda esfria. Meus olhos não se conformam de não poderem mais ver.
Meus ombros pesam em carregar essa ausência. Essa incerteza. Esse orgulho. Esse destempero.
Sou mais do mesmo de sempre misturado a uma parte inédita que aprendeu a sobreviver.
Onde estão minhas palavras além de mim? Será que escrevo por mim?
Agora meus olhos só conseguem ver lugares, coisas e isso é o mais próximo de ver o que já viu, mas meus olhares não, meus olhares vão além.
Meu corpo ainda arrepia e vez ou outra sinto de novo aquela agonia. Tudo que criei ainda habita em mim. Tudo que virei pelo que fiz de mim.
Falta sabor...
Será que escrevo por mim ou por ti?
Talvez o sentido disso tudo esteja na falta de brilho, na falta de brio, pois escrevi por ti. Depois por mim. Depois já não sabia por quem, nem por quê.
Hoje eu só escrevo porque sobrevivi. É parte de mim que vive, que pulsa. Hoje escrevo e respiro, não necessariamente nessa ordem.
Um comentário:
Eu estive aqui. E ainda estarei por algum tempo.. P
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