11 de julho de 2016

Notas sobre ela

Ela é constante em suas mudanças. Não como uma banalidade qualquer,  fuga ou covardia, seria mais a inquietude de ser assim, finita. Ora, como aceitar ser apenas uma coisa, com tantas outras possibilidades?

Quando ela está em casa consegue, sozinha, controlar tamanha inquietude longe de desesperar-se. Não obstante salte os olhares com uma presença imponente, prefere a simplicidade sobre as coisas. Simplicidades sobre todas as coisas.

Ela prefere o duradouro e pretere a empolgação das coisas intensas, pois sabe que na maioria das vezes isso passa, e quando passa não há mais nada. Por que então perder tempo e desgastar-se?

Ela prefere a liberdade de ser o que quiser, quando quiser e nada lhe convence do contrário. Prefere a conversa aberta com os pontos de vista postos à mesa do que cartas com histórias mal analisadas por quem quer que seja.

Ela é o próprio desafio de expectativa, gosta de alternar a si mesma entre intensidade e suavidade, explorando todos os prismas, alterados ora sim, ora não. Ela busca novidades e sensações, se traveste de ousadia em busca de um caminho inédito e se molda com o curso que atravessa, como um rio.

Ela é original e se sente bem com essa visão, carrega consigo ideias vanguardistas tão leves quando o vento. Em seus pensamentos extravasa e traz exageros junto aos fatos, pensa em si fora daqui, longe de si e em outro planeta. Não se assusta com a possibilidade de acordar amanhã e tudo mudar, nada é insubstituível.

Ela busca a maior racionalidade possível em todos os pontos, em todos os planos e em todos os conflitos. Pensa estar correta quando consegue alcançar o concreto em suas atitudes, se perfaz em fatos e consequências e nada do que possa surtir efeito lhe assusta tanto assim, pelo contrário, lhe encanta.

Ela é constante em suas mudanças. Não como uma banalidade qualquer,  fuga ou covardia, seria mais a inquietude de ser assim, finita. Ora, como aceitar ser apenas uma coisa, com tantas outras possibilidades?

Ela está mais em si do que qualquer outro, pois entende que a maioria nunca foi assim tão inteligente e que as ideias maciças tem o condão de estarem carentes de fundamento e empatia. Prefere a solidão de suas próprias conquistas intelectuais.

Ela mantém em si uma mente aberta e ávida pelo novo, pelo inédito e pelo diferente. Sua solidariedade contagia o leque de todas as suas posições, pois ao não pensar só em si é capaz de renunciar a várias coisas que normalmente se apegaria.

Ela é o melhor pelo melhor e não o melhor para si, mesmo que tudo fique pior. Pra ela não há diferença significativa entre o outro e o cascalho, desde que ambos cumpram bem o seu papel e sejam firmes em seus questionamentos, respeitosamente, sempre.

Ela não gosta de brigas, mas compraria a maior delas contra aqueles que não tem a capacidade de considerar novas ideias. Ela se irrita com o gesso das mentes retrógradas.

Ela trata tudo e todos com a melhor postura possível, sem avançar depois, pois quando as coisas começam a se misturar é hora de decantar de uma vez e seguir...  Ela é constante em suas mudanças. Não como uma banalidade qualquer,  fuga ou covardia, seria mais a inquietude de ser assim, finita. Ora, como aceitar ser apenas uma coisa, com tantas outras possibilidades?

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