29 de agosto de 2011

Nota ao desânimo

Sei que tu és onipresente e nos presenteia com tua onipresença tomando conta de nós, tomando conta do que poderíamos ser. Estamos aqui buscando permanecer na zona de conforto onde nos encomodaremos com o mínimo possível.

Tanto tempo sem nos encontrarmos, sem uma boa conversa, tanto tempo assim sem dividir pensamentos. Veja, é para alcançar um lugar além que faremos além do que vem sendo feito, se nada der certo... Nada terá dado certo.

Há muito viemos convivendo com você, algumas poucas horas nos livramos e então a realidade se faz em uma compleição agradável, tudo parece ser tão real, um efeito passageiro.

Não tenho crença em outra coisa além de mim ou semelhante, sinceramente já tentei, mas não consigo acreditar que alguém ou algumas coisa que não sei nada além do que ouvir dizer fará o necessário para resolver as aflições. Não! Não espere que outro faça por ti, pois não o fará, por mais que queira.

É. As únicas armas que tens são àquelas que lhe foram dadas e é com estas que deverá ser, caso queira, evidentemente, alguma coisa.

Ser normal, ser comum é muito difícil e prático. É cômodo! E o comodismo é inimigo da realização. Por vezes reclamar é necessário e não será solução, porém. Há dias que apenas a paz e o socego nos deixam tranquilos, é o que buscamos, mais nada não.

Seja como for só é preciso deixar registrado que ser oposto à maioria torna-se algo saudável quando esta age como uma boiada. Precisamos ser mais, conseguir ser mais. Não nascemos prontos, estamos nos aprontando para nascer como gostariamos, como sonhamos ser.

É preciso sacrifício para que as coisas saiam bem feitas, de forma correta, sacríficio este que será proporcional ao escopo traçado, nesse arcabouço de comportamento parece que você, desânimo, é rei, mas não se aventura a acomodar-se porque eu, quase acreditei que não era também.



@diguimaaraes

26 de agosto de 2011

Escritos

Naquela época as coisas estavam perdidas em meio a saudades amplificadas pela crença de que aquilo tudo era tudo o que deveria ser levado em conta, deixando de lado as outras perspectivas, valores, princípios, tentando desesperadamente sair daquela realidade que aflorava uma angústia sem fim.

No pesar e no pensar demasiado aprofundado em si mesmo perdia-se um pouco das circunstâncias externas relevantes de aprendizado, não obstante aos acontecimentos atropeladores.

Eis que naquela manhã comum como outra qualquer cheia de tempo e raios de sol iluminando um belo céu azul a saída de casa era o inicio de um caminho que levaria a uma surpresa, tão agradável como raramente vinha acontecendo. Uma pequena viagem de ida e a volta seria então consequência foram o necessário para aquele lugar, para chegar àquele lugar.

Uma agradabilíssima surpresa onde os olhos saltavam discretamente de surpresa, uma grata surpresa, diga-se de passagem. Toda a ousadia veio à tona e dali muitas lições foram aprendidas e ensinadas para quem estava na condição de aprender. Depois já não havia qualquer perspectiva de continuidade muito embora a admiração pelo sentido superficial torna-se cada hora mais intensa.

Com o tempo e algumas atitudes em prol do que se deseja as coisas tomam determinado rumo e tornam-se favoráveis ou ao menos propícias. Sei lá, seja lá como for. Mentimos tanto que aprendemos a mentir. Mentimos por medo. Mentimos por proteção, para nos protegermos, mentimos. E agora ao mentir sente-se um peso, um incomodo.

Sem querer agora a mentira faz parte de uma busca, a busca por paz. Pela paz mente-se para evitar problemas e constrangimentos. És admirada cada vez mais pela sua forma de viver, pela sua forma de relacionar-se e não é mentira, não há mentira nisso. A intensidade tem essa vantagem, pelo pouco tempo que atua suprime qualquer tentativa de deturpação do que realmente é. Apenas é e pronto.

Intenso. Mentiu. Mentiu por proteção. Desculpou-se ao mentir e mentiu novamente para justificar àquela outra mentira. Intenso. Tenso. Mentira ou verdade que era, ou seja lá o que venha a ter sido. É isso que nos tornamos, nos tornamos mentira, nos tornamos ausência, nos tornamos frieza por pura incorporação. Não era o objetivo, muito embora tenha sido essa a consequência.

Saiba que mesmo sendo mentira é para um pouco ou ao menos para um fim, é uma verdade buscada desesperadamente, desenfreadamente por alguém que já não tem perspectiva de caminho sem obstáculos. É e apenas é, intenso!



@diguimaaraes

24 de agosto de 2011

Nada inteligível

Não há mais por que perguntar o por quê, das poucas vezes que falei sobre isso nem eu mesmo soube explicar. Desprezo tudo que possa vir de ti e mesmo assim aprendi bastante com sua mesquinhez, aprendi exatamente como não ser e tenho para mim o exemplo perfeito para tal. Como não agir em dez pequenas lições. Estúpido!

Como o ser humano é estúpido!

Fazemos guerras e mais guerras e para alimentá-las e mantê-las usamos a paz. Transformamos tudo em estatística onde cada vida, cada existência, cada homem vale apenas uma marcação no gráfico. Somos apenas números separados em regiões em valores, não há pessoalidade, não há verdade, não há humanidade.

Como o ser humano é estúpido!

Homens grandes o são em qualquer situação, sob qualquer que seja o aspecto ou parâmetro. Homens grandes são tão grandes que até os seus inimigos o admiram. Grandes são os homens que são admirados até por quem os combate, esses sim merecem respeito. Há quem lute por tão pouco, faça mal por tanto menos que o necessário, há quem não se dê conta de como é pífio.

Como o ser humano é estúpido!

Vive-se em uma redoma vil de objetivos superficiais e ideologias prontas como em um embrulho desconhecido: Pode estar vazio; Pode conter um lindo presente ou pode explodir... Deixe-me aqui em meu pequeno mundo vazio de superficialidade e afundado em profundidades cada vez mais longínquas. Por favor, não tire isso de mim, rancor, mágoa, orgulho pode até não ser saudável, mas é meu e somente meu.

Como o ser humano pode ser tão estúpido?

Mortes são corriqueiras às multidões e trágicas ao show business. Vidas são luxuosas aos nobres privilegiados e cruéis aos simplórios lutadores, sobrevivos. Seja lá como for a escolha ainda existe em escalas diversas, é bem verdade, mas de que importa se ela ainda se mostra possível?

Sei lá, a estupidez humana já não me surpreende mais. Há muito não me surpreendo mais, muito embora aprender seja todo dia. Seja lá como for, como deva ser, seja lá o que ver e o que venha a ser... Seja o que se sente bem em ser e seja o que é e não o que seja conveniente a maioria.

Como pode tanta estupidez assim?



@diguimaaraes

20 de agosto de 2011

Me sinto

Eu diria tudo aqui para você agora se não fosse tão dificil. Eu diria o por quê de cada pormenor que me levou a levar as coisas como foram conduzidas. Gostaria, de verdade, não ter que sentir essa necessidade de guardar comigo cada palavra e pensamento, gostaria de não querer edificar em mim uma fortaleza, gostaria de sentir-me totalmente livre. Ah, como me sinto bem apesar disso tudo.

E de todas as formas, excêntricas e mal traduzidas desse caminho, do nosso futuro é de que sinto mais falta . É dali de onde tiro minhas forças para acordar a cada manhã e colocar meus pés ao chão, me satisfazendo das coisas que ainda nem aconteceram. São lembranças de um amanhã que talvez nem venha reluzir entre nossas janelas, mas eu continuo me sentindo bem apesar disso tudo.

Olha, veja só. Ainda apesar disso tudo não tenho motivo para chorar, pois levanto todos os dias consciente do meu objetivo e nada nem ninguém irá desviar-me dele. Já perdi tantas coisas por esperar, já deixei de fazer por reclamar e não mais, nunca mais. De passado nada vive por si só, pois até o pretérito dos acontecimentos precisa do presente para distingui-lo e do futuro para aproveitá-lo. Seja lá como for a esperança remanesce e é no âmago que reside e emana todas as belas formas de amor que aprendi.

E acredite, minha menina, que de qualquer forma você vai ser meu manjar de vitalidade, você estará presente sonho após sonho, noite após noite, comigo, aqui. Há uma linha tênue para conquistá-lo e todo esse trajeto somente depende de você, para dar um basta em todo esse subjuntivo sem pretérito, presente ou nenhuma razão. Todo esse amor abstrato, imaginário, platônico, seja ele o que for. Eu continuo me sentindo bem apesar disso tudo...


- Escrito em conjunto com a minha querida amiga e parceira Stephane, muito obrigado pela companhia minha querida.

@diguimaaraes