19 de setembro de 2011

Uma escrita qualquer


Sentimos, como nos velhos tempos. Quem diria que precisaríamos dos velhos sentimentos, dos sentimentos vazios e intensos, quem arriscaria nisso? O traçado curiosos do destino nos leva à lugares inimagináveis. Não somos e nunca seremos capazes de descrevermos os pormenores do que está por vir, onde reside mistério pode haver de tudo.

Senta-te e sinta a brisa abafada pelas janelas fechadas, depois que as portas se fecham nada mais deve entrar então o que vem de dentro, bem lá do fundo da alma faz as vezes de visitante. Acompanhe-me nesta melodia meu caro, quase posso sentir o levitar dos nossos espíritos por qualquer lugar desses banhados pela noite dessa lua.

As coisas estão assim agora tão mecânicas, tão frenéticas. É preciso um pouco de verdade, de intensidade. O objetivo, o propósito e o caminho que outrora faltaram já não se escondem, estão bem definidos e traçados. Tudo é uma questão de ponto de visto, tudo o que aconteceu há pouco e o quem vem sendo diluído em existência se não faz, fará algum sentido muito relevante.

Venha até aqui, solidão. Faça companhia a alguns pensamentos submersos em verdades trabalhados e mentiras dissecadas, faça o que quiser caso consiga. O nó na garganta é algo que incomoda frequentemente, muito embora nos faça sentir vivos. As lágrimas desceriam se não houvessem secado, não por tristeza, tampouco por amargura, apenas pela emoção da beleza dos sentimentos. Para quem tem a sensibilidade de senti-los são como pedras preciosas para quem sabe admirá-las, não interessa os valor apenas sua beleza contextualizada à vida.

Por favor, não queremos falar de nostalgia ou saudade esta noite, contudo não seriamos tão indelicados de não convidá-las à mesa sendo que estamos todos no mesmo ambiente. Aprendamos a viver o mais agradável possível, os pesos já não nos desgastam na verdade não se fazem assim tão importantes, aprendemos a viver com leveza.

Não, nenhum sentido atribuído à causa. Apenas um pouco de arte, de transformação em arte. Seja um artista, faça arte com tudo o que puder. Pinte seu destino, escreva tuas estratégias como um legítimo literato o faria, caso seja além do que necessites ouça e apenas ouça a melodia, desta noite. Àquelas palavras. Ah! Àquelas palavras ainda ecoam pelos corredores da memória, lembra-te? Parecem apagar-se com o passar do tempo, a ampulheta esvazia sua areia e a mente o faz também em caráter de saúde... Seja lá como for.

O que foi dito, está dito. O que foi feito, está feito. O que não foi dito se calou de uma vez por todas, mesmo agora não surtirá o mesmo efeito que poderia. O que não foi feito já não existe, haja visto que nunca existiu. Uma coisa é certa: A flecha foi lançada e pode acertar um alvo completamente difuso daquele planejado. Será que isso é bom?



@diguimaaraes

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